Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
O Bahia fechou a 33ª rodada do Brasileirão com uma derrota por 3 a 0 para o Cuiabá, em casa, marcada por uma série de erros que resultaram em protesto da torcida nas arquibancadas.
Em sua entrevista coletiva pós-jogo, o técnico Rogério Ceni avaliou o desempenho dos seus jogadores em campo e explicou sua estratégia tática para encarar o Cuiabá.
Para ele, houve erro de posicionamento tático da equipe desde o começo do jogo.
“Não acho que ficamos atrás. Acho que nós nos posicionamos mal. Quando eles escalam um terceiro zagueiro, Cauly e Everaldo eram para fazer essa marcação e Biel acompanhar pelo lado esquerdo. A gente acaba não pressionando as viradas, Biel vem pelo meio e possibilita que eles virem de lado. O time não jogou retraído. Foi um sistema muito parecido com o Yago tentando fazer a função do Thaciano, Biel e Cauly com Everaldo na frente”.
Ceni admite a falta de oportunidades claras do Bahia na partida, mas afirma ter visto um time com mais ofensividade quando ficou com um a menos.
“Tivemos o controle do jogo, mas não tivemos ataques contundentes. Aliás, quando ficamos com dez jogadores parece que ficamos com melhor toque de bola e penetração do que quando estava 11 x 11. Acho que falhamos na parte tática de cumprimento de funções. Quando vimos a escalação com três zagueiros, nessa função era dois para três e o Biel cumpriria mais essa linha de quatro. E até pelo ímpeto de ajudar, ele acabou fechando um pouco mais e acabamos tomando essas bolas. E acho que erramos mais passes do que o normal, não conseguimos nem bolas fáceis construir”.
“Não foi uma noite feliz. Combina com 20 minutos um cartão vermelho, um pênalti e um gol. É uma carga muito pesada para superar. Acho até que o time se portou bem com 10 x 11, criou algumas oportunidades, mesmo com inferioridade numérica, mas é um jogo que fica pesado psicologicamente quando se toma um gol e perde um jogador expulso”.
Opção de tirar Biel
A substituição de Biel, para compor a ala esquerda após a expulsão de Camilo Cándido, chateou torcedores que entendiam que Yago deveria ter saído.
Segundo Ceni, para manter o time competitivo em campo e teoricamente sofrer menos defensivamente, a sua única opção era de decidir entre Biel ou Cauly para sair do jogo.
“Contra o Grêmio, jogamos com Cauly e Everaldo por dentro. E hoje eles vieram com uma linha de cinco atrás. O que nós tentamos foi com três homens de meio, sustentar com Acevedo, Rezende e Yago, tendo Cauly como ligação e colocando Juba para recuperar o posicionamento da lateral e ter um cara mais ofensivo, para ter no mínimo uma ligação. Eu poderia ter tirado o Cauly, mas é difícil até tomar uma decisão com 20 minutos de jogo. Eu achei que valeria a pena essa substituição. É claro que poderia ter tirado Cauly e trazer Biel para essa função, mas o Cauly como armador domina mais essa posição. É uma escolha difícil que se tem que tomar em segundos e não poderia deixar os três (Cauly, Biel e Everaldo) em campo, porque fatalmente tomaríamos mais gols. Agora é lógico que se eu tiro Cauly, a pergunta seria essa”.
Protesto da torcida e atitude dos jogadores
Rogério Ceni também falou sobre como entendeu a atitude de alguns jogadores que optaram por ir até os torcedores que protestavam. No entanto, para ele a decisão deveria ter sido de ficar no meio do campo.
“O que eu noto dos jogadores é que precisamos manter o torcedor ao nosso lado. Claro que é um momento delicado da competição. Por mais dificuldades que o adversário oferecesse, nós tínhamos condição de vencer. E é uma decisão de não se separar do torcedor, eu acho que essa era a intenção dos que escolheram irem ao torcedor. Mas o torcedor é emotivo. Em uma derrota como essa, não vai pensar com a cabeça fria e é compreensível. Poderíamos ter ficado no meio do campo, lamentar como nós lamentamos o resultado e entender que o torcedor, logicamente, fica chateado”.
Para o técnico, é de difícil compreensão da torcida, no calor do momento, o fato de o Bahia ter atuado por mais de um terço do jogo com um a menos.
“É difícil para o torcedor compreender que jogou com 70 e tantos minutos com um jogador a menos. Mas eu acho que foi no intuito de manter esse elo com o torcedor. Temos mais três jogos aqui. Perdemos um jogo que vai fazer falta, mas não estamos fora. Domingo temos mais um compromisso e o torcedor vem fazendo sua parte. Hoje gritou muito alto, sentimos a presença do torcedor, mas um pênalti com expulsão é mais difícil de processar sabendo que está no início do jogo. A vontade dos atletas era de externar a lamentação e pedir que o torcedor não nos abandone. Mas no domingo precisamos do triunfo para nos manter vivo”.
Choro de Biel após sair
“Ele ficou nervoso porque ninguém quer sair com 20 minutos, qualquer jogador vai sair chateado”.
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