é goleada tricolor na internet
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Publicada em 8 de novembro de 2020 às 20:34 por Marcelo Barreto

Marcelo Barreto

Prendam os Suspeitos de Sempre

Casablanca é um dos ícones do cinema. A estória todos conhecem: Rick, personagem vivido por Humphrey Bogart, é dono do Rick’s Café, ponto de encontro da noite de Casablanca e endereço de toda sorte de ladrões, refugiados e políticos do Marrocos. Sujeito amargo, não conseguiu superar sua paixão por Ilsa Lund, vivida por Ingrid Bergman.   O filme narra o cotidiano da casa noturna em meio aos dramas humanos da segunda guerra mundial. Ficou famoso, sobretudo, por uma frase atribuída a Humphrey Bogart que, na verdade, ele nunca pronunciou: “Play it again, Sam“, ao supostamente pedir ao pianista da casa que tocasse, novamente, a música que marcara seu romance com Ingrid Bergman – As time goes by.

     Mas, é sobre outra frase famosa do filme que falaremos. Ao presenciar e intervir em uma briga ocorrida na casa noturna, o chefe de polícia grita ao seus subordinados: “Prendam os suspeitos de sempre!”. Pois bem, da ficção para a realidade, foi esta a frase que me ocorreu ao assistir aos últimos jogos do Bahia, quinta-feira passada contra o Melgar, na reabertura da Fonte Nossa e, domingo, contra o Botafogo, pelo início do returno do Brasileirão.

Entra jogo, sai jogo e as atuações já se tornaram bastante previsíveis. Élber e sua falta de “fome de bola” (com a licença do mestre Nélson Rodrigues); Rossi e seu voluntarismo pouco eficaz; Nino e sua incapacidade cruzar bolas na área; Saldanha e sua dificuldade em jogar de maneira simples. De bom mesmo, as poucas mexidas em que conseguimos variar taticamente a equipe na partida contra o time peruano, como colocar Daniel mais avançado e acabar com a solidão de Gilberto, além da entrada de Fessin como titular, para reforçar a parte ofensiva da equipe. Não é pouco.  Desde o retorno do futebol, é a maior alteração tática na equipe tricolor, que deverá prosseguir com o retorno de Rodriguinho ao time. No lugar de quem? Pela postura de Mano Menezes no jogo de domingo, ele entende que Daniel e Rodriguinho não devem jogar juntos. Uma pena. Dou pistas da minha preferência nas primeiras linhas deste parágrafo.

Apesar dos dois triunfos, o comportamento da equipe e de alguns atletas em especial dão, cada vez mais, a exata noção das limitações do elenco. Mesmo com a prorrogação do prazo para fechamento da “janela de contratações”, não tenho muitas esperanças de novos reforços que façam grande diferença para a segunda etapa do Brasileirão, mas serão imprescindíveis para a próxima temporada. Embora, olhando em retrospecto, não contestasse a maioria das contratações, é fato que não surtiram os efeitos desejados, assim como é evidente que a diretoria demorou a entender isso e a agir como tal. Não é mais hora para lamentações. Temos que seguir com esse elenco, torcer, apoiar e contar com um pouco de sorte, que não faz mal a ninguém, como no lance do gol contra o Botafogo. Mas, é hora também de estar atento e cobrar mudanças no departamento de futebol. Para isso, estamos (os bem-intencionados, claro!) em momento propício, em razão do período eleitoral no clube.

Voltando às duas partidas, os resultados foram bons, ainda que o futebol não encha os olhos do torcedor de alegria, mas Mano Menezes conseguiu dar algum equilíbrio ao sistema defensivo e encontrou uma formação ofensiva mais eficiente, avançando Daniel (depois, Rodriguinho), Fessin e Gilberto. Isso na partida contra o Melgar, já que no horroroso jogo contra o Botafogo, faltou futebol. A tal ponto, que é difícil até comentar…

Na prática, nos garantiu uma classificação na Copa Sulamericana, uma premiação mais que bem vinda e mais três pontos no Brasileirão. Cabe aqui usar a frase jamais pronunciada em Casablanca: “Play it again, Mano”! BBMP! Valeu Papáá! (nossa homenagem ao já saudoso Jotinha).

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