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Publicada em 6 de setembro de 2010 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Relação entre abdome definido e a saúde

Muitos invejam o corpo dos atletas profissionais. No futebol é dado muito valor as pernas e abdome dos jogadores. A pergunta que não cala é: Será que um abdome bem definido é sinal de saúde?

Sem dúvida nenhuma a maior preocupação tanto dos homens como das mulheres, o abdome é uma parte do corpo que incomoda… E muito. Entretanto, não é preciso ter um do tipo “tanquinho” e a importância deveria ser dada não à estética, mas à saúde, a principal função. Nem sempre que nos deparamos com alguém que tem o abdome definido temos um atleta de saúde irreparável.

Esse grupo muscular, formado pelo reto abdominal, oblíquos e o transverso, é de grande importância na vida da gente, porque participa de boa parte das funções vitais: da respiração, ajudando a expulsar os gases, da saúde, da coluna, aumentando a pressão intra-abdominal, e os espaços entre os discos intervertebrais, da postura, mantendo o equilíbrio nas tarefas comuns, como andar, abaixar, levantar, sentar etc. e da compressão das vísceras. A micção, a defecação, o parto normal e a expiração forçada dependem muito do bom estado do transverso do abdome, um dos músculos que compõe a parede abdominal.

Algumas doenças se instalam no organismo por causa do mau funcionamento de órgãos protegidos pelo abdome, que se deslocam da sua posição anatômica com a flacidez desse grupo muscular. Num abdome protuso, ou seja, proeminente, o braço de resistência entre a lombar e o ponto mais distante aumenta, levando à uma hiperlordose lombar, que é aquela curva que temos na coluna próximo da região glútea, com todas as suas conseqüências. A hérnia de disco pode ser uma delas. Da mesma forma, um abdome fraco sobrecarrega os músculos intercostais e os paravertebrais, que passam a trabalhar sozinhos no dia a dia.

Outro fato é a questão do acúmulo de gordura abdominal está associado ao risco de complicações cardiovasculares. Os homens têm, por questões genéticas e hormonais, mais facilidade, e não é difícil comprovar isso. Essa é a chamada obesidade andróide, tipo maçã, enquanto a mulher tende a acumular gordura nos quadris, chamada de obesidade genóide, do tipo pêra. Vejam que esta história de mulher fruta é coisa científica, mas aqui vamos esquecer um pouco da mulher melancia e moranguinho.

Existe uma maneira prática de determinar o risco cardíaco, ou seja, o risco de termos um problema de coração, que é a relação da medida cintura quadril. O valor da medida da circunferência da cintura dividida pela do quadril, se o resultado for maior de 0,80 para mulheres e 0,95 para os homens, significa que o risco existe.

A gordura abdominal também pode estar associada ao diabetes tipo II, principalmente a visceral, sendo essa mais difícil de ser dominada. A combinação de exercícios aeróbios com anaeróbios – corrida, caminhada… x musculação -, tem dado resultados melhores do que simplesmente fazer “só” corrida, caminhada etc.

O Educador físico Luiz Carlos de Moraes diz: ainda sou partidário de aumentar a carga e diminuir a repetição porque as pessoas hoje em dia não têm muito tempo disponível para ficar fazendo séries intermináveis. Além do mais, muita repetição, aumentam as chances de estresse muscular e/ou contusões. O mais importante, entretanto, é fazer os exercícios abdominais com orientação profissional e carga certa para os objetivos desejados. Existem casos, como por exemplo atletas, em que a modalidade esportiva exija um abdome muito forte e resistente, justificando muita repetição. Claro, nesse caso os objetivos vão além da Qualidade de vida. De qualquer forma, o peso certo é também muito pessoal e na verdade vai depender mais uma vez das avaliações funcionais e de caso a caso. O teste físico e a orientação profissional é que vão determinar a carga certa, a repetição ideal para cada indivíduo e execução correta. Geralmente, o pescoço e a coluna não podem ficar prejudicados quando a carga está mal planejada em detrimento da biomecânica.

Todo treinamento deve ser lento, gradual e progressivo, com estímulos crescentes e períodos de descanso programados, visando a recuperação do músculo para uma nova carga. O grupo muscular do abdome não é diferente. Para quem gosta e não dispensa abdominal todo dia, pode-se alternar dias com cargas pesadas e sem carga. Nesse caso, os dias sem carga funcionam como repouso ativo. Treinar todo dia com a mesma carga e a mesma repetição, pode ser enfadonho, o aluno ter um ganho inicial e depois não evoluir mais e as chances de desistência passam a ser maiores.

Nas aulas de ginástica localizada alguns profissionais deixam para o final a execução dos exercícios abdominais, justamente o que muitos alunos não gostam de fazer. Entretanto, se for utilizado o método alternado por segmento usando séries curtas entre um exercício e outro, pode-se obter um maior número total de repetições de abdominais durante toda uma aula, e o que é melhor. Sem os alunos “sofrerem” tanto ou perceberem. Da mesma forma, é bastante discutível e não vejo muito fundamento as aulas de 30 minutos “só” de abdominal destinada ao público em geral, de certa forma virando moda em algumas academias no Rio de Janeiro. Uma aula de GAP (Glúteo, Abdome e Perna) tem muito mais chance de dar certo e a possibilidade de variação é enorme. O atleta, dependendo da modalidade praticada, precisa ter um “abdome de aço”, justificando certos métodos rigorosos de fortalecimento desse grupo muscular. Bom, nesse caso nem estamos falando de saúde…

Enfim, um abdome defino chega a ser um sonho de consumo para quase todo mundo, mas se o seu não é assim, não se preocupe. Você faz parte da maioria das pessoas. É pena que com poucos abdominais por dia poderia se evitar doenças como hipertensão, diabetes e problemas de coluna, além de melhorar a auto-estima.

Obs: Agradecimento a Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529 (artigo adaptado).

Dr. Fabio Costa CREMEB 15998 TEOT 8421 e-mail: [email protected]
Médico Ortopedista pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Especialização pela U.S.P. em Cirurgia Video-Artroscópica e Cirurgia do Joelho
Pós Graduação em Traumatologia Desportiva pelo C.E.G.O.N. do HCFMUSP
Titular da Soc. Latinoamericana de Artroscopia, Rodilla e Desporto (SLARD)
Titulo de Especialista pela Soc. Bras. de Traumatologia Desportiva (SBTD)
Titulo de Especialista pela Sociedade Brasileira de Artroscopia (SBA)
Chefe do Grupo de Joelho e Traumatologia Desportiva do INSBOT
Coordenador de Ortopedia da Clinica São Bernardo
Médico Coordenador do Esporte Clube BAHIA
www.insbot.com.br
www.doutorfabiocosta.wordpress.com.br

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