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Notícia | Entrevista

Publicada em 16 de março de 2023 às 17h58

Bellintani reafirma modelo da Libra como mais realista para o Bahia

'A Libra não é Flamengo e Corinthians contra o resto', garante Bellintani

Victor de Freitas

bellintani99
Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

O Bahia foi o último clube a aderir a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) como grupo para negociar direitos de transmissão e outras situações de forma coletiva nos próximos anos.

Com liberdade para a escolha, o presidente Guilherme Bellintani voltou a sair em defesa do modelo da Libra, detalhando os motivos que fazem deste grupo o melhor para um clube do tamanho do Bahia.

A principal razão pela qual Bellintani acredita que a Libra tem um projeto melhor do que a Liga Futebol Forte (LFF) é pela proposta de transição aprovada em reunião no último mês.

Segundo o presidente tricolor, em entrevista ao ge.globo, a trava de redução da distância das contas do primeiro para o último colocado é o principal motivo que faz da Libra a melhor opção.

A conta da Libra é feita de uma forma que a distância do primeiro para o último diminui gradativamente de acordo com o aumento da receita. A trava não é R$ 4 bilhões, é R$ 2.7 bilhões, e, a partir daí, a diferença já começa a cair absurdamente. É só olhar a planilha. Então na verdade o que estamos fazendo é uma regra de transição, que é conectada ao mundo real. Não é perfeito. Para mim, o que não fica muito claro, muito reto na minha opinião, é defender um modelo que na prática é inexequível. Porque se Flamengo e Corinthians (negociarem) a qualquer conglomerado de mídia, eles terão algo parecido com o que há hoje”.

Atualmente, os clubes do Campeonato Brasileiro possuem uma receita total estimada em R$ 2 bilhões. Portanto, a ideia é de conseguir até dobrar esse valor com o passar do tempo, através dos futuros contratos de transmissão da Série A.

Como escolheu a Libra?

Bellintani ressalta que um clube com o porte do Bahia opta pela Libra por entender que as estratégias traçadas são mais realistas, citando também o fato que participou ativamente da formulação da proposta de transição para reduzir a distância de valores que serão recebidos pelos clubes.

“O Bahia é um clube médio, economicamente médio no futebol brasileiro, e adere muito ao discurso dos clubes pequenos e médios de justiça na divisão de receitas. E a liga é uma oportunidade para isso. Ora, se o Bahia é um clube médio e adere a esse discurso, por que aderiu à Libra, que é, sob o ponto de vista da imagem, aquele grupo que reúne os mais poderosos do futebol brasileiro? Por que a gente escolheu por um caminho que supostamente estaria relacionado à concentração de poder ou de recursos? Porque vimos na prática que não é bem assim.

(...) A Libra tem formulado estratégias e se aberto a discussões e avanços que podem fazer com que a gente alcance um modelo que, se não é perfeito, é muito próximo do possível para uma fase seguinte ao desenvolvimento econômico do futebol brasileiro. Em síntese, a gente passou a participar de um ecossistema que favorece muito a discussão, a mudança de dentro para fora e avanço constante por maior equilíbrio. A gente vê isso na prática. Eu fui o último a aderir e estou aqui representando o grupo”.

“O Bahia está muito à vontade nesse modelo. Entramos com dois propósitos: provocar uma mudança de curto prazo nessa divisão, e já provocamos nessa última assembleia, foi um grande avanço, e a questão da governança, da decisão por unanimidade, que é um temas que queremos discutir e na próxima assembleia teremos outra fase nesse aspecto”.

A Libra não é só Flamengo e Corinthians, diz Bellintani

Mesmo tendo sido o último a entrar e presidente de um clube do Nordeste, Bellintani afirma estar satisfeito por ter tido suas considerações debatidas por todos os clubes que formam o bloco. Ele garante que a Libra não é uma disputa entre Flamengo e Corinthians contra os outros.

“O que procuramos fazer dentro da Libra é que haja concessões de todos os lados, a Libra não é Flamengo e Corinthians contra o resto, não é isso, a forma de discussão não é essa. E eu sou um clube médio, economicamente falando, o último a entrar, um clube nordestino, enfim, e as minhas pontuações, as planilhas que fiz e apresentei nos primeiros momentos foram muito consideradas e debatidas, tanto pelo Mubadala quanto pelos clubes, e os pontos foram ouvidos para esse novo modelo. Eu estou dizendo que o Bahia, com 10 dias de Libra, o Thiago Scuro, do Bragantino também, fizemos uma planilha conjunta, e essa foi praticamente a matriz desse novo modelo. Então a Libra não é Flamengo e Corinthians contra o resto, e o nosso objetivo é reduzir a distância entre clubes”.

Bellintani descarta ‘revolução’, mas entende que modelo pode ser mais justo

“Acredito que teremos um futebol brasileiro capaz de arrecadar mais e dividir melhor a receita. Mas, repetindo, não acredito em um sistema Robin Hood, ilusório, de que teremos uma revolução no futebol brasileiro. Não há uma crise que justifique a gente entender que vai romper com a lógica e promover justiça ao extremo. Eu gostaria muito que a diferença entre o primeiro e o último fosse de 2, ou 1.5, mas não é algo factível. Estamos chegando na Libra a um modelo bem razoável”.

Modelo de divisão de receitas da Libra (cotas de TV do Brasileirão)

A proposta aprovada na última assembleia determina a seguinte divisão inicial:

  • 40% de forma igualitária;
  • 30% por performance (posição final no campeonato);
  • 30% por engajamento, calculado pela audiência dos jogos.

Após a transição, quando se atingir R$ 2,8 bi de receitas, a divisão será:

  • 45% de forma igualitária;
  • 30% por performance;
  • 25% por engajamento.
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