O presidente Guilherme Bellintani falou de forma prolongada sobre a SAF em entrevista ao podcast Segue o BAba, do portal ge.globo. Dentre os temas abordados, ele reforçou sua posição de que não busca um ‘cheque’ para um projeto apenas de curto prazo.
Diferentemente do que muito se imagina, a iminente chegada do Grupo City não mudará o patamar do Bahia da noite para o dia apenas por fatores financeiros, de acordo com afirmação do dirigente tricolor – que, novamente, não citou em nenhum momento o nome do conglomerado árabe.
“Vamos imaginar um contrato de R$ 500 milhões. Não é esse o valor, só estou dando como exemplo. Você pode fazer um projeto de R$ 50 milhões por dez anos de aporte extra no clube ou fazer um projeto de R$ 250 milhões por ano nos dois primeiros anos. Vai contratar grandes estrelas, virar Atlético Mineiro, como exemplo, que tem injeção de capital externo para jogadores que vão solucionar jogos em curto prazo. Não é esse o projeto que escolhemos”.
Bellintani afirma que escolheu um projeto de médio e longo prazo, com uma injeção anual de recursos que é inclusive menor do que o próprio parceiro propôs nas negociações.
“O projeto que escolhemos é um dinheiro importante por ano, mas é menor do que poderia ser porque estamos objetivando um negócio de médio e longo prazo. Nós escolhemos isso. Não queremos um time de estrelas no ano que vem. Não é essa a proposta”.
Como será o projeto?
“(…) A gente vai investir, sim, em contratações, em infraestrutura, vai construir um projeto de base bem audacioso. Para você pegar um menino de 10, 11 anos, nós não temos condições disso hoje, de por exemplo trazer um menino de Belém-PA para morar aqui, ter uma vida financeira estável porque é um destaque da geração 2010 lá. Até sabemos como fazer, mas não temos condições. O clube parceiro vai investir nisso para que daqui a dez anos esse menino possa ser um destaque da geração dele jogando no Bahia. Depois vai para a Europa, não tem problema”.
“O nosso projeto é de elevar, sim, o nível do elenco, mas de trabalhar no médio e longo prazo, inclusive com formação de jogadores desde muito cedo, com grandes destaques, ou até adquirindo atletas de 16 ou 17 anos que estão se destacando em outros clubes. Mas diria que o projeto também vai precisar de jogadores mais experientes, de atletas que tragam equilíbrio emocional para o clube”.
Nenhuma contratação foi feita com auxílio do parceiro
“Não é o caso de Ricardo Goulart, não que ele não tenha qualidade técnica, mas é porque nenhum movimento do Bahia foi feito já sob a ótica da relação que teremos com a ótica do novo investidor. Não quisemos isso. Se você começa a pedir ajuda para o potencial parceiro, você se enfraquece no ponto de vista da negociação. Ele diz: ‘ok, tome uma migalha, tome R$ 5 milhões aqui, tome R$ 10 milhões para ajudar você a subir, mas também essa cláusula aqui, que você está tão exigente, vamos tirar?’”.
Bahia não precisa de parceiro para subir, diz Bellintani
“Não tem coisa mais importante para o Bahia do que estar bem na competição da Série B. Não é objeto de chantagem, mas é bom sentar na mesa e dizer: ‘meu time está bem, não ganhamos nada ainda, mas não precisamos de você para ser competitivo na Série B’. Zero influência, financeira não. Até pedimos opinião informalmente e trouxemos jogadores que foram atestados pelo parceiro, mas também por nós, que foi em uma lógica informal de colaboração e não pedindo autorização”.
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