O estado de Santa Catarina tem uma população de 6,7 milhões, renda per capita média em torno de 28 mil. Sua capital, Florianópolis, tem 450 mil habitantes, Joinville 630 mil, Chapecó 202 mil, Criciúma 204 mil e Blumenau 310 mil, aproximadamente. Como se vê, nenhuma metrópole. Porém, no estado existem quatro times na Primeira Divisão do campeonato nacional e um na Segundona.
Esses clubes têm estruturas modernas, embora com estádios medianos, com capacidade não superior a 25.000 lugares, dirigentes sérios e voltados para o profissionalismo, ainda que nem todos sejam remunerados, e a consequência é o sucesso do futebol naquele estado, mantendo seus clubes na chamada elite do futebol — acrescentando, também.
— A Bahia tem 16 milhões de habitantes, renda per capita entre 13 e 15 mil. Salvador e mais a região Metropolitana fecham em 3,5 milhões de pessoas.
Os clubes de Santa Catarina pagam salários em dia, dá condições de trabalho ao departamento de futebol, e a principal motivação para que haja tantos clubes na Primeira Divisão é a rivalidade entre as cidades. Cada cidade quer fazer o melhor pelo seu clube, e o que se vê é uma competição saudável e profissionalizada, muita responsabilidade, pessoas inteiramente voltada para a grandeza dos clubes.
O resultado não poderia ser outro: futebol fortalecido, apesar de emergente, é respeitado, clubes enxutos e absolutamente dentro dos seus respectivos orçamentos, não fazem bobagens, não insultam a inteligência do torcedor, conhecem exatamente o termo responsabilidade e entendem conscientemente que fora dela o futebol fica inviável. Podem questionar: o Criciúma caiu… E daí? Tem organização suficiente para voltar no próximo ano. E aqui na Boa Terra, será que o Bahia volta em 2015?
— Podem arguir: mas o Rio Grande do Sul e Minas Gerais são estados ricos e, a exemplo da Bahia, o futebol é igualmente polarizado. Certamente, mas vejamos que baita estrutura tem o Internacional, Grêmio, Cruzeiro e Atlético, com centros de excelência comparados aos da Europa. Graças a isto, brigam o tempo todo por títulos internacionais e conseguem, não raro. Aqui, briga-se para não cair, e o pior é que caem por absoluta estupidez.
Não quero tripudiar em cima do que está irremediavelmente abatido pelo próprio fracasso, não vai adiantar nada! Quero apenas fazer algumas perguntas que não consigo silenciá-las, por exemplo: como entender que um clube tenha um equipamento da grandeza da Cidade Tricolor e não tenha tido a capacidade para inaugurá-lo? Como entender que um clube não tenha um patrocinador master por ter perdido estupidamente o que tinha? Como entender não conseguir outro? Como entender não manter o clube no lugar que lhe é devido por direito? Como entender que pessoas que se afastaram, que não contribuíram pra coisa alguma no atual Bahia, exceto fazer futricas e trair ajudando a afundá-lo, querer voltar apoiando candidato?
Pedir títulos já estava sendo demais, mas pelo menos tivessem um mínimo de competência e dignidade para manter o clube na Primeira Divisão. O que fizeram foi atolar a “vaca” com as quatro patas, até a barriga, nesse brejo fétido da incompetência dos diretores — salvo alguma honrosa exceção.
A verdade é que o futebol na Bahia vai de mal para pior, especialmente no Bahia, onde os dirigentes são incompetentes e desunidos. Colocam sempre os clubes que dirigem em segundo plano e abaixo das suas vaidades em prol dos interesses pessoais. O exemplo disso foi o Bahia deste ano, quando as brigas internas e as traições saíram porta afora, numa exposição ridícula das suas mediocridades individuais. Nem perco meu tempo apontando A e B como culpados, foram todos aqueles que passaram por lá e esses que lá se encontram — com poucas exceções.
A Nação Tricolor associada têm de fazer a faxina passando o pente fino e eleger somente pessoas dignas que sejam verdadeiros tricolores, do presidente do clube ao conselheiro, claro, que entre os atuais existem os bons e espero que a torcida saiba identificá-los. Já o próximo presidente, terá de fazer uma faxina geral, obviamente, fazendo uma análise profunda de comportamento profissional e de caráter para que injustiças não punam o clube. Num desastre de proporções absurdas como o acontecido com o Bahia, sempre se salva algum componente bom e sadio entre os destroços.
FELIZ NATAL, BOA PASSAGEM E UM PRÓSPERO 2015 PARA TODOS!
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