é goleada tricolor na internet
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Publicada em 14 de novembro de 2006 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

O que é isso?

Seria o ocaso do Bahia e de uma nação, ou seria o ocaso de uma gestão? São dúvidas que tenho e não encontro respostas nem na minha própria compreensão (a rima é sem propósito algum). Segundo a trajetória do Bahia neste século, o ocaso é iminente, ele vem se desenhando em cores fortes, cada vez mais, desde meados da década de 90. Agora, se esse ocaso é da instituição ou dos seus gestores ao longo desse percurso, eis aí a grande dúvida. Espero que seja o ocaso do antigo e inadequado sistema que impera aos trancos e barrancos diante do novo. Do Bahia, não.

O momento seria de renúncia, devido à situação em que se encontra o Bahia, mas dificilmente ela sai por livre e espontânea vontade, há muita vaidade no meio. O estado do Bahia é agônico e, imaginando a iminente desclassificação, chego à realidade de um fato que só não é mais grave porque ainda não estamos vivenciando-o: é o caso de que em 2007, se realmente não subirmos, o Bahia não constará nem na Terceira Divisão… isso mesmo, estará fora até mesmo da Série C. O Bahia precisa conquistar em campo, no Campenato Baiano de 2007, o direito de disputar a famigerada Série C, imagine! Dá pra continuar com um sofrimento desses? É claro que não, ou será o fim definitivo do E.C. Bahia.

O modelo administrativo atual acabou, faliu, caiu diante da evolução, parou em no início de 89 quando o Bahia se sagrou campeão brasileiro. Talvez se não tivéssemos sido campeões (fico pasmo) não teríamos chegado ao ponto onde chegamos, atualmente. Francamente? Não vejo perspectiva, luz no fim do túnel e sequer esperança, exceto se houver algum entendimento entre os homens. Apesar de eu ter clamado aqui desta coluna, várias vezes, por um Bahia administrativamente moderno e organizado, através da renovação dos homens ou, no mínimo, das suas idéias, clamei em vão! Agora estamos com os dois pés enfiados na “jaca”.

No Bahia, quando se fala em renúncia não se usa métodos políticos, não há seguimentos capazes disso, não há civilidade alguma, não se faz um mutirão de correntes de fora para dentro disposto ao diálogo civilizado para tentar mostrar aos atuais dirigentes que é impossível o Bahia prosseguir com eles, que não dá mais, estão stressados e desgastados dentro do modelo que eles criaram. Ao invés da diplomacia buscando-se um meio plausível de entendimento, chega-se às rádios, emissoras de TVs, jornais e sites para denegrir não só o dirigente, mas o homem. Aí vem réplicas e tréplicas e a corda fica esticada pelas extremidades, e no meio os fios vão se partindo um a um, ou seja, arrogância de um lado, arrogância do outro e o Bahia nesse meio sofrendo as consequências.

Xingamentos, processos, ameaças, invasão de campo, jogos proibidos na Fonte Nova, Feira de Santana e finalmente… Camaçari de portões fechados! E depois, num contexto desses, há algo mais pra ser fechado que não seja o Bahia?! Quem é que paga essa conta? De quem é a culpa? Todos são culpados de alguma forma, da ineficácia dos dirigentes à ineficácia dos oposicionistas. Tô cheio de retóricas, ação que é bom, nada! Tomar o Bahia da situação, na tora, é pura ilusão, quer queiram ou não há uma legitimidade da qual eles jamais abrirão mão se não for através do diálogo. Ao contrário, terão que aguardar até 2008 para de forma democrática e sábia, nas urnas, recomeçar o Bahia. Se há um recomeço possível, este só com eleições, se em 2008 ou já, não sei, depende da inteligência dos homens.

Deus queira que apareça logo, alguém de nível moral (e há muitos) elevado para cuidar de ir pensando o futuro do Tricolor sem mágicas, sem sonhos impossíveis e promessas fúteis. Segundo o que leio, algumas reuniões estão sendo feitas e há diferentes correntes oposicionistas tentando um denominador comum, tomara que daí saia o homem certo com capacidade até de fazer com que haja uma renúncia conversada.

A manifestação marcada para acontecer no Campo Grande é sem dúvida alguma uma idéia razoável, porque assim será demonstrada a vontade de uma nação inteira, e não a de um determinado setor que não sensibilize a diretoria tricolor. Se há uma comoção até a imprensa vai junto, e aí as coisas tornam-se mais fáceis. No meu modo de entender, a coisa só não funciona na base do quebra-quebra. Com a violência perde-se a razão, e os canais para uma conversa ainda que sofrida, deixam de existir.

Eu não achei certa a invasão que houve recentemente na Fonte Nova, que, embora de intenção pacífica, foi de um prejuízo muito grande para o Bahia, esta é uma conta impagável. Mas reconheço que teve lá o seu lado bom, desde que mostrou aos dirigentes que paciência tem limites, obviamente. A torcida do Bahia tem todo crédito possível, pois sempre foi ordeira e pacífica, uma torcida que lota estádios até em terceira divisão, mas desta vez não suportou a idéia de continuar no porão do futebol brasileiro sem perspectiva alguma.

Do time que aí está finalizando a sua participação na “série c” (possivelmente desclassificado) pouco tenho pra falar, já disse na edição passada desta coluna que é um time frouxo e fraco, embora reconhecendo que existem alguns bons valores. Também não há como cobrar muito, onde não existe um planejamento bem pensado para que se torne na prática uma organização, nada deve se esperar além de desordem interna e salários atrasados. Quando não se leva em conta que planejar é vital, nada de bom ou pelo menos razoável, acontece.

O Santos, que dormiu mais de duas décadas em cima das conquistas da Era Pelé, acordou um dia, antes que nada mais pudesse ser feito, e para isso precisou “descobrir” que, ou se modernizava através de gente nova com idéias e conceitos atuais, ou se transformaria em definitivo naquilo que estava desenhado… assim como a Portuguesa de Desportos, onde o arcaísmo dá o tom. Mas aí vem outros exemplos como o Atlético do Paraná, o Botafogo presidido por Bebeto, o Goiás, o Internacional, o Grêmio, o São Caetano e o Figueirense de histórias mais recentes no que diz respeito à organização, e o São Paulo precursor em planejamento de futebol no Brasil. Mas o Bahia parece ter se isolado do resto do País e do mundo, infelizmente.

Em síntese: ou as pessoas desarmam seus espíritos e reúnem-se para conversar deixando o antagonismo de lado numa verdadeira cruzada pró Bahia, ou não se chega a lugar algum e o Bahia entra em letargia. O momento é de entendimento e alguém precisa estender a mão com humildade, uma das partes precisa caminhar até a outra, não importa qual, o Bahia precisa ser salvo e isto depende dos homens. Não há como esperar até 2008. Pode ser legal, mas não é justo.

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