O Bahia caiu de divisão. Após ter “batido na trave” em 2020, desta vez a equipe tricolor conseguiu o feito medíocre de terminar o Brasileirão no Z-4 e ser rebaixado para a Série B nacional.
Após a partida, quem concedeu entrevista coletiva foi o presidente Guilherme Bellintani, respondendo a perguntas feitas por jornalistas sobre os motivos que levaram o Bahia a amargar uma nova queda para a segunda divisão.
Diante do maior fracasso de sua gestão no Bahia, Bellintani garantiu ter ciência de que a responsabilidade é sua e que a decepção da torcida com sua gestão é correta.
“Toda raiva e toda a decepção do torcedor teve comigo, e tem nesse momento, são absolutamente compreensíveis. Eu sou o grande responsável pelo que aconteceu, não tenho dúvidas. As decisões são tomadas ou autorizadas por mim. Agora é ter humildade, e dentro das circunstâncias ter tranquilidade, para recolocar o Bahia de volta à Série A de maneira positiva”.
“Nada que eu falar vai diminuir a tristeza do torcedor, mas posso dizer que errei tentando acertar, mas não foi suficiente para evitar tamanha tristeza que eu coloquei no coração de cada um de vocês. Posso me comprometer com muito trabalho, muita dedicação, para que a gente está volte de onde está saindo nesse momento.
“A responsabilidade é absolutamente toda minha, sou o presidente do clube. Seja as decisões tomadas diretamente por mim ou pelas pessoas que contratei para tomar as decisões. Isso vai para cada funcionário do clube. Mas a decisão de cada uma dessas pessoas está sob a minha responsabilidade”.
Mesmo após a reformulação na gestão, o Bahia caiu. Bellintani elenca erros da temporada.
Em resposta à pergunta feita pelo ecbahia.com, Guilherme Bellintani se alongou na resposta ao citar os pontos que foram cruciais para uma campanha terrível na Série A, culminando em uma queda que, em vários momentos, se mostrava inevitável.
“Para que a gente tome decisões corretas a partir de agora, não podemos fazer análises superficiais e generalistas. Nada que eu falar tira minha responsabilidade, mas se formos olhar o filme que passa na nossa cabeça, o grande erro não existiu, mas sim vários erros sequenciados”.
Além de citar os erros cometidos por sua gestão, ele também destaca as dificuldades que enfrentou de uma temporada para a outra.
“A mudança que fizemos no fim da temporada passada não surtiu o efeito que a gente imaginava. No fim de 2020, tínhamos um déficit muito grande. Em 2021, montamos um time sem absolutamente nenhum investimento. Gastamos quase nada na aquisição de atletas, porque precisávamos devido a um dos piores anos financeiros da história do Bahia. Tomamos uma decisão corajosa de não gastar o dinheiro que não tínhamos”.
“Não tivemos pré-temporada e tivemos que montar um time sem tempo e sem recursos. Logo na sequência, o título da Copa do Nordeste nos deu uma leitura que com aquele time teríamos um bom nível de competitividade no Brasileiro. E está aí o nosso erro, ter entendido que aquele time conseguiria fazer um campeonato sem ameaças. Isso não foi possível. O time perdeu competitividade, ficou oito jogos sem vencer. Depois tivemos outro erro grave, que foi um trazer um técnico estrangeiro.
“E depois que trouxemos Guto, com números razoáveis, não deu tempo para livrar o time. Mas nada tira minha culpa. Foi um campeonato atípico. A proximidade de times que brigavam por Libertadores e contra Z-4 foi imprevisível. O que aconteceu na reta final, com arbitragem, foi um grande absurdo. Inclusive o pênalti de hoje é mais uma na lista de polêmicas do Bahia. E só um lance foi em benefício do Bahia, que foi contra o Cuiabá. Por mais que eu não coloque na arbitragem a responsabilidade, é importante pontuar que nas últimas sete rodadas, o Bahia foi prejudicado cinco vezes”.
Comparação sobre erros de 2020 e de 2021
“Eu, sinceramente, não acho que houve necessariamente o mesmo tipo de erro de 2020. No ano passado, erramos em contratações com investimentos altos. Nesse ano, tivemos uma profunda dificuldade financeira. Não conseguimos ter competitividade, mas deveríamos ter montado um time mais competitivo sim”.
Por que você acredita ser capaz de recolocar o Bahia na Série A?
“Porque eu acredito. Eu aprendi nesse tempo de vida que a vida não é só feita de sucessos, mas também de fracassos. Aprendi muito por onde passei que os fracassos acontecem, decepcionam, machucam, mas temos que olhar para eles e entender que fazem parte da nossa vida. E é assim que eu enfrento meus problemas”.
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