Em um clube de futebol não deve haver ideologias políticas e nem sofrer influências ideológicas das minorias e grupos ditos de direita ou esquerda. Implementar ações de causas sociais às vésperas de pleitos eleitorais usando como veículo clubes de futebol não é justo e nem coerente com os princípios dessas instituições. Quando se pratica essas ações de forma natural e convictamente sem relação alguma com a Política, merece aplausos. Mas “lacrar” o clube em cima disso é alterar a finalidade do futebol e das próprias ações de cunho meramente sociais.
O preâmbulo acima tem como exemplo o Bahia, que é uma instituição sem fronteiras, indivisível, eclética e pertencente à nação que o ama. Por isso é importante uma revisão desses conceitos e cuidar para que esse viés de ideologia progressista não direcione o clube para uma zona de conflitos de pontos de vistas, porque isso é fator de divisão.
Gosto do estilo gestor de Guilherme Bellintani, que fez e faz bem ao Bahia até aqui. Em minha opinião, o melhor presidente deste século – sem demérito aos demais. Todavia, não posso me furtar de emitir minha opinião, porque acima de qualquer presidente está a Bandeira do Tricolor, e suas cores são imutáveis e inegociáveis em nome de qualquer que seja a causa.
Quem quiser difundir suas ideologias progressistas, que o faça de outro jeito, contanto que não estigmatize e nem macule a imagem do E.C. Bahia. A nave é grande e nela cabem todas as raças e etnias, todas as religiões e crenças, todos os sexos; cabe o sorveteiro, o hétero, o homossexual, o rico e o pobre, mas não cabe a Política partidária…
Pensei que estava findado no Esquadrão o viés da Política. Acreditei nisso porque o clube, ao profissionalizar seus departamentos – dirigentes são bem remunerados –, teria se tornado uma realidade bem diferente do passado. Mas o que percebo é que mudou o invólucro, mas o conteúdo ideológico é o mesmo, ou seja, com diferença somente na sutileza com ares metafóricos sobre as ações que induzem os mais apaixonados torcedores a pensar que tudo está certo e tudo pode.
Esta coluna não se insurge contra quem quer que seja, pelo contrário, apenas chama a atenção para que o Bahia não retroceda. Que avance como começou desde a Era Marcelo Sant’Ana e continue no mesmo diapasão de crescimento com o próprio Bellintani. Mas palanque não. Futebol e Política partidária são filosoficamente diferentes e cada um que faça seu papel dentro do seu quadrado, sem depender um do outro.
Já vivemos num país dividido pela ideologia política, e no futebol não será o Bahia a levantar mais essa bandeira de divisão. Mesmo porque não adianta dizer que o cunho dessas ações não é político, porque a nação sabe que o é. E se não é, por que o presidente do Bahia não emite uma nota oficial e diz que não é candidato a cargo nenhum da política partidária? O que não deve é ficar em cima do muro com palavras difusas dizendo que “meu foco é o Bahia…”
Quando a torcida elegeu Guilherme Bellintani para presidir o Tricolor, certamente não imaginou que seu mandato no clube fosse uma possível escala para a Política. Mas os fatos estão postos, porque a fumaça não mais esconde as chamas, exceto se o próprio Bellintani apagar essas chamas que estão se propagando rapidamente. Dezembro vem aí e dizem que ele, o hoje presidente tricolor, se pronunciará sobre esses fatos. Há muitos torcedores sentido-se frustrados e traídos. Já este colunista está apenas decepcionado.
ROGER MACHADO
Sereno, competente e merecedor de todo crédito. O torcedor não deve confundir as oscilações tão peculiares do futebol jogando-as sobre as costas do técnico ou desse ou daquele jogador. É um contexto que abrange todos, mas com reais condições de reação. Há mais crédito do que débito nesse time comandado por Roger. O torcedor tem de continuar jogando junto, porque a união faz a força.
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