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Antigo preparador se defende da queixa da nova comissão técnica

Notícia
Entrevista
Publicada em 21 de julho de 2016 às 12:56 por Vladimir Costa

Em longa entrevista publicada pelo globoesporte.com, preparador físico Reverson Pimentel, recentemente demitido pelo Bahia, apresentou seus argumentos sobre as queixas do treinador Guto Ferreira acerca da condição física do elenco tricolor. Em sua fala, Pimentel defende seu trabalho, queixa-se do calendário de competições e faz uma mea culpa no caso Edigar Junio. Confira trechos:

“Hoje, o Bahia tem um departamento, de muito dinheiro que se investiu, porque não foi pouco dinheiro, que comprova que o problema não é esse – inicia Reverson Pimentel, para depois completar o raciocínio.

– Não concordo [que o problema do Tricolor seja a preparação física]. Se pegar, e o clube tem todos esses dados, os últimos 58 dias até a minha saída, da final do estadual, dia 8 de maio, até dia 5 de julho, a minha saída, a gente ficou 58 dias jogando a cada três dias. Foram 18 jogos.

Se você fizer uma conta, a cada três dias e meio a gente estava entrando em campo. Sessenta dias sem treinar, sem conseguir dar uma carga, sem ter uma semana aberta para treinamento, é claro que o jogador acaba destreinando algumas capacidades.

Porém, não quer dizer que ele esteja mal fisicamente, até porque os dados do GPS, as análises de jogos, o clube tem esse levantamento, os jogadores corriam mais no segundo tempo do que no primeiro – afirma.

A coletiva pós-derrota contra o Vila Nova não foi a única vez que Guto Ferreira se queixou da condição dos atletas. O treinador voltou a tocar no assunto após a intertemporada do Bahia em Porto Seguro e também ao avaliar o empate diante do Sampaio Corrêa, na última sexta-feira. Na ocasião, o treinador tricolor afirmou:

– A gente tem problemas físicos. Não é gás, não é correr. É força […] – resumiu. 

Para Reverson Pimentel, há aí um problema que remonta para a formação do elenco desenhado por Doriva, que tem uma característica de trabalhar diferente da do atual treinador. O Bahia de hoje tem poucos jogadores de força como gosta Guto, por isso o clube voltou com tudo ao mercado – são cinco contratações (nem todas oficializadas) nos últimos dias. 

– Quando você monta um elenco, você consegue dar uma carga de força e melhorar a força. A característica do grupo do Bahia, eu vou te dar um exemplo: o Cajá não é um jogador de força. A gente consegue dar força, mas ele não é um jogador de força. A gente fez um trabalho, quando ele voltou da da Arábia, a gente fez um trabalho por 15 dias e foi colocando ele para jogar. Cajá não teve lesão nenhuma.

Lucas Fonseca ficou um ano na China, quatro meses parado, e a gente conseguiu recuperar poupando de um jogo ou outro, mas a gente conseguiu fazer todo o protocolo de condicionamento sem que ele sofresse lesão muscular.

O Hernane não é jogador de força. Hoje, o jogador de mais força no Bahia é o Edigar Junio. É o jogador de mais força. O Luisinho não é um jogador de força, o Juninho não é um jogador de força – avalia. “

Sobre o retorno do atacante Edigar Junio, que pouco depois voltou a se contundir, Reverson admite que o trabalho realizado não foi o ideal:

“Edigar é um jogador intenso, de força, um jogador de fibra rápida, um jogador que acaba tendo um trabalho maior de lesão. Quando a gente fez o retorno do Edigar, se você perguntar para mim se foi o processo ideal, não foi, mas a gente precisava do jogador, é um jogador importante. Ele conseguiu jogar alguns jogos que fisicamente não estava 100%, só que ele conseguiu jogar.”

A respeito da ausência de força apontada por Guto Ferreira em entrevista, O ex-preparador argumenta:

“Quando você faz um planejamento anual e você sabe que não tem espaço, você fala que é o problema do futebol brasileiro… Quando você fala em força, mas não tem tempo para trabalhar, você trabalha com uma carga reduzida, porque a cada três dias você tem que estar em campo de novo, você tem logística de viagem, você tem o estresse de viagem, e aí você não consegue dar uma carga alta.

Porém essa carga alta tinha sido planejada para dar nesses dez dias, nas duas semanas abertas que vão ter agora, e teoricamente nos 16 a 18 dias que o Bahia vai ter na parada para Olimpíada. Você vai ter 40 dias para treinar. Aí sim você faria um trabalho para melhorar a questão de força. Porque, 58 dias não existe o atleta não destreinar um pouco. O que posso dizer? Contra o Ceará a gente foi superior fisicamente, contra o Vila Nova a gente foi superior fisicamente.

Por que? Contra Vila Nova e Ceará, com as derrotas, a gente correu muito mais do que contra o CRB que a gente ganhou de 3 a 0, contra o Paysandu que a gente ganhou. A gente correu mais nesses jogos. O tempo todo nosso time terminava pressionando os jogos. Não só os dados da fisiologia, como os dados do DADE mostravam isso.”

Reverson ainda afirmou que acredita que o condicionamento físico do Esquadrão vai melhorar e fez questão de destacar que há diferença entre o perfil de time que agrada o atual treinador em relação àquele montado por Doriva, isso, segundo ele, demanda uma adaptação.

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