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Coluna

Djalma Gomes
Publicada em 08/05/2022 às 17h49

Tudo evolui e tudo se mexe

 

A bola da vez é a S.A. do Futebol e a propalada compra do Bahia pelo Grupo City, que deve ser concretizada em breve. Entretanto, o assunto vem portando uma carga excessiva de especulações, gerando expectativas e polêmicas. Isso tem criado dúvidas e medos, mas o que a torcida necessita entender é que não há mais espaço para clubes grandes sem altos investimentos. O futebol vem passando por uma troca de identidade sem precedentes, desde que se tornou um dos maiores negócios do mundo. 

  • Acabou aquele modelo romântico que nos fazia querer entender os europeus assistindo às partidas do esporte bretão, de paletó e gravata.     

Nada permanece estático porque a evolução não tem um patamar como limite. Alvin Toffler – sociólogo, escritor e futurólogo, Norte americano –, em sua obra “Choque do Futuro”, livro escrito em 1970, previu que o mundo evoluiria para uma Era digital – imagine a sua capacidade de pensar o futuro. Em 1980, Toffler escreve “A Terceira Onda” onde o autor, conhecido por suas publicações pós-futuristas, faz um ensaio sobre o que deverá ser a sociedade pós-moderna do século XXI que ele considera como sendo a terceira grande onda econômica mundial. Não estava equivocado – “A Terceira Onda” é um best-seller, ainda muito interessante. 

Pela primeira vez na história, algumas culturas estão se defrontando com algo parecido com o painel de controle da mudança pessoal, com instrumentos poderosos para a compreensão e a possibilidade de o indivíduo assumir o controle da sua própria transformação. Essa grande e irresistível onda de paradigmas que hoje nos empolga, não é de natureza religiosa, científica ou filosófica. É uma nova mentalidade. 

É essa mentalidade que está nesse universo dinâmico da vida moderna que vai se expandindo para novos estilos de condutas, de forma irreversível. Às vezes de uma maneira confusa porque as metamorfoses são imposições naturais doloridas e nem todos estão preparados para uma transformação de grande impacto. Tudo está muito diferente, embora algumas mentes mais radicais estejam demorando para entender esse momento de aceitar um mundo mais real, com novos conceitos, bem pragmáticos.  

  • Nenhuma cultura mais resistente ficará incólume a esse processo irreversível que vai compondo uma nova história na vida humana como se fosse uma onda gigante sobre arcaicos maus costumes e práticas deletérias que vai do indivíduo, à Política, às empresas, e à sociedade como um todo. 

No futebol as coisas não são diferentes, porque tudo evolui e tudo se mexe com um dinamismo incomum. Algumas mudanças são mais bruscas, mas quem não embarcar suas ideias nesse mundo moderno e revolucionário previsto pelos futurologistas, dando a sua contribuição à sociedade, vai ficar para trás a ver navios passando ao largo da linha do horizonte.  

  • Os clubes que entraram num labirinto administrativo, financeiro e técnico, do qual não conseguem sair, precisam se transformar em S.A.F. para atrair investidores. Ou isso ou a morte da instituição, porque a onda do modernismo é tal qual um Tsunami.  

A SAF chegou para ficar e está muito diferente do passado, época em que alguns clubes se transformaram em S.A. e não foram à frente porque a carga tributária girava em torno de 34% e as cláusulas eram complicadas, daí que não deu certo porque o ônus sufocava o bônus. 

No atual modelo esses impostos atingem 4 % e, as cláusulas contratuais, contidas na SAF, são mais favoráveis aos clubes. Não sou um expert no assunto, muito longe disso, sou apenas curioso, mas nada cético a respeito do modelo. Li e reli a Lei, e só consegui ver mais prós do que contra. Claro, é preciso saber como implantá-la no clube e bem discuti-la com o investidor interessado em se tornar sócio majoritário.  

Acho que nesse ponto o Presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, tem sido efetivo e responsável. Sabe que um passo desse tamanho causará uma mudança grande e definitiva no clube, e tem de ser dado com absoluta segurança. A demora não é um prejuízo, é uma necessidade da prudência, pois, trata-se de uma mudança muito profunda e qualquer descuido pode colocar um projeto, incialmente bem planejado, em algo confuso e muito complicado.  

  • A mudança é a única coisa que oferece novas oportunidades – Ross Schafer 

O futebol é um patrimônio imaterial da humanidade, cujo poder de influência já chegou a paralisar uma guerra no continente africano, na Era Pelé. Isso triplica a responsabilidade com a qual devem ser tratados os megas negócios inerentes aos clubes. No Brasil, sabemos qual a cultura que estamos tentando dizimar, e um mínimo deslize, uma falha de interpretação, uma intermediação com ausência de luz sobre os fatos, pode colocar uma referência moral e ética em desgraça. Então, os detalhes que dificultam um avanço mais rápido devem ser harmônicos com o contexto porque envolvem uma decisão muito importante, inclusive, pela sua sensibilidade. 

Fato é que o Bahia foi ágil e encontrou o comprador certo na hora certa, e isso precisa e deve ser creditado à diretoria executiva do clube na pessoa do seu presidente Guilherme Bellintani, já questionado, pasme, sobre um possível intermediário no negócio. Ora, o regime é capitalista e um grande negócio necessita de pelo menos um intermediário. Faz parte, porque nada nasce no mundo dos grandes negócios sem um semeador de ideias que faça dos projetos uma realidade, e isso tem um custo normal. 

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