Dia 15 de outubro se aproxima e nosso presidente não publicou o edital de convocação da Assembléia Geral que poderia libertar o Bahia. Dessa forma, nosso presidente não cumpriu sua palavra, e com isso as expectativas com o futuro do Bahia se tornam cada vez mais angustiantes.
Enquanto a diretoria come e dorme, o Bahia vai caindo pelas tabelas da série B e a revolta da torcida segue aumentando proporcionalmente. As trombetas do apocalipse parecem estar anunciando a chegada de chuvas tempestuosas pelas bandas de Itinga.
Tem gente prometendo passeata de 50 mil pessoas a fim de exigir eleições diretas e sem filtros, com renovação total do conselho deliberativo. Tem gente na imprensa apoiando e divulgando a passeata. Tem até gente querendo fundar o Bahia Esporte Clube, tal qual os ingleses do Manchester City fizeram, como ápice supremo da manifestação da revolta.
(Aqui um breve parêntese para externar meu desejo de que a torcida do Bahia tivesse mais consciência política e não ficasse apenas surfando sobre os resultados do time em campo).
Enquanto isso, em Itinga, vê-se que a chegada de Eliseu Godoy e Bonamigo, a dupla que tem a incumbência de nos salvar do rebaixamento, não surtiu o efeito esperado. Ao mesmo tempo, em Brasília, nosso presidente cuida dos afazeres da república.
No desespero, nosso presidente mais uma vez usa sua arma mais eficaz, a promessa. Ele promete pagar bicho dobrado por triunfo aos jogadores. Mais uma promessa que os sensatos sabem que não será cumprida.
Em minha mente debilitada por tantas tristezas, não consigo entender nenhum dos lados desta partida em que só há perdedores, sendo o Bahia o maior deles. Não consigo entender porque nosso presidente não desmobiliza de imediato seus críticos, publicando desde já a minuta do estatuto a ser aprovado e convocando ainda para o mês de outubro a Assembléia Geral em edital.
Minha débil mente oscila entre dois pólos: considerar nosso presidente um grande estrategista – verdadeiro discípulo de Sun Tzu e leitor contumaz de O Príncipe -, que põe o bode na sala esperando acalmar os ânimos com um estatuto que dá a ilusão de possuir tudo que a torcida quer e não entrega o essencial.
O pólo oposto é o de que nosso presidente está distante, no mundo da Lua, perdido, mal assessorado, cercado de bananas pusilânimes que não enxergam o óbvio e subestimam o estrago que pode causar uma massa revoltosa, que tende a se comportar como manada nas mãos de mentes mais hábeis.
Ou seja, o presidente nas mãos de bananas, querendo pagar pra ver, e a torcida nas hábeis mãos de manipuladores eternos, esperando que o presidente justamente incida no erro de pagar pra ver.
Minha tristeza reside em que qualquer que seja a resposta para este quebra-cabeça, o Bahia perde, como sempre nos últimos oito anos.
Mas não há de perder sozinho! Todos os que estão destruindo esse patrimônio do Estado haverão de ser cobrados e responsabilizados.
Eu, por exemplo, dou minha palavra de que só darei meu voto em 2010 a candidatos que repudiem publicamente, através de ações efetivas, esse continuísmo destruísta que cava cada vez mais fundo o poço em que mantém o Bahia como refém.
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