Mais uma vez a Seleção Brasileira decepciona a torcida, eliminada pelo fraco Paraguai nas cobranças de pênaltis pelo Campeonato Sul-Americano de futebol. Por falar em pênaltis, a ex-briosa SeleCBF, de tantos craques que encantaram o mundo, agora invade as atribuições da CBV. Além de zagueiro chorão, temos excelentes cortadores de voleibol no time canarinho.
A Seleção do nosso país, outrora respeitada, agora serve de vitrine para a chamada “geração pau-de-selfie”. Seus jogadores, antes vistos como artistas da bola, agora são vistos como qualquer coisa menos como atletas de futebol. A relação promíscua de redes de televisão com a entidade máxima do futebol nacional impede que se apontem, com propriedade, os erros e desmandos nessa instituição. Dirigentes tem sido colocados sob suspeita e no âmbito da Fifa as denúncias de corrupção podem nos conduzir a um verdadeiro lava-jato ludopédico, onde toda a república da bola corre risco de cair.
No tocante aos atletas, seu comportamento extracampo, deveras exposto nas redes sociais, possui impactos no intracampo, os quais, apesar de não serem mensuráveis de fato, certamente desviam o foco para a pobreza técnica e tática do escrete brasileiro. Apenas Neymar é um elemento de maior evidência neste elenco, o qual depende muito das suas oscilações de humor para poder produzir alguma coisa.
Jogadores que possuem salários milionários, jogando em clubes europeus sem o mínimo de visibilidade prévia em clubes brasileiros, parecem mais afeitos aos seus contratos trabalhistas do que à honra de representar o futebol brasileiro. Evidências de imposição de escalações agravam ainda mais a credibilidade da CBF.
As derrotas vergonhosas, a crise de credibilidade, as contratações (ou convocações) duvidosas e a falta de referências dentro de campo tem pautado as trajetórias tanto da Seleção quanto do Esporte Clube Bahia num passado recente. Não existe rebaixamento de seleções, e as Eliminatórias da Copa se aproximam com uma preocupação crescente quanto à confiabilidade da equipe verde-e-amarela rumo a Moscou em 2018. Os escândalos ocorridos no Bahia foram devidamente enfrentados de modo a termos hoje um regime dito democrático no clube. Para que a democracia tricolor se tornasse realidade, foram necessários alguns “sacodes” na torcida e no quadro de sócios. No Brasil, a falta de interesse dos torcedores dos clubes (maiores formadores de opinião dentre o público) pela sua Seleção encontra força diante de fatos como a distribuição de cotas, relações com a mídia e o tratamento não-equitativo aos próprios clubes.
A imprensa nacional independente aos poucos vai questionando os desmandos na suntuosa sede da CBF, e politicamente as coisas poderão tomar outro rumo. O Bahia agora interessa a alguém, e a Seleção interessa a um monte de gente. Formar opinião é uma forma alternativa de propor mudanças e soluções em médio prazo. Aguardemos. O 7×1 parece ter sido apenas o começo de muitas mudanças as quais poderão se refletir inclusive no próprio Bahia. O 7×1 tricolor teve vários episódios cujo maior expoente foram as goleadas a favor do seu maior rival. Água mole em pedra dura.
Talvez perdemos a chance de, caso tivéssemos vencido o Paraguai, termos o maior sacode contra a Argentina. As Eliminatórias podem ser consequência deste aperitivo. Oremos.
Enquanto isso, no Reino da Fazendávila: time do Bahia em campo não inspira muita confiança, porém tem conquistado pontos importantes e está no G4. Ainda é favorito ao acesso, porém precisa melhorar muita coisa. A volta de Jean II ao time, depois de passar pelas seleções de base, preocupa quanto à condição técnica do garoto em competições onde, ao contrário da Seleção Sub-20, o time do Bahia será muito mais atacado. Kieza renovado, e mais uma carreta de jogadores, só para variar, deixam o torcedor meio confiante meio apreensivo quanto ao futuro. Ok, o clube não tem dinheiro e não pode conseguir algo melhor sem incorrer na prodigalidade, mas dá medo. Sorte que a Série B é um balaio de gatos com pelo menos oito a dez postulantes ao acesso.
Segue também o clube deliberando sobre o voto on-line dos sócios. Há dúvidas quanto a lisura do processo em termos de tecnologia da informação e a oposição ao Presidente Apostrofado alega tanto a possível formação de currais políticos quanto a preocupação com a segurança do processo. Quanto à segurança em TI, lembremos que papel também aceita qualquer coisa e quem tem competência se estabelece. As embaixadas são uma base eleitoral importante no que diz respeito ao voto à distância, mas na democracia vence quem argumenta melhor. Para quem nem poderia participar de Assembleias sem levar um “pedala Robinho”, até que não estamos tão mal.
Saudações Tricolores!
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