Henriques assume série de erros e detona CBF: “parece uma seita”

Às vezes, é preciso dar um passo para trás antes de dar um salto para a frente. E assim pensa o vice-presidente do Bahia Pedro Henriques. A citação foi feita pelo cartola ao ser questionado sobre o empréstimo de atletas para times menores do futebol brasileiro, mas serve também para a diretoria azul, vermelha e branca no episódio Orlando City.

Em entrevista cedida na rádio Tudo FM na noite desta segunda-feira, Henriques fez um longo discurso a respeito do tema e teve a humildade de reconhecer que a viagem realizada aos Estados Unidos “caiu por terra” após o resultado pífio nos 90 minutos de amistoso contra o time do Orlando, razão principal da ida aos EUA, quando o Tricolor foi goleado por 6 a 1.

“Quando surgiu essa oportunidade a diretoria levou em consideração todos os prós e contras. Havia uma possibilidade boa de viver essa experiência. É diferente, levar a marca para outro país que inclusive está investindo neste esporte como negócio. Mas sabíamos que poderia trazer alguns problemas como por exemplo de logística”, confessou.

“Não contávamos com todas essas negativas da CBF e acabou sendo uma viagem cansativa. Tivemos também a questão do gramado sintético e da temperatura que estava muito baixa. Sabíamos de tudo isso, e até seria normal uma derrota, mas não como foi. O time do Orlando jogou para valer e nós estávamos numa abordagem diferente”, falou se referindo ao foco da excursão.

“Aconteceram uma série de erros. Por mais que tenhamos vivido um bom momento, temos que ter a humildade de reconhecer que vai meio por terra essa viagem aos Estados Unidos. Ficamos muito chateados e entendemos a situação do torcedor. Essa situação também é a nossa. Não gosto de dar desculpas. Temos que fazer melhor para ouvir elogios ao invés das críticas”, declarou o vice-presidente.

TRATAMENTO DA CBF

Outro assunto comentado por Pedro Henriques foi a relação do clube com a Confederação Brasileira de Futebol. Chateado com as negativas da entidade antes da excursão aos Estados Unidos, o vice-presidente não poupou críticas e se disse insatisfeito com a burocracia e a vaidade do órgão.

“Nós nordestinos, quando chegamos lá não temos o mesmo tratamento dos times do eixo sul e sudeste. Não há a preocupação em atender o Bahia. Já fui para reuniões no Rio de Janeiro. Parece uma seita. Na hora do almoço todo mundo tem que subir e esperar o presidente para poder comer”, falou.

“A burocracia, a vaidade que existe nestas instituições acaba atrapalhando. É preciso fazer muita politicagem e isso não é o perfil do Esporte Clube Bahia. A visão do Bahia é que a gente quer trabalhar. Não queremos status, não queremos aparecer, nem buscar carreira política”, continuou.

“Eu não me lembro nunca do Bahia ter sido favorecido pela CBF. E não temos que pedir favor para ninguém. Só temos que buscar usar as normas dentro da legalidade e em nosso favor. Mesmo pedidos simples são recusados pela CBF sem nenhuma justificativa. Mas não vamos estar babando ninguém para ter favor. Vamos brigar sempre com os nosso direitos”, afirmou o cartola.

“Antes eu tinha a visão de que o Bahia não poderia bater de frente com a CBF. Mas com todo respeito às mulheres e ao feminismo, vou usar uma expressão que todos vão entender: o Bahia não é mulher de malandro. Não vou apanhar e ficar calado. Temos que botar a boca no trombone sim. A CBF existe para atender aos clubes e não vejo nenhum clube satisfeito. A CBF é uma entidade que está desprestigiada e o povo brasileiro, na minha opinião, não tem mais confiança nesta instituição”, concluiu.