é goleada tricolor na internet
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Publicada em 9 de novembro de 2014 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Uma entrevista de luxo

Faz muito tempo, anos, que não leio sobre o Bahia uma matéria tão esclarecedora, tão importante para o atual momento tricolor, como a entrevista que Reub Celestino concedeu ao ecbahia.com. É praticamente uma cartilha em tom de desabafo em alto nível. Após ler toda a matéria, não precisei de muita reflexão para dissertar sobre o assunto, fui entendendo e processando cada pergunta respondida. Quem precisa refletir são os que brigam por espaços dentro do clube e o desune com brigas desnecessárias e pequenas. Quem precisa refletir é quem tentou aviltar Reub Celestino ao convocá-lo para uma reunião de Conselho sem a devida autoridade sobre o mesmo, reunião para a qual ele não foi.

Peço licença, bem como a compreensão do Sr. Reub, para publicar aqui nesta coluna alguns dos trechos mais importantes da sua entrevista, pautada em cima da realidade do clube e de todos os equívocos administrativos. Todas as respostas estão embasadas na experiência vivida pelo entrevistado, que quando perguntado sobre uma possível queda para a Segunda Divisão respondeu para reflexão da torcida:

“Pelo lado financeiro é ruim porque recebe menos dinheiro e é duro voltar. Para isso tem que ter uma disciplina muito grande. O Bahia não pode brincar de colocar pessoas que fazem parte de grupos da torcida na diretoria. Tem que colocar pessoas competentes. Do mercado de futebol, tem que ser o cara que entenda de futebol e pessoas que possam assessorar. Se você me perguntar se o Bahia vai cair, acho que vai. O time de futebol é fraco. A organização está fraca e tudo leva a crer que vai cair. A minha vontade é de que não caia. Mas tem aquela coisa de que a Serie B acaba sendo desafiadora para um processo de organização. Se isso for necessário, é melhor que o Bahia caia para se organizar melhor e lutar numa linha reta de sucesso”.

Tenho que confessar que tinha dúvidas sobre o profissional Reub Celestino em se tratando de futebol — cidadão à parte –, mas agora tenho é que lamentar a sua ausência do clube porque quem perdeu não foi ele, Reub, foi a Instituição que não vai conseguir se organizar para realmente se tornar um clube exemplar sem profissionais da competência e grandeza do Reub. O Bahia não pode e nem deve ser “trem da alegria”, empregando pessoas incompetentes para cargos que são decisivos e permitindo que grupos enfiem goela abaixo do clube membros que na verdade deveriam ter consciência maior do seu papel de oposição.

Dezembro chegará trazendo as eleições democráticas — único ganho do Bahia, até aqui, nesse processo de renovação (…) — e espero que o próximo presidente faça então uma limpeza completa no organismo do clube, embasado, inclusive, nessa matéria de Reub. Vou até mais além: a matéria deveria servir como cartilha para que o Bahia seja de fato um clube organizado e livre!

— Transcrevo mais um trecho da rica entrevista.

“É um absurdo que o Bahia paga de passagens aéreas. Haviam viagens que eram desnecessárias. Inclusive de pessoas que acompanham a equipe. Assim como jogadores em excesso e equipes de apoio. Não estávamos num time rico. O Bahia é um time pobre e empobrecido. Então as minhas rusgas eram em cima disso. Queria preservar uma instituição que eu gosto e eu era responsável”.

Ficando na Primeira Divisão, ou caindo para a Série B, o próximo presidente deverá atuar com liderança absoluta para não permitir disputas internas e muito menos ceder à sanha do corporativismo empregador de incompetentes dentro do clube. Nada de negociar espaços, a Democracia tem de fazer o papel dela e os grupos têm de deixar que os eleitos executem suas funções em paz. Esse Bahia do futuro não pode e nem deve levar esses vícios deletérios pra lá.

Mais do Reub: “O Bahia não tem patrimônio. Se pegar o patrimônio hoje e vender não sobra nada. As dívidas são muitas. Só as dívidas fiscais somam mais 120 milhões de reais. Quando chega a essa situação, o time está falido. Se o time não tem como cobrir, com os patrimônios as dívidas que tem, é um clube tecnicamente falido. Agora, é claro que o time tem salvação mas é de forma dolorosa, árdua, precisa de muita disciplina e leva anos. Precisa de muita seriedade. Não pode ir no embalo na torcida. Não pode se dar ao luxo de contratar jogadores caros”.

Esta é a realidade do Bahia: ou segue a linha da ética e do amor pelo clube, ou quem for eleito e não tentar impor a sua legitimidade, vai dar com os burros n’água. Há, também, males que se não for tratado na consciência de cada indivíduo, torna-se suplemento para que os equívocos no clube se sucedam por osmose… Falo da torcida política que apoia incondicionalmente os erros de quem dirige o clube atualmente. Essa patrulha política e burra que tenta censurar opiniões tem de entender o Bahia com o bom senso que a inteligência determina.

No mais, é só pra dizer que, independente do fato de agradar ou desagradar, sigo escrevendo o que a minha consciência dita e acho que devo. A minha função como colunista não é de criticar por criticar, é de me posicionar de acordo com os fatos. Se vai incomodar ou não incomodar a alguém, ou a quantos queiram, não é problema meu, é problema de quem quer tapar o sol com peneira.

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