Fonte: Reprodução / Portal Mídia Esporte
Em 2016, a gestão do então presidente Marcelo Sant’Ana assinou um contrato para a venda de seus direitos de transmissão do Brasileirão em TV fechada ao Esporte Interativo, por um período de 2019 a 2024. O que parecia um contrato vantajoso na época, se tornou um “super problema” para o Bahia desde o primeiro ano de parceria.
Em entrevista ao canal Sou Mais Bahia, o presidente Guilherme Bellintani detalhou todos os problemas causados pela empresa norte-americana, Turner, detentora do Esporte Interativo.
O dirigente tricolor citou uma dívida de R$ 2,5 milhões que a Turner já possui com todos os clubes com quem tem contrato de TV fechada, além de estar tentando quebrar o contrato de forma unilateral. Ou seja, por suposta irregularidades causadas pelos clubes.
Para isso, o Bahia e os demais presidentes dos clubes que assinaram com a Turner se juntaram para tentar receber o dinheiro que a empresa já está devendo e prosseguir com o contrato de maneira limpa.
“De fato, a Turner ainda não pagou nada. Já existe o débito de mais de R$ 2,5 milhões que tínhamos que ter recebido da Turner. Imagina em um momento de pandemia como esse deixar de receber quase R$ 3 milhões. É muito grave, muito ruim, em um momento em que os clubes precisavam de parceria a Turner tirou nosso tapete. Então, estamos discutindo. Ainda não chegou a vias judiciais, mas essa medida está sendo tomada por todos os clubes. Petraglia (presidente do Athletico Paranaense) foi quem se manifestou sobre isso, mas é a união entre os clubes. Nós, conjuntamente, decidimos contratar os mesmos advogados, mesmos negociadores. Os clubes se uniram e estamos dialogando com a Turner por meio de um único canal. A gente se reúne uma vez por semana e traça estratégias, a partir daí vai para o enfrentamento. A gente tem muita segurança de que o contrato precisa ser cumprido”.
Problemas com a Turner desde o início do contrato
Bellintani citou também o fato de a empresa ter dito que as luvas seriam pagas de forma igual a todos os clubes, quanto, na realidade, havia depositado R$ 60 milhões a mais para o Palmeiras. A irregularidade foi investigada e descoberta pelo Bahia, o que fez com que a Turner precisasse renegociar e adicionar valores a todos os clubes envolvidos.
“É um contrato que já teve problemas há algum tempo. Quando entrei no clube, em dezembro de 2017, havia a informação de que a Turner teria pago luvas iguais para todos os clubes. Eu e Vitor Ferraz, quase em um trabalho pessoal, descobrimos que havia uma coisa estranha. A partir daí, descobrimos que o Palmeiras havia recebido não só R$ 40 milhões, mas sim R$ 100 milhões de reais. A Turner continuava negando isso, mas descobrimos desarquivando documentos no cartório de São Paulo e no conselho fiscal do Palmeiras. Conseguimos a prova de que o Palmeiras tinha recebido a mais, isso gerou uma renegociação com a Turner. Houve uma quebra de confiança. O contrato mostrava uma coisa no papel e outra na realidade. Depois, houve uma recomposição. Mas só aconteceu porque o Bahia tomou a iniciativa de investigar. Isso gerou um pagamento adicional”.
Fim do canal Esporte Interativo causou mais um desgaste
“Depois disso, houve o fim do canal Esporte Interativo, que era base importante. A gente assinou aquele contrato porque havia um canal exclusivo de esportes. Isso que nos motivou”.
‘Contrato é extremamente problemático e paga menos que a Globo’
“Agora essa tentativa de rompimento unilateral. É um contrato super problemático, extremamente problemático. Se mostrou um contrato completamente fora do que a gente imagina de um contrato bom para o clube. Além disso, é um contrato que paga menos do que a Globo paga”.
“Então, de certa forma, é um contrato que é um grande problema para a gente. Mas a gente quer cumprir. Assinamos, não temos nenhuma objeção e vamos tentar cumprir. Esse é o nosso objetivo. A Turner, por outro lado, tem buscado uma rescisão unilateral. Mas a gente vai para o enfrentamento. Não tenho nenhuma dúvida. Vamos lutar”.
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