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Publicada em 23 de setembro de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Os pilares do Bahia

O Bahia está de parabéns pelo triunfo de domingo ante o Botafogo. Um primeiro tempo muito bom, mas que, por essas ironias e azares do futebol, terminou 1×0 pro adversário. Um gol que Lomba poderia ter defendido, mas que parece que serviu de combustível para que, no segundo tempo, quando as coisas pareciam ir ladeira abaixo e o time passou a ser dominado, o arqueiro do Esquadrão voltasse a ser o paredão, com pelo menos três intervenções milagrosas.

Poderia destacar vários méritos do time, como a boa entrada de Jussandro, a raça e categoria pra sair jogando de Feijão, o bom retorno de Madson, a habilidade de Marquinhos, o futebol arisco de Barbio, a precisão de Wallyson, a estrela de Obina… Mas vou me ater a três nomes desse time que, pra mim, podem sintetizar o grupo todo, em qualidades e defeitos, mas que são pedras fundamentais do time.

Primeiro, Hélder. Hélder, meu amigo, você é certamente o jogador cujo nome eu mais gritei de raiva desde que você chegou ao Bahia. Você há de concordar que você demorou a engrenar, eu não conseguia gostar do seu futebol, e, mesmo assim, você sempre era titular, qualquer que fosse o treinador. A birra ficou forte, mas você fez um churrasco de língua grande quando começou o segundo turno do ano passado.

Desde então, você é um jogador irregular, mas é um volante de quem podemos esperar alguma coisa boa. Seria ótimo se tivéssemos um Hélder destro, porque é aquela meia-direita ali que parece ser a maior dor de cabeça de Cristóvão nas escalações: Rafael Miranda, Fabrício Lusa, ontem Diones… não tem nenhum que jogue o que você pode jogar.

Mas, Hélder, vamos fazer o simples. Fazer o simples não é dar só passe pro lado. Pode arriscar seus lançamentos, porque você erra muito, mas, quando acerta, é pra sair lance de gol. Como o lançamento milimétrico que você deu ontem pra Wallyson, por cima do defensor, no ponto pra ele cruzar (de canhota e com muita categoria, temos que registrar).

Fazer o simples é fazer o que você pode fazer em busca dos gols, ou de evitá-los. O que a gente não quer ver é firula à toa. Contra o Botafogo, você tentou botar por baixo das pernas de um marcador no meio de campo indo pra trás. Pra quê? Perdeu a bola. E, se tivesse acertado, ia ser um lance bonito que ia ganhar no máximo um slow-motion no “Globo Esporte”. Nada proveitoso pro time. E teve ainda tentativa de passe de calcanhar na lateral, de letra na intermediária, lances inúteis. Queremos o Hélder que sabemos que podemos ter: bons lançamentos, dedicação na marcação, roubadas de bola e chutes de fora da área. E isso já é muito! O bastante pra te colocar entre os destaques de qualquer campeonato.

Outro pilar do time: Fernandão. Meu caro, confesso que nas últimas partidas você anda me tirando do sério. O Fernandão infalível do começo do campeonato deu lugar a um cara que perde gols na cara e se enrola com a bola. Mas, ainda assim, você tá fazendo gols. Já tem 10, e ainda faltam 15 rodadas. Vai ser nosso artilheiro da Era dos pontos corridos. Queria um centroavante pra ser seu reserva, porque não confio em Obina e queria te dar uma sombra forte. Ainda quero, apesar de Obina ser uma figura e fazer seus golzinhos. Mas, Fernandão, eu posso espernear, te xingar na hora do lance perdido, mas não vou te vaiar nunca, porque pra mim só merecem vaias os caras que não suam pelo time. E não é seu caso, definitivamente.

Por último, Cristóvão. Um ótimo primeiro tempo, mas a bola nada de entrar. E um gol sofrido. Depois, um segundo tempo que parecia ruim, com o ataque do Botafogo em cima. E aí você chama Wallyson pra entrar. Todo mundo achou que você ia tirar Marquinhos ou Barbio, porque dificilmente você mexe nos volantes. Mas você mexeu. Tirou Madson, que pediu pra sair (e que fez boa partida e é, sim, nossa melhor opção pra lateral direita). Deslocou Diones pra lateral e deixou o time ofensivo. Depois, colocou um segundo centroavante, dessa vez sacando um exausto Barbio (que infernizou no 1º tempo, mas tem a pontaria capenga).

O Bahia dominou pelo menos 70% do jogo. Mandou 23 chutes em direção ao gol botafoguense (recorde nesse Brasileiro ante o time de Oswaldo Oliveira), vários de fora da área, coisa que até então andávamos carecendo.

O mais importante é que foram gols, e agora o Bahia volta a ter tranquilidade pra administrar a fuga do Z4 e, ao mesmo tempo, aquela coceirinha instigante pra galgar um destino mais alto.

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