Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia
Renato Paiva voltou aos holofotes com um longo texto publicado no expressivo site The Coaches Voice, que concede espaço a treinadores de várias partes do mundo para relatarem suas experiências no futebol.
Em publicação nesta semana, Paiva citou o Bahia dividindo sua trajetória em duas partes: desafio do futebol brasileiro e mágoa pelas cobranças.
Na opinião do português, a torcida do Bahia demonstrou ‘expectativas irrealistas’.
“Infelizmente, é comum que se conviva com expectativas irreais no futebol brasileiro. Uma vez, dois torcedores do Bahia vieram conversar comigo em um shopping. ‘Mister, temos que ser campeões’. Enquanto eu dizia que lutaríamos para isso, mas que era necessário respeitar o Vitória, eles me interromperam. ‘Não, mister, não estamos falando do campeonato baiano. Temos que ganhar o Brasileirão’. Essas expectativas irreais se transformam em atitudes surreais. Muitos brasileiros dizem que é ‘cultural’, mas eu me recuso a chamar isso de cultura”.
Em sua opinião, sua saída aconteceu em um momento de evolução da equipe.
“Era visível que a equipe jogava cada vez melhor. O Bahia era a sexta equipe, entre 20, que menos chutes a gol concedia ao adversário. E era a quinta com mais finalizações. Ou seja, em termos coletivos, havia um trabalho, uma ideia. No Brasil, porém, só se olha para os resultados. E, de fato, os resultados não eram bons”.
Sobre o Grupo City, Renato Paiva garante que a manifestação do alto escalão era de confiança e otimismo em seu trabalho. Ele diz ter certeza de que não seria demitido antes do fim do ano.
“É importante deixar claro que o Grupo City não iria me despedir até o final do campeonato. Não havia qualquer ameaça de demissão. Pelo contrário, senti muita confiança e apoio vindos de Manchester”.
“Trabalhar em um clube do Grupo City é diferente. Há diretrizes que você deve seguir, orientações que precisam ser respeitadas. O estilo de jogo tem que ser em função de alguns parâmetros definidos por eles, e nós estávamos claramente dentro do que era exigido”.
Novamente, ele cita que sua saída aconteceu por pressão sobre seu trabalho e seus jogadores.
“Mas senti que era o momento de ir embora. A pressão era muito grande e eu não queria aquele ambiente para os meus jogadores”.
Com Paiva, o Bahia ganhou cinco partidas em 22 rodadas da Série A, com a equipe revezando entre entradas e saídas da zona de rebaixamento ao longo desse período.
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