Bellintani explica erros na gestão de futebol e fala sobre Cerri

Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

Está chegando ao fim o triênio do mandato de Guilherme Bellintani como presidente do Bahia. Candidato confirmado para concorrer à reeleição, o dirigente comenta sua gestão no futebol e das ações afirmativas lançadas pelo clube durante os últimos anos.

Bellintani é criticado na maior parte das vezes porque a gestão do futebol teria sido abaixo do esperado entre 2018 a 2020 – mesmo que ainda com a temporada em andamento.

Para o atual presidente, a gestão esportiva é vítima do sucesso conquistado fora das quatro linhas. Contudo, admite falhas que fizeram com que os resultados no campo não acompanhassem a evolução administrativa e financeira.

“No geral, o futebol evoluiu. Saímos de 21º no ranking da CBF para 10º. A grande questão é que quando se toma como parâmetro as grandes evoluções no clube como um todo, o futebol poderia ter rendido mais. A gente tem falhas que fizeram com que o resultado do futebol não acompanhassem a evolução do clube fora de campo. Somos um pouco vítimas do sucesso que a gente estabeleceu, não só por mim, mas todo processo de condução”, comentou o presidente, em entrevista para o podcast Segue o BAba, do portal GE.globo.

O dirigente também comentou sobre o trabalho do diretor Diego Cerri à frente do futebol do Bahia. Ele voltou a discordar de críticas que responsabilizam apenas um nome por insucessos.

“Eu evito colocar a responsabilidade em uma única pessoa. O mesmo Diego Cerri que poderia ser campeão da Copa Sul-Americana em 2018, hoje é muito criticado pela torcida. Ele tem responsabilidade, eu tenho responsabilidade, todos temos”.

Erros da gestão de futebol

Bellintani citou como principal erro na gestão esportiva o fato de ter ligado a diretoria de futebol diretamente à figura de Diego Cerri.

Para ele, precisa haver mais colaboração e aumentar o número de pessoas ligadas a decisões do futebol.

“Eu acho que nossa gestão de futebol tem três erros significativos. O primeiro, no elemento estrutural. Fizemos a diretoria de futebol uma semelhança de um diretor de futebol. Diego Cerri significa a diretoria de futebol. O que é equivocado. Não podemos colocar o departamento de um clube sob responsabilidade de uma única pessoa. Caso esteja no clube a partir da nova eleição, primeira decisão é tornar diretoria de futebol mais abrangente, com participação de mais profissionais, independente da continuidade ou não de Diego Cerri. O segundo erro está nas decisões tomadas a partir dessa estrutura, como de contratação ou formação de elenco. E o terceiro erro, mais difícil de ser evitado, são os desdobramentos da pandemia. A gente não soube tratar, por exemplo, o tema da preparação física. Os atletas ficaram quatro meses parados”.

Ações afirmativas

Outro fato criticado pelo presidente é o de ligar ações afirmativas promovidas pelo clube aos resultados dentro de campo.

“Essas lutas não deveriam ser temas da esquerda, mas de todos. Dentro do clube há pessoas que votam na esquerda ou direita. O grande problema é que o país está tão polarizado, vira uma coisa complicada. Mas isso não deve nos assustar. O Bahia não vai se afastar disso. Acho injusto e covarde as pessoas ligarem isso ao resultado do futebol”.