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Ídolo tricolor afirma paixão pelo Bahia e critica gestão de Bellintani

Notícia
Entrevista
Publicada em 11 de junho de 2020 às 14:36 por Victor de Freitas

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Douglas durante visita à Arena Fonte Nova (foto: Maurício de Almeida)

Considerado por muitos como o melhor jogador que já vestiu a camisa do Bahia, o meia Douglas brilhou pelo Esquadrão de Aço durante os anos 70, participando do histórico time que conquistou o heptacampeonato estadual durante aquela década.

Idolatrado no Bahia, o ex-meia relembra com satisfação sua passagem como atleta pelo clube, em uma longa trajetória que ficou marcada por sete títulos e 253 gols e 211 gols oficiais.

Mas, antes de se tornar ídolo vestindo a camisa vermelha, azul e branca, o ex-jogador se “fugiu” da morte justamente por conta de uma proposta feita pelo Bahia. Isso porque o avião que o levaria para o Rio de Janeiro, caso tivesse aceitado defender o América-RJ, caiu e matou todos os passageiros.

“Eu tinha brigado com o Santos. Eu era reserva do Pelé, ele não jogou e o treinador achou que eu não deveria entrar no lugar. Eu me chateei e pedi para sair do Santos. O América-RJ soube e quis me contratar. Eu fui treinar e, no quarto ou quinto dia, apareceu o superintendente do Bahia. Ele me pegou no hotel e me levou para falar com o presidente do Bahia. O Osório entrou em acordo com o presidente do Santos e nós acertamos. Fiquei longe do América e voltei para Santos. O América me deu uma passagem para voltar. Eu devolvi a passagem e no mesmo dia embarquei para Salvador. O avião que foi para o Rio caiu e morreu todo mundo, 72 pessoas. Era o avião que eu ia. O Bahia salvou minha vida“.

Sucesso e paixão pelo Bahia

“Cheguei no Bahia em 72 e fiquei até 80. Perdemos o campeonato no primeiro ano que cheguei, pois viraram a mesa no meio do ano. Depois, a partir de 73, começamos a ganhar o hepta. No Bahia eu tenho sete títulos, heptacampeão. Nas minhas contas foram 253 gols, pois tiveram alguns amistosos. Mas, em jogos oficiais, parece que foram 211”, falou em entrevista à equipe dos Galáticos.

Douglas Franklin afirma paixão pelo Bahia e destaca a torcida tricolor como “sensacional”, sendo esses os motivos pelos quais ele atuou com salários e premiações atrasadas.

O Bahia é minha segunda vida. O Bahia não sai da nossa vida, não tem como. O que a torcida do Bahia faz é coisa de louco, é sensacional. Na minha época, eu cheguei a ter três meses de salários atrasados e 24 bichos atrasados, mas jogamos e fomos campeões”.

Críticas a Guilherme Bellintani

Questionado sobre como vê o Bahia atualmente, Douglas criticou a gestão esportiva de Guilherme Bellintani. Segundo o ídolo, a administração do presidente é positiva, mas ainda falta montar “time bom”.

Ele é um bom administrador, um bom marqueteiro. Entende de finanças, mas de futebol não entende nada. O Bahia, hoje, poderia ter o dia de cada ex-jogador, fazer homenagens, chamar o jogador lá. Não me sinto esquecido pelo Bahia devido à torcida. A torcida me valoriza e é o que vale. Dirigente passa. Desejo que o presidente siga com sua boa gestão financeira, mas ele tem que rever o futebol, rever as contratações de pessoas que cuidam do futebol. A torcida do Bahia não quer clube social, quer é clube de futebol. O Bahia vai ter sérias dificuldades de fazer a base. O time é uma gangorra. Sobe e desce. Mas, sou Bahia e torço para que ganhe. O que está faltando é time bom”, afirmou.

Desistiu de tentar ser presidente do Bahia

“Não quero mais. O Bahia se tornou muito político, um clube muito político. Futebol não é política, é esporte”.

Futebol atual

Em seu período no Bahia, Douglas atuou com nomes históricos do clube, como Baiaco, Sapatão, Fito, Jésum, Beijoca e muitos outros. Mesmo ao lado de tantos ídolos, ele é tido como o craque da época.

Sobre o futebol atual, ele diz que o esporte não se tornou mais moderno e que a questão física se sobrepõe ao talento.

“O futebol não ficou moderno, ele ficou mais corrido, pois o talento diminuiu. A maioria dos times é correria, pois os talentos desapareceram. Os jogadores precisam correr muito mais com a bola. Antigamente existia muito mais talento em cada time”.

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Douglas durante sua passagem como jogador do Bahia

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