Feijão, ainda, não é um craque. Rafinha, do Flamengo, não é um cabeça de bagre. Feijão serve ao Bahia, era nosso melhor primeiro volante e um jogador identificado com a torcida, apaixonado pelo Bahia, a ponto de dar declarações de torcedor em entrevistas oficiais. Rafinha é um jovem do Flamengo buscando um lugar ao sol, e que, em entrevistas recentes, deixou a entender que esse sol que ele busca não é o soteropolitano.
Tanto Feijão quanto Rafinha teriam lugar no time do Bahia. Os dois fariam bem ao elenco. Se o Bahia trouxesse Rafinha, seria um bom reforço. Pois o Bahia trouxe, que Rafinha seja bem vindo e jogue bem por aqui.
Desfazer-se de Feijão, futebolisticamente falando, é um prejuízo administrável. Acho Feijão melhor que Fahel, mas também acho Anderson Mello, Rafael Miranda, Diego Felipe, meu sogro e minha tia avó melhores que o ex-botafoguense.
O problema da troca Feijão-Rafinha não são os nomes envolvidos. É a manutenção de uma filosofia. Desfazer-se de Feijão não é perder um jogador nível X ou Y. É perder um projeto de ídolo. Alguém que a diretoria, ela mesma, tanto via como ídolo potencial que o utilizava na campanha de sócios – a agenda mais festejada da nova diretoria.
Por isso, trocar Feijão é um prejuízo muito maior que perder um primeiro volante. Não é pensar se é melhor ganharmos um atacante e cedermos um volante. É saber que não formamos mais ídolos. Que eles são, sempre, precocemente abortados.
Claro que essa negociação é muito diferente da que entregou Gabriel a preço de banana pro Flamengo. Mas a filosofia de não se respeitar a imberbe idolatria da torcida por um jogador é a mesma.
Isso sem contar a filosofia da baciada de jogadores desconhecidos ligados a um mesmo empresário, mas isso é assunto que precisa de maior apuração.
O fato é que a diretoria de futebol do Bahia ainda não trouxe um nome que empolgue a torcida, mas já perdeu vários. Por isso a troca de Feijão é ainda mais sentida. Ficamos órfãos, pelo segundo ano seguido, de um jogador altamente identificado com a torcida, para receber uma caralhada de jogadores cuja passagem pelo Bahia será apenas um carimbo na carteira de trabalho.
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