Passado o primeiro ano de gestão na presidência do Bahia, Guilherme Bellintani foi o entrevistado desta semana do programa Papo Catiguria, do canal Bar FC. Em mais de 1h20min de um bate-papo descontraído e informativo, o presidente tricolor falou sobre os mais variados temas relacionados ao Esquadrão e também a sua vida.
Dentre os temas falados pelo presidente tricolor, Bellintani avaliou seu primeiro ano de gestão na diretoria executiva do Bahia, citou seus erros e acertos, explicou como é feita a projeção do orçamento para a temporada seguinte. Também falou sobre temas como vendas de jogadores em 2019, diretos de TV, troca de treinador, contratações, entre outros assuntos.
Confira alguns trechos da entrevista e assista ao programa completo:
Avaliação da temporada de 2018
“Fora de campo, evoluímos muito. Cumprimos com folga a meta de ampliação de orçamento e eu digo sempre que futebol brasileiro é evolução orçamentária. O reflexo disso é enorme dentro de campo. Cumprimos outros compromissos de campanha, como marca própria, clube mais atuante em questões sociais, uma continuidade de uma gestão responsável sobre o ponto de vista administrativo e financeiro, com pagamentos de obrigações, sem criação de novas dívidas. Acredito que conseguimos alavancar a gestão fora de campo. Foi um ano de crescimento. Dentro de campo, acredito que foi um ano de bons resultados. Infelizmente tivemos aquela dor na Copa do Nordeste, mas com a melhor campanha. Tivemos a melhor campanha no Brasileiro nos últimos 17 anos, igualamos a melhor campanha na Copa do Brasil e batemos recorde de avanço na Sul-americano. Pulamos do 21º para o 15º lugar no ranking da CBF, o time que mais subiu de posição”.
Orçamento para 2019
“O orçamento é um indicador. Quando começamos a gestão em 18 de dezembro de 2017, tínhamos uma despesa projeta para 2018 de R$ 120 milhões e uma receita projetada de R$ 102 milhões. Então, sentei na cadeira de presidente com R$ 18 milhões de déficit. Hoje, se a gente estivesse terminando tendo recebido o valor de contrato de direitos internacionais de placas, que há um imbróglio jurídico entre a empresa e a CBF, e nenhum clube recebeu o valor de R$ 5 milhões, e se a gente tivesse recebido o valor do empréstimo de Régis que está em atraso, a gente teria terminado o ano sem déficit. Ssão dois contratos assinados que a gente não recebeu ainda. Com a ausência destes dois contratos, ainda está com um déficit de R$ 8 milhões. Então, o orçamento quer dizer onde a gente quer chegar de uma forma conservadora”.
Receita com vendas de jogadores no orçamento de 2019
“A gente coloca no orçamento R$ 25 milhões de vendas de atletas. O saldo que temos hoje a receber de Zé Rafael, uma eventual venda de Becão, que é provável, e um resíduo de Jean, daria R$ 18 milhões. Então, a gente ainda precisa ter R$ 7 milhões de novas receitas ainda não efetivadas”.
Possível venda de Ramires não seria destinada a despesas regulares do clube
“Sempre tenho dito que Ramires é um mundo à parte. Eventualmente, se a gente fizer alguma negociação por Ramires, aquele valor não será incorporado ao orçamento ordinário do clube e não será gasto com as despesas ordinárias do clube. Nosso objetivo é, fazendo uma venda da dimensão de Ramires, é realocar estes recursos em algum plano estratégico do clube, visando justamente o plano centenário. Foi um compromisso meu de campanha também encerra minha gestão e de Vitor Ferraz, em 2020, com o planejamento até 2031 do clube. Pelo menos o macroplanejamento estabelecido. E uma venda como esta seria como vender o Fazendão por R$ 20 milhões. Eu coloco Ramires neste mesmo patamar. Então, se a gente conseguir negociar ativos do clube nesta dimensão, é ruim que isso entre na folha de futebol, porque nem todo ano vou ter um Ramires. Se fechar um contrato para 2019 contando com o dinheiro de Ramires, eu faço o que em 2020?”
Assista ao Papo Catiguria com Guilherme Bellintani
Direitos de TV para 2019
“Nós não temos contrato assinado com Pay-per-view e nem com TV aberta. Nós balizamos este orçamento de 2019 considerando a proposta que havíamos recebido da Globo em março de 2018. Nós tínhamos uma proposta e não aceitamos. Não quer dizer nós ainda temos esta proposta, porque eles retiraram e não quer dizer que venha mais. Mas foi ela que a gente usou como referência para colocar no orçamento de 2019″.
“Hoje estamos brigando, no bom sentido, com as duas. Temos divergência com a Turner por pagamento a mais ao Palmeiras. A Turner pagou R$ 60 milhões a mais ao Palmeiras, quando o contrato dizia que não poderia só poderia pagar a mais se todos os clubes concordassem. A Turner está, de certa forma, buscando uma solução. Nós decidimos que não vamos lutar pelo destrato. Vamos lutar por uma indenização, por um valor a mais. Eu sou sempre otimista nas negociações, mas se não for possível vamos discutir judicialmente. Mas o contrato está garantido. Com a Globo, ela fez uma proposta a nós, para o Athletico Paranaense e ao Coritiba que nós não aceitamos. Desde então, a Globo vem sinalizando que poderia reapresentar e nós dizendo que não vamos aceitar aquela proposta. Qual o ápice disso? Final de março, começo de abril, que é quando o campeonato começa. A partir disso, a gente tem mais três meses”.
Contratações
“Quando dizem, ‘jogador tal está fugindo do padrão do Bahia’, o que um treinador está pensando daquele jogador? Qual o desejo daquele treinador que é estudioso sobre o tema? Sobre Guilherme, não estou confirmando nada, mas foi um jogador que Enderson falou que gosta, independentemente se vem ou não vem. (…) Ainda sobre Guilherme, se puder contratar nestas condições que estão falando, eu vou fazer. Compensar R$ 2 milhões em salários significa que o Bahia não paga INSS, férias, 13º, nada disso”.
“(Tréllez) foi um jogador que foi colocado em pauta em uma conversa que tivemos com o São Paulo. Não rechaçamos naquela mesa, mas nunca avançamos na negociação. Zero de avanço”.
“Existe uma coisa que eu acredito, independentemente se o treinador pediu ou não, não adianta querer fazer um time com muitos jovens. Tem que ter cascudo no meio. Tem que ter um cara cascudo que, mesmo se não aguentar jogar os dois tempos, mas consegue entrar aos 15 do segundo tempo e mudar o jogo. Pode ser que não dê certo, que se contunda, mas faz parte do futebol. Errado seria contratar oito jogadores deste tipo. Mas de dez, você contratar dois caras como esses, que possam se recuperar no clube, eles podem ser decisivos em vários jogos. Não precisamos contratar apenas titulares, mas sim um elenco”.
Com a participação de Dalmir Campos, colaborador do ecbahia.com, o Papo Catiguria foi comandado por Cascio Cardoso, Bruno Queiroz e Alvinho Accioli.
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