Parte da torcida tricolor se anima, parte desconfia, e o presidente do Bahia continua fazendo suas apostas. Não será por falta delas que o Tricolor não deslanchará neste ano. Todavia, lembremos que quantidade pode ser bom, mas qualidade é fundamental.
O jogo que a diretoria tricolor está jogando entendo que é embasado na realidade do clube neste momento, o que priva a torcida de ver um clube estrelado, embora seja isto uma faca de dois gumes partindo do princípio de que o desconhecido será sempre uma incógnita.
É uma questão de convicção naquilo que se crê, e o presidente tricolor acredita que formará um grande time apostando em potenciais vindos do interior do Brasil e do Exterior, também. Tá errado? Não. É uma filosofia adotada com risco calculado em cima das suas convicções.
Aparentemente, estariam sendo repetidos os mesmos equívocos dos anos anteriores. Digo estariam porque para se formar opinião é necessário que os fatos se materializem. Criticar agora seria leviano porque constatar é preciso.
Tenho dito que o problema do Bahia é ausência de planejamento a médio e longo prazos. Culturalmente, as coisas acontecem no clube de acordo com a postura do time durante os respectivos campeonatos estadual e regional, uma espécie de pré jornada nacional.
— É um tiro de olhos fechados que historicamente tem sido dado e não se acerta o alvo.
Também precisa se levar em consideração que o orçamento do clube força esse tipo de situação. Soma-se a isto a política de pés no chão que o presidente tricolor implantou, que se por um lado o credibiliza, por outro demoniza-o. Depende de qual ângulo o torcedor quer ver.
Marcelo Sant’Ana vem cuidando do lado financeiro com responsabilidade, porém, a torcida exige contratações cinco estrelas e aí cria o impasse entre as duas partes. A exigência da torcida é compreensível, mas a atitude do dirigente é sensata pelo ponto de vista orçamentário.
— Só exemplificando, isso é como a responsabilidade fiscal dos estados e municípios, onde não se deve gastar mais do que se arrecada sob pena de colapso financeiro.
Atrela-se a isso a própria torcida tricolor, que vive orgulhosa com essa equação financeira que mantém, principalmente, os salários em dia.
Atlético do Paraná e Chapecoense são exemplos que possivelmente o Bahia esteja copiando porque conseguiram no ano passado fazer ótimas campanhas nos torneios disputados, respectivamente — outros mais festejados não fizeram –, com jogadores em sua maioria desconhecidos.
Então, é necessário se encontrar um ponto de equilíbrio para equacionar razão e paixão. Nem tanto à terra e nem tanto ao mar.
O que está faltando ao Bahia é saber usar com eficiência a sua própria marca. Buscar patrocinador que entenda a grandeza desse ícone do futebol brasileiro a começar pela sua história de pioneirismo, como por exemplo ser o primeiro Campeão do Brasil e o primeiro clube brasileiro a participar da também primeira Libertadores da América.
São argumentos que precisam ser usados com muita sapiência no sentido de atrair patrocinador de cunho nacional, ou multi — existe para outros clubes –, para bancar o sonho da torcida, que é ter um time à sua altura. Enquanto não houver ações nesse nível de excelência, será complicado atender aos seus anseios, torcedor.
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