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Publicada em 4 de março de 2013 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Tempo para reflexão

Quando se diz que o futebol brasileiro anda nivelado tecnicamente por baixo não há exagero algum, acabou o tempo em que as chamadas grandes forças se impunham com largueza diante dos pequenos e médios clubes. “Nossos dirigentes não sabem contratar”, é o choro do torcedor brasileiro, porque aqui como em qualquer outro lugar, contratar é mais fator de sorte que de competência quando o dinheiro é escasso.

Se no Sul-Sudeste os times contratam os melhores dentro desse cenário de vacas magras, tecnicamente falando, é devido à própria condição econômico-financeiro daquela região. Sobra então o quê para clubes do Nordeste e demais regiões menos favorecidas no contexto? O Bamburro – como se diz na gíria do garimpeiro ao achar uma grande pepita de ouro –, ou jogadores depois dos 30 que buscam contratos mais longos numa condição de valores que o Sul-Sudeste não mais lhes oferece.

Venho batendo na mesma tecla, sempre; não adianta ficar tentando a sorte demasiadamente em cima do desconhecido, ou achando que jogador de nome internacional – brasileiros especialmente – venha para a nossa região motivado como um garoto.

Carlos Alberto, aquele mesmo espetacular meia que foi elogiado por Mourinho quando se sagrou campeão da Champion Ligue, foi contratado pelo Bahia e só fez um jogo de padrão técnico alto que foi contra o Fluminense – 1×0 gol de Jobson – no Engenhão. Dali em diante ele até tentou, mas a motivação não era a mesma que seria jogando por um clube do Sudeste, principalmente, do eixo Rio-São Paulo.

O Próprio Carlos Alberto, conversando com meu filho – Renato –, quando perguntado por este se havia comprometimento do jogador “rodado” como ele, em clubes como o Bahia, ele foi categórico em dizer que não havia esse comprometimento na mesma proporção, por exemplo, da “prata de casa”, ou, do jogador regional. E disse que isso não era ser mau caráter, apenas se tratava de algo natural, não de propósito. Para mim isso não foi e nem é novidade alguma, foi apenas ratificação dos meus próprios sentimentos.

– Carlos Alberto, atualmente defendendo o Vasco da Gama, está jogando muito, como em seus primórdios, e é finalista do campeonato carioca.

Por que fazer reflexão. Pelo simples fato de uma constatação óbvia. Saíram precoce e vergonhosamente do Nordestão, Sport, Santa Cruz, Bahia e Vitória. Pensa que acabou aí? Não. O Fortaleza perdeu nas semifinais e o Ceará idem. Perderam pra quem? Campinense e Asa de Arapiraca, respectivamente. Quem são os melhores clubes do Nordeste? Asa e Campinense.

Bahia, Sport, Ceará, Fortaleza, Vitória e Santa Cruz… Senhores, respectivos presidentes, está justo isto? Justo pode estar, mas certo jamais! Entendo que isto é questão de competência. Nome não joga, nem de clube e nem de atleta, e foi nessa armadilha que caíram os “grandes” acima citados. Não arrisco dizer qual clube será o campeão baiano, a Copa do Nordeste deu-me o juízo necessário para entender que o favoritismo regional não mais existe. É o que dizem as evidências.

Como reverter essa situação não é difícil imaginar, difícil é abrir mentes retrógadas que não enxergam o futebol atualmente como um dos maiores negócio do planeta. Deixem o fanatismo, as vaidades e as rivalidades para as torcidas. Profissionalizem ao máximo seus clubes e se entendam como empresários comuns, porém competentes como em qualquer outro negócio.

Por exemplo, o Santa Cruz, um clube tradicionalíssimo, importante no contexto do futebol como um todo, está à deriva e ninguém se une para salvá-lo. Não falo de unidade diretiva interna porque esta já provou toda a incompetência possível. Falo de união regional para salvar um clube que na série D conseguiu colocar 100.000 torcedores no Arruda, seu estádio e não só por uma vez.

Nesses aspectos o problema não são os clubes e nem suas torcidas, sim seus dirigentes. Então deveria haver simpósios regionais e parcerias fortes entre clubes para traçar novas diretrizes, trocar ideias, e enfatizar experiências, como troca de jogadores por exemplo, porque isto aceleraria o lado motivacional e grandes revelações aconteceriam.

Lembro-me que em 1966/67 o futebol baiano estava ressurgindo de uma crise imensa, talvez a maior de sua história – causada por um “coronel” do Vitória –, e o Bahia precisou da ajuda de Náutico e Sport para formar um time digno de disputar o campeonato… Não havia dinheiro. Então vieram do Recife para cá, Toninho, Ailton, Breno, China, João Adolfo – lembro-me apenas desses –, todos sem oportunidades em seus clubes de origem e que aqui se tornaram ídolos.

É isso que precisaria existir entre os clubes da nossa querida região, interação profissional e não bairrismo. Essas interações até serviriam para combater um pouco mais essas aves de rapinas que são os agentes/empresário-procuradores, que transformaram a vida dos clubes em real inferno de sobrevivência, pois, os clubes revelam e eles roubam. É o futebol nordestino que precisa ser repensado urgentemente!

JOGADOR PROMESSA

Quase pedi para parar o mundo quando parte da torcida do Bahia considerou Lúcio Maranhão a grande contratação que o Bahia não fez. Quase pirei quando Cáceres foi anunciado pelo rival como jogador da seleção Paraguaia… Lúcio Maranhão está com passaporte visado para qualquer clube que o queira, enquanto que o Cáceres é literalmente paraguaio.

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