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‘É impossível a equipe melhorar sem poder treinar’, diz Paiva

Notícia
Entrevista
Publicada em 11 de março de 2023 às 19:18 por Victor de Freitas

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Fonte: Rafael Machaddo / EC Bahia

O Bahia voltou a demonstrar suas deficiências diante do Itabuna. Em um jogo com pouca ação ofensiva, a equipe levou um gol de bola parada e perdeu por 1 a 0. Depois da partida, o técnico Renato Paiva concedeu a entrevista coletiva para justificar o resultado.

No início da coletiva, o treinador foi questionado sobre o padrão tático da equipe e se recusou a responder.

“Já respondi essa pergunta (sobre padrão tático) 20 vezes e não vou responder de novo. Quanto ao jogo, não fazendo um grande jogo criamos oportunidades para vencer e por um detalhe na bola parada mais uma vez sofremos um gol. Perdemos por 1 a 0, mas a eliminatória está em aberto e precisamos ganhar sem conseguir treinar”.

Paiva comparou as atuações contra Camboriú e Itabuna afirmando que o time se portou melhor neste sábado do que no jogo de quarta-feira e reafirmou sua análise de que a equipe foi penalizada por não ter conseguido ser efetiva em campo.

“Hoje jogou melhor do que na segunda etapa do jogo passado. Atenção, na primeira parte (contra o Camboriú), fomos uma equipe que jogou bem e que fez o suficiente para fazer gols e apesar de ter falhado algumas oportunidades fez um gol. Hoje (contra o Itabuna), jogamos melhor, o que não era difícil, mas sem jogar muito bem, em um campo difícil. Sem gerar muitas oportunidades, mas ainda geramos criamos duas ou três oportunidades claras e não fizemos o gol. O Marcos fez uma defesa e em uma bola parada fomos penalizados com o 1 a 0. Como disse, a eliminatória está em aberto. Na Fonte Nova teremos todas as condições de avançar à final”.

Permanência de Ricardo Goulart em campo

Mesmo sem conseguir se fazer presente na partida, Goulart foi um dos jogadores que atuaram por 90 minutos. Paiva explicou a tentativa feita com dois atacantes na grande área, que não surtiu efeito.

“Como estávamos perdendo, quisemos manter o Jacaré jogando no corredor e ter dois homens na área para chegar em condições de finalização, o que não conseguimos. Geramos chances com o Biel, com o Jacaré. A ideia era de fixar os dois zagueiros (em cima dos atacantes) para poder liberar Biel, Cauly e Jacaré para terem condições de finalização. Estávamos perdendo e tentamos com dois centroavantes, mas não conseguimos fazer o gol”.

Dificuldades na construção de jogadas

Perguntado sobre a pouca participação de Daniel com a bola no pé, o técnico português iniciou citando o gramado, apesar de afirmar que não utilizaria como ‘desculpa’.

Diante de mais um adversário postado defensivamente, o time tricolor não conseguiu agredir e teve um baixo número de finalizações no alvo. Paiva falou sobre os motivos que, para ele, fizeram o Bahia ter uma produção ofensiva tão baixa.

“O gramado seco, a bola não circula, e tínhamos marcação individual para Daniel e para o Acevedo. Nossos meias estavam com marcação individual. O que tentamos foi explorar uma linha mais alta do adversário, que se defendeu em 4-2-4, e nós não conseguimos que a bola circulasse rápido e nem conseguimos encontrar passes entre as linhas. Nossas oportunidades são com passes nas costas, com bola no Biel e no Jacaré. São bolas que conseguimos atacar o espaço, porque de fato o adversário não nos deixou jogar. Em situações de toque rápido também não conseguimos. Muitas vezes por nossa responsabilidade e outras vezes pelo gramado alto e seco, mas isso já disse que o gramado não pode ser argumento para que nós não ganhássemos. Pode ser argumento para que não jogássemos como treinamos. A partir daí, tentamos chegar de outra forma, mas não conseguimos. Geramos duas ou três chances claras de gol e não fizemos”.

Falta de tempo para treinar

Também afirmando que não usaria o calendário como motivo justificativa, Paiva reforçou sua tese de que não há como melhorar sem ter tempo para treinar.

De resto, só treinamos. Nós viajamos para Camboriú, jogamos. Viajamos e não treinamos (na quinta-feira). Treinamos ontem (sexta-feira) e viajamos para cá. Hoje jogamos e viajaremos de madrugada. Amanhã descansamos porque vamos chegar altas horas da madrugada. Na segunda-feira, recuperamos e não treinamos. Voltaremos a viajar pra jogar com o Fluminense (na terça-feira). Portanto, é impossível a equipe melhorar sem poder treinar. E além disso, acumula-se o desgaste das viagens com pouco espaço”.

Para ele, o Bahia jogou bem contra o Jacuipense por ter tido um tempo maior para treinar.

“Mas é o calendário que temos, não vou dar desculpa com isso. Mas justificar a falta de produção da equipe, que jogou bem contra o Jacuipense com uma semana inteira de trabalho e que a partir daí jogou de três em três dias não jogando bem”.

Vale relembrar que o Bahia está disputando o título do Baianão e segue na Copa do Brasil. Por isso, tem um cronograma de jogos cheio.

Apenas os rivais que já caíram no Estadual e no torneio nacional possuem calendário vazio neste momento da temporada.

Em situação altamente delicada, o Bahia vai enfrentar o Fluminense-PI na terça (14), pela Copa do Nordeste, fora de casa, podendo ter sua eliminação decretada.

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