é goleada tricolor na internet
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Publicada em 10 de dezembro de 2008 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Retrospectiva

Fiquei um pouco afastado, pensando e refletindo sobre tudo o que está acontecendo. Muitas reuniões, discussões, protestos e nada, absolutamente nada de novo. Então, cheguei à conclusão de que o melhor ou menos cansativo é falar a respeito de futebol, dentro de campo, fora dele deixarei para quem realmente entende.

O que vimos esse ano não foi diferente dos anteriores. Começamos a temporada cheios de incertezas, medos e com uma falsa esperança de que poderia ser diferente. O time tinha a base do que sobrou de 2007, quando saímos do antigo porão do futebol brasileiro. Era reduzido, limitado, porém, esforçado. Previsível mesmo seria a falta de investimentos. Com a Fonte Nova fechada, nossa garantia de salários em dia não existia mais. O horizonte não parecia nada favorável.

Veio o Baiano. Fizemos, por que não dizer, uma bela campanha, sim. Perdemos o título por um gol, disputando até os últimos instantes contra o time de Canabrava. Foi emocionante, apesar de frustrante para a imensa nação tricolor. Vencemos clássicos, com direito a goleada no campo do inimigo, coisa que não acontecia desde 1998. A torcida parecia não acreditar no que via e isso nos levou a crer que, depois de sete anos, voltaríamos a dar uma volta olímpica.

Terminado o Baiano as atenções se voltaram para a Série B. Sem reforços não teríamos condições de pensar em ascensão, no máximo, se manter à duras penas na nossa segundona. Essa foi a previsão de todos antes do início do campeonato, não havia um sequer que acreditasse no sucesso do time. Mas o que vimos em campo foi diferente. Se tivéssemos vencido as partidas que empatamos em casa, teríamos conseguido a vaga. O nível técnico foi fraco e a maior prova disso foi a forma como o Corinthians chegou ao título.

Ainda assim, devemos destacar o grupo de jogadores. Eles se superaram! Dizer que honraram a camisa do clube é um pouco “démodé” para os tempos atuais. Mas ninguém pode acusá-los de falta de empenho ou que eles fizeram corpo mole. Não! É bom lembrar que, até aquele ato torpe de parte da torcida que invadiu o Fazendão para brigar com o grupo, – vale ressaltar que naquela época o time estava lutando com chances reais para ficar entre os quatro primeiros – nossa campanha era surpreendente. Coincidência ou não depois daquilo a decadência começou.

Em paralelo a isso, a turbulência na política continuava. O problema do atraso nos salários tornou-se incontrolável. Era de se esperar, a partir daí, que o time esmorecesse e que a possível volta ao porão se tornasse real. Sinceramente, não foi o que aconteceu. Vi uma ou outra partida em que os jogadores estavam desconcentrados, dispersos. Aquela do São Caetano é um exemplo. Mas não creio que eles tenham feito corpo mole. É que muitas vezes a gente confundia falta de qualidade com produtividade. E a verdade absoluta que tínhamos naquele cenário é que o grupo tecnicamente era fraco.

Legal mesmo foi ver o velho e bom Marcelo Ramos. O toque refinado, a inteligência com a bola nos pés e a facilidade para fazer gols não se perderam no tempo. E algo ficou bem claro: ele tem amor ao Bahia. Em todas as partidas ele se entregava ao máximo, saia zangado nos revezes e sorria como criança quando vencíamos. Espero que ele continue conosco ano que vem.

Ver a divisão de base aparecendo também foi algo interessante. Talvez pela necessidade do elenco, vimos alguns nomes surgirem. Eu destacaria um em especial: Williames. Com um pouco mais de experiência e orientação, tem tudo para ser um jogador promissor. Paulo Roberto, que todos apontaram como a grande revelação, ainda precisa melhorar, e muito. Foi utilíssimo no esquema do jogo do time, porém, depois que passou a ser mais conhecido e por conseqüência mais marcado, caiu de rendimento. Mas é ainda garoto e, se quiser, pode crescer. Douglas, Mário, Bruno Lopes, Ananias e Diogo vão nos ajudar também, é só não queimar etapas.

Não sei o que esperar de 2009. Com esse imbróglio na política e sem estádio, fica difícil fazer algum prognóstico. Sei que estamos endividados e esse é um fator complicador na montagem de um elenco. A torcida tem que entender isso desde já. Não é fácil aceitar, mas é a realidade nua e crua. Não adianta querer contratar jogadores com salários altos e não ter recursos para pagar. Pior, aumentar ainda mais nosso passivo.

O ideal é aproveitar a garotada. Vai ser sofrido, mas está mais próximo da nossa realidade. A não ser que apareça algum investidor que banque e espere o retorno a longo prazo, o que acho difícil. Sei que muitos não concordam com esse pensamento e eu respeito. O que todos querem é ver o Bahia voltar a campeão, seja lá de que forma for, endividado ou não, mas eu não penso assim.

Enfim, continuarei acompanhando as notícias na esperança de dias melhores.

Saudações tricolores!

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