Para algumas dificuldades no nosso cotidiano nem sempre encontramos plausíveis explicações. Mas não por muito tempo, porque os entornos da situação acabam por definirem pontos que nos dão a ideia exata de como corrigirmos as coisas criando meios de forma mais pragmática.
Que Guto Ferreira não deveria ser o treinador do Bahia para este ano, isso todos nós sabíamos desde que o dispensaram do Internacional. A torcida não o queria, mas a diretoria do Tricolor alegando que com ele, Guto, não sofreria a síndrome da solução de continuidade, o trouxe de volta. Agora, sob a pressão dos resultados, o dispensaram.
Rei morto, Rei posto. Não. No Bahia essa máxima foi contrariada. O Rei imposto que recentemente foi deposto ainda não foi posto – isso é um pouco confuso, mas não tanto quanto confusa e atordoada está a direção do Bahia pelos resultados até então.
Vanderlei Luxemburgo – nome meio monarquista que bem poderia ser esse Rei posto – nem está no pacote de especulações, mas poderia ser a solução para o Bahia. De futebol Luxa entende e fala de cátedra. Estrategista capaz de mudar o jogo com a bola rolando, teórico, prático e gestor que reina de fato sobre o elenco. Ademais, ainda tem o viés positivo de ele estar querendo fazer um grande trabalho em algum clube de renome no Brasil.
O Bahia precisa de um treinador respeitado pela sua própria história. Se é para ser um “meia boca”, então efetiva alguém de casa ou traz algum regional. Se for ao contrário, porém, deveria ser incluído no pacote especulativo o nome de Vanderlei. Por que não?
Transcrevo abaixo alguns pontos que achei interessantes só para dar uma ideia ao leitor de como está a insegurança no departamento de futebol do Bahia:
“A gente não conseguiu repetir o que tem feito dentro de casa. Dar mérito ao Grêmio também, que fez um grande jogo. Não tem que ficar lamentando. Já tem que virar a chave. Temos que buscar os três pontos de qualquer jeito contra o Paraná” (Flávio após derrota contra Grêmio).
Veja, torcedor, como está sendo difícil o lado psicológico dos jogadores quando enfrentam times bem organizado taticamente e no vestiário – lembrando que o Grêmio veio com um time reserva.
“Cara, não sei nem o que falar, para falar a verdade. Fizemos grande primeiro tempo, tivemos oportunidades de matar o jogo. Mas o futebol é assim. Quem não faz, toma. Temos que pedir desculpas à torcida pelo momento. Mas nosso grupo é forte e podem ter certeza que a gente vai sair dessa situação” (Élber, pós jogo com o Paraná).
“É o que vem acontecendo nos jogos. Uma bola a gente desliga e acaba tomando o gol. Não tem o que falar. Acertar os erros para não acontecer novamente. Vamos ter que ganhar de qualquer jeito domingo em casa” (Flavio, pós Paraná).
“Questão do treinador, se tem dificuldade no mercado. Estamos buscando e procurando trazer alguém com convicção. Temos urgência de trazer o quanto antes. Faltam duas rodadas para acabar essa etapa do Brasileiro antes da pausa (para a Copa do Mundo). Vamos trabalhar forte para trazer um treinador que se encaixe no perfil do Bahia. Mas não podemos sair correndo e colocar qualquer treinador aqui” (Diego Cerri).
O complexo de inferioridade do elenco tricolor passa pela inexperiência da Gestão em futebol e pela autonomia limitada de Cerri – tá mais para porta-voz que para as atitudes que deveria ter como diretor de futebol. Vamos aguardar os próximos capítulos e ver como acontecem as cenas finais.
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