No futebol de hoje em dia a tradição parece ter se rendido ao modismo chato e combatente de um tempo em que ir ao estádio era alegria e diversão, um estado de espírito consequentemente. O romantismo anda tão distante que se postou além da linha do horizonte e dificilmente vamos voltar à época em que estar num estádio de futebol era realmente prazeroso.
Tenho dúvidas sobre esse prazer de torcer com o desprendimento de antes. Tudo está muito diferente e até os próprios clubes se encarregam de matar aos poucos esse amor do torcedor…
Os clubes não possuíam mais que dois padrões de uniformes e sempre respeitando fielmente as cores tradicionais… Não descaracterizavam nem a pau! A modernidade trouxe, no meu modo de entender, um descompromisso do clube com a originalidade e, por consequência, com o torcedor que aprendeu amar ao seu clube justamente pelo conjunto harmonioso das cores…
Por exemplo: acho estranho um tradicional clube rubro-negro usar amarelo, dourado, alvinegro, enfim, uma diversificação que mais parece insatisfação com a sua própria história. Mas isso é geral, em São Paulo o alvinegro virou azul, roxo, preto, lilás e sei lá quantos bichos mais…
Mas não só os clubes pecam em originalidade, os jogadores são mestres na arte de deturpar os princípios tradicionais da profissão. São cabelos desenhados, brinquinhos nas orelhas, tatuagens impressionantes e as famosas dancinhas que substituíram o inconfundível soco no ar do Rei Pelé.
Cá pra nós, eu acho muito feio os trajes dos goleiros desta época, é cada um querendo aparecer para as câmaras da forma mais espalhafatosa possível que o nobre esporte poderia esperar. Talvez eu seja muito conservador e prefira o velho estilo de Lev Yashin, Gilmar Neves, Marco Aurélio, Raul, Carlos Adolfo Buttice, Gordon Banks, Sepp Mayer e outros monstros sagrados de eficiência e elegância indiscutíveis.
Não poderia deixar de citar também como era elegante diria também respeitoso o jogador do passado recente que usava a camisa por dentro do calção quando o material era até mais desconfortável que o atual. Hoje com essas camisas por fora do calção a elegância foi deixada de lado, principalmente por parte dos goleiros.
Imagine que quando os goleiros, quase que de modo geral, seguiam a elegância do Soviético Yashin, Raul lançou a famosa camisa amarela goleiro jogava normalmente com traje cinza ou preto e a torcida do Atlético o chamava de bicha. Ela estava longe de imaginar que um dia veria o goleiro Felipe do Flamengo todo de rosa choque, ou amarelo, das meias à camisa?
Na Era do futebol romântico até as chuteiras eram pretas! Presentemente dentro de campo a diversificação é exagerada. É amarelo, branco, abóbora, verde, vermelho e etc. que tais. Para completar o circo esses jogadores inventaram a abominável comemoração de gol com os mais ridículos tipos de coreografias misturando remelexos e trejeitos na frente das câmaras de TV, que é o objetivo maior deles.
Pelé, Gerson, Garrincha, Nilton Santos, Rivelino, Tostão, Dirceu Lopes, Zico e demais fenômenos das gerações passadas se preocupavam em jogar futebol, a geração meia boca de hoje se preocupa com adereços e dancinhas, jogar que é bom…
As novas arenas… Até agora têm o mérito de ter afastado as torcidas, outrora fidelíssimas aos estádios. O cidadão paga caro o ingresso e é esfaqueado se cair na asneira de lanchar, comer pipoca, tomar um copo de cerveja ou um refrigerante. Arena é sinônimo da Roma antiga, aonde as pessoas iam para ver sangue e morte, aqui no Brasil você vai para morrer na forca.
Até a próxima!
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