Responsabilidade ou falta de ambição?

O acúmulo de resultados medianos ou até mesmo ruins para o Bahia vem despertando insatisfação na torcida. Além disso, a inoperância executiva do Tricolor de Aço no mercado de transferências beira o incompreensível, diante das lacunas tão gritantes do time. Tudo sob a ótica da responsabilidade financeira que se justifica até certo ponto, uma vez que estamos acumulando eliminações precoces (Libertadores; Sul-americana) – além de deixar pontos pelo caminho no Brasileiro – justamente pela falta de goleiro, zagueiro e atacante.

O Bahia deixaria de ser financeiramente responsável, caso fizesse um investimento maior nessa janela atual, reforçando nossas chances de êxitos e maiores lucros oriundos de premiações?   Se o Bahia já tivesse um goleiro indiscutível, é possível dizer que ainda estaria na Libertadores. Se o Esquadrão tivesse mais um atacante com boa finalização, poderia até ter avançado como líder. Os pontos perdidos no Brasileiro, por falta das peças mencionadas, dariam mais segurança na batalha pelo G4? Nitidamente, sim. No esporte de alto rendimento, a ambição em todas as esferas do clube faz-se necessária.

Por vezes, a tão chamada “responsabilidade financeira” pode se tornar irresponsabilidade competitiva, além de dar o tom de uma falta de ímpeto por retornos financeiros maiores, por meio de conquistas dentro do campo. Dentro desse contexto, a direção deve abandonar essa letargia e impor mais energia para atuar no mercado de transferências.

A frustração de Rogério Ceni – durante a coletiva de imprensa no pós-jogo contra o Fluminense – foi evidente. O desconforto com o empate, visto como inaceitável pelo treinador e pela torcida, se justifica… uma vez que soa até como piada de péssimo gosto, o fato de termos um dos maiores goleiros da história do futebol como treinador, sem ter um goleiro seguro debaixo das traves. Esse inconformismo de Ceni faz parte da mentalidade vencedora que ele tem… e, nisso, ele está completamente sintonizado com os torcedores.