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Notícia | Entrevista

Publicada em 22 de julho de 2021 às 16h21

Bellintani defende venda do Fazendão, explica preço e uso do dinheiro

Presidente fala sobre o que sócios vão votar no sábado em Assembleia Geral

Victor de Freitas

Os sócios e sócias do Bahia vão decidir neste sábado (24) sobre a venda ou não do Centro de Treinamento Osório Villas Boas, o popular Fazendão. Com uma oferta de R$ 22 milhões na mesa, a Diretoria Executiva já recebeu parecer positivo do Conselho Fiscal e aprovação do Conselho Deliberativo. Agora, aguarda a sinalização da torcida para dar andamento às negociações.

A proposta é da MRV, com pagamento a ser realizado em 30 parcelas: 18 de R$ 488.888,89 e 12 de R$ 1.1 milhão. Associados e associadas vão votar através de uma Assembleia Geral que acontecerá de forma online.

O CT do Fazendão foi colocado à venda logo após a mudança definitiva do clube para a Cidade Tricolor, no início de 2020. Com isso, o antigo local de treinamentos do Esquadrão se tornou obsoleto, sem uso, mas ainda assim gerando custos milionários de manutenção.

Em entrevista ao Programa do Esquadrão, no aplicativo Sócio Digital, o presidente Guilherme Bellintani defendeu a venda do imóvel, explicou que o valor da oferta é justa e comentou ainda sobre outros detalhes referentes ao futuro do dinheiro a ser recebido caso o Fazendão seja vendido.

Como o preço foi definido

Um dos motivos que geraram questionamentos nas redes sociais foi o valor proposto pela MRV. Alguns acreditam ser baixo. Segundo Bellintani, o preço está dentro do que indicam laudos periciais.

O preço correto do Fazendão está entre R$ 18 e R$ 26 milhões, segundo laudos periciais. Lembrando que esse valor conta com o terreno no Jardim das Margaridas. Indo para as propostas, nós recebemos três propostas em 2020, de três empresas diferentes. MRV e a Sertenge, que depois tirou a proposta. A MRV apresentou R$ 22 milhões incluindo o Fazendão e o terreno. A Sertenge apresentou proposta de R$ 19. Em março, a MRV apresentou nova proposta, de R$ 22 milhões só pelo Fazendão. O Terreno do Jardim das Margaridas vale entre R$ 1 e R$ 2 milhões. Com ele, chegaríamos muito próximo do valor máximo e bem distante do valor mínimo. (...) Preço de imóvel não é questão de opinião. É questão técnica. Até acho que alguém pode questionar tecnicamente, só não concordo que a opinião é que o preço está baixo. Não existe opinião de preço de imóvel. Existe avaliação técnica”.

Destino do dinheiro não será o futebol, mas sim a quitação de dívidas

“Queremos vender o Fazendão para quitar a dívida trabalhista. Esse é nosso objetivo. Lógico que a venda do Fazendão será em parcelas, e o pagamento da dívida também. (...) Importante dizer, não estamos vendendo o Fazendão para contratação e pagar salário de jogador. Nossa dívida é imensa. Temos R$ 150 milhões entre dívida fiscal e trabalhista”.

“Nós vamos ter a oportunidade de vender um patrimônio imobilizado, com custo enorme por mês e por ano, para pagar dívida trabalhista. São 12 parcelas de R$ 600 mil, isso antes da pandemia, mais R$ 1 milhão em outubro. Dá R$ 8,2 milhões. Não vamos alocar os R$ 8,2 milhões no futebol, mas teremos esse valor livre para também alocar no futebol”.

O que os sócios vão votar no sábado

Bellintani ainda esclareceu que a votação a ser realizada na AGE não representa especificamente aceitar esta proposta da MRV. Segundo o dirigente, o aval será dado para que o clube comunique ao mercado que o valor mínimo é de R$ 22 milhões, podendo receber ou não novas ofertas.

“O que estamos aprovando no sábado, e espero a aprovação, o que estamos propondo é que o sócio aprove a venda do Fazendão por no mínimo esse valor e dessa forma. Não estamos aprovando a venda para a MRV. (...) Se qualquer um entre segunda-feira e a venda, que deve durar de 60 a 90 dias, trouxer proposta melhor, podemos fazer com a proposta melhor. O que os sócios e sócias votarão no sábado é a venda por, no mínimo, as condições apresentadas pela MRV”.

E se a venda não for aprovada?

“Se os sócios e sócias não aprovarem a venda, fechamos o Fazendão, mantendo como está hoje, o IPTU volta a subir porque não será mais utilizado como clube social, vamos manter por R$ 2 a R$ 3 milhões por ano”.

Cláusula de 24 meses

"O que a MRV faz, como todas fazem, em terreno com algum nível de insegurança, ela chega para o dono e fala que quer comprar, mas só vai comprar se puder construir tal modelo de prédio. Quando se verifica se pode construir, se fecha o negócio. Se não conseguir a liberação, ela não quer o terreno. Se o Bahia quiser receber alguma quantia antecipada e o prédio não for aprovado, o Bahia devolve o dinheiro. Mas só devolve se receber antecipado. Se não pegar, a MRV vê se tem a autorização, quando tiver, paga. Se não tiver, não paga. Só teremos que devolver o dinheiro se pegarmos antes. Se formos pegar no momento da aprovação, não devolve nada. Não tem multa. É uma responsabilidade nossa, do Bahia. O Conselho Fiscal decide com a gente se vamos pegar dinheiro antecipado. Se acharmos que tem risco, não vamos pegar. Se acharmos que está seguro, vamos pegar. Não tem risco do Bahia pagar multa ou dinheiro excedente. Por que a MRV não quer pagar antes? Porque a MRV quer construir determinado tipo de prédio, não quer deixar guardado. Nosso terreno está perto do aeroporto, tem limitação de andar, está em uma zona ambiental. Nossa pista de acesso é muito estreita. A prefeitura aprovaria a construção de mil unidades habitacionais com aquela pista? A construtora quer comprar, mas precisa que o empreendimento seja aprovado".

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