Falando sob a luz da realidade, a gestão de Guilherme Bellintani fracassou na primeira vez e está fracassando na atual. Pelo menos até aqui. O Kaizen não funciona na gestão belintaniana — se é que há alguma relação no Bahia com esse método Japonês. É incrível o Bahia anacrônico de Bellintani & Cia. É totalmente em desacordo com qualquer coisa de moderno e sensato. Confesso que acreditei e me deixei iludir pelo discurso do “Samaritano” presidente Tricolor.
“Tolo é aquele que naufragou seus navios duas vezes e continua culpando o mar”.
A metodologia filosófica de exelência no Japão é o Kaizen, foi implantada desde o fim da Segunda Guerra Mundial e refere-se às práticas que incidem sobre a melhoria contínua dos processos de manufatura, engenharia, gestão de negócios, família, ou qualquer processo, tais como na área da saúde, psicoterapia, life-coaching, governos, bancos, esportes e outras diversidades da cadeia produtiva.
— Permita-me leitor explicar a etimologia da palavra Kaizen: Kai significa excelência, sucesso e êxito. Zen significa virtudes.
No Bahia, nada de êxito ou virtudes são verificados. Se tentaram uma melhoria contínua pensando no Kaizen, faltou combinar um estágio com o pessoal da terra do Sol Nascente.
Francamente, não sei quando vi o Bahia numa onda de insucessos tão longa quanto a atual. Os fatores que levam a isso são conhecidos desde que se pretendeu misturar Política com futebol. Mas agora tem também a ver com a insensibildade da diretoria para com a paixão do torcedor e com o próprio desconhecimento de causa dos dirigentes.
— O futebol ainda é movido por interesses políticos. A propósito, não entendo a Fonte Nova sendo ainda usada como hospital de campanha já que existem opções bem mais adequadas ao momento — estão transformando o belíssimo estádio num gigante cartão postal de sombrias lembranças sem a alegria que era seu motivo maior de existir.
Retomando o curso do texto, o desmonte parcial da estrutura do time também ajudou a gerar isso que vivenciamos com sentimento de fracasso. Claro que ainda tem uma metade do campeonato para melhorar, mas na relatividade das possibilidades pode também piorar. Qual é a esperança que alimenta a quase desiludida torcida Tricolor, seria uma renúncia coletiva da diretoria do clube? Ideal talvez, mas o torcedor sabe que a chance disso acontecer é zero.
— O que reduz esperanças, revela angústias. O torcedor do Tricolor terá de aturar por mais dois anos e meses essa fábrica de desilusão que se tornou o Bahia.
Destituir treinador é prerrogativa do presidente Tricolor. Mas jogá-lo na vala comum dos culpados não passa de uma atitude mediata com transferência de culpa de quem não aceita dividi-la. Ele sabe que as dificuldades do Bahia tem suas causas intrínsecas na sua própria administração.
Ocorre que é mais fácil usar a velha prática do “cala boca” que acalma o torcedor. Então demitiu o pernambucano Dado e contratou o argentino Diego Dabove. Pronto, impacto perfeito. Se no Fortaleza tem um argentino que faz sucesso, agora temos um argentino também e, ainda por cima, com o poder de dar uma acalmada na massa. É assim que funciona o anacronismo no futebol.
— Buena suerte, Dom Diego Dabove, vas a necesitar. Pero deseo que tenga condiciones de trabajo tan buenas cuánto las prometen. Pero hay que mirar más adelante del dirigente.
A corda vai sempre romper do lado de quem a puxa à borda do barranco… As coisas no futebol têm peculiaridades culturais, e uma delas é que má fase de time é causada pela “incompetência” do treinador. Erre quem errar, o culpado é o treinador. Dado vacilou em alguns momentos, sim, mas são coisas do desespero de quem trabalhou duro no afã de acertar o rumo com o que havia disponível porque o solicitado, ou combinado, não aconteceu.
Enquanto isso os autênticos culpados passam ao largo da verdade vendendo ilusões e culpando o passado pelo presente infeliz. A memória não é curta, algumas pessoas é que têm o mal hábito de ver o presente sem imaginar como esse chegou. São incapazes de percorrer o trajeto entre passado e presente memorizando a saga. Por culpa ou má vontade, fato é que não valorizam os fatos que fazem a história. Às vezes por conveniência.
Qual a explicação para uma meta colocada numa placa do vestiário Tricolor, em Pituaçu, onde está bem claro que conquistar 6 pontos em 5 jogos é o objetivo? O que será que projeta para o futuro uma diretoria tão pobre de espírito vencedor como essa do Bahia ao estabelecer metas indignas da grandeza do clube? Isso por si só explica a “má fase” do Esquadrão (…) de Aço e ao mesmo tempo também explica a diretoria em peso.
Ora, se quem dirige e paga não responsabiliza os jogadores exigindo desses uma contrapartida de acordo com o que merece o Bahia, não serão esses jogadores que irão se empenhar.
Tomara que melhore muito, mas está preocupante e cheio de dúvidas o futuro do Bahia. Dificil de acreditar que haja mudanças profundas na forma de agir dessa diretoria. Não obstante o pensador dizer que “é no fogo da dúvida e do caos que o sábio adquire sua têmpora”. Aguardemos, mesmo porque é o que resta.
OPPORTUNITY / BAHIA
Em minha opinião, formada pelo que tenho lido e ouvido, todos os presidentes pós Petronio Barradas são responsáveis por esse prejuízo ao Bahia se não vinham honrando o compromisso assumido em 2008 quando clube e banco fizeram um acordo. E assim seguiu depois da Intervenção — que por sinal foi feita para “salvar o clube”. Todos foram omissos, os presidentes pós intervenção negligenciaram quando não ajuízaram uma ação para anular o acordo.
Agora, depois que o Opportunity ajuizou uma ação, consideram o acordo como “distrato absolutamente criminoso” — e foi mesmo muito nocivo ao Bahia. Mas nesse caso, por que deixaram transcorrer mais oito anos sem tomar as devidas providências? Agora a bomba está chiando no colo da negligência enquanto se espera que o julgamento da ação venha a ser favorável ao Bahia, embora isto seja confiar demais na lei das possibilidades. A pergunta é; há outro caminho? Deus ilumine os defensores do Bahia na causa, porque a situação é grave!
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