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Paiva defende modelo de jogo e cita problemas do Bahia em derrota

Notícia
Entrevista
Publicada em 15 de fevereiro de 2023 às 08:10 por Victor de Freitas

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Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

O Bahia sofreu sua primeira derrota em casa na temporada de 2023. Foi para o Fortaleza, por 3 a 0, justamente no primeiro desafio contra um time de Série A no ano.

Após a partida, as críticas se dividiram entre jogadores e técnico Renato Paiva, que falou em entrevista coletiva sobre a forma de jogar da sua equipe. Ele garantiu que mantém sua convicção no modelo de jogo e no trabalho do dia-a-dia.

“É trabalho. O treinador sou eu, quem trabalha todos os dias com eles sou eu. Não sou teimoso. Eu detesto perder. Não é teimosia. É convicção do nosso trabalho”.

Ele reforça que seguirá com suas convicções em busca de evolução para a equipe, com as correções que entende como necessárias.

“Já disse que somos uma equipe jovem, com jogadores novos, que não se conhecem. Vai demorar mais tempo. Não existe milagre. Tivemos um adversário difícil, o melhor que enfrentamos até hoje. A gente tentou remar contra a maré. É um processo normal. O resultado nos deixa tristes porque queríamos ganhar. Mas não entro em teorias de euforia, nem teorias do caos. Faz parte. Hoje tivemos um número de erros maior que o normal, mas ainda conseguimos gerar quatro ou cinco oportunidades de gol. Portanto, parabéns para o Fortaleza. Nós vamos continuar o nosso caminho. Com correções, mas com convicções”.

Sobre o sistema defensivo do Bahia no jogo, Paiva destacou que o objetivo é de atuar com linha alta, mas que os volantes precisam participar do jogo ofensivo. Ele acredita, no entanto, que o problema não foi apenas a ausência de um ‘volantão’ e diz ter visto um adversário melhor em campo.

“Eu até entrei com dois jogadores com características defensivas. O Diego Rosa e o Acevedo. O que queríamos era que eles fossem mais ao ataque. O Diego saiu porque não entrou no processo de ataque. Ele só ocupou espaços lá atrás. A linha estava avançada no primeiro gol, mas a gente tinha que estar ali. O que temos que fazer é colocar em prática o que treinamos, e hoje não fizemos. Nós jogamos controlando o espaço do adversário, a profundidade, e hoje fizemos uma linha de impedimento. Nós não temos esse “volantão”. Não acho que foi por ausência desse jogador. Repito, o Fortaleza foi melhor que nós coletivamente e individualmente”.

Comparação com o Fortaleza

Renato Paiva pegou o exemplo do próprio Fortaleza para pedir paciência à torcida quanto ao início de um trabalho de longo prazo.

“Não vou tirar jogador só porque a torcida está vaiando. Eu vou seguir o caminho do meu trabalho. É fácil explicar. O Fortaleza foi melhor coletivamente e individualmente que o Bahia. É mérito do Fortaleza. Estão de parabéns. Na maior parte do tempo por mérito deles, em alguns momentos por demérito nosso. São três anos de trabalho com o mesmo treinador e quase que com a mesma equipe. Fizeram o gol no primeiro lance e isso aumenta a tranquilidade”.

Vaias da torcida para Cicinho

“Não acho. O Cicinho cometeu erros, como cometeram outros jogadores. A torcida colocou o foco em Cicinho, marcou ele e escolheu para vaiar. Se a torcida acha que a vaia é o melhor caminho, tudo bem. Eles têm esse direito. Nunca vi ninguém melhorar com vaias, mas tudo bem. Cicinho vem ganhando ritmo e confiança, era capitão no ex-clube. Não é um jogador qualquer. Tem seu passado e sua história. Vou corrigir o que precisa, ser duro quando precisar, mas ser equilibrado acima de tudo. Ninguém agradou a todos, não vou ser o primeiro, nem o Cicinho”.

Virar a chave após jogos ‘fáceis’ no Baiano

“Eu concordo com esse favoritismo, mas temos dado uma resposta positiva. Somos os primeiros do Baianão, com só uma derrota. Na Copa do Nordeste temos sido penalizados. Fomos melhores contra o Sampaio Corrêa. Viramos e sofremos gol no fim no outro jogo. Hoje foi um jogo contra um adversário que tem três anos de trabalho. Espero estar aqui daqui a três anos respondendo perguntas com um time equilibrado, acostumado a repetir rotinas. O torcedor sai de casa e quer ganhar seja como for. Não quer saber como treina, se treina. Eu sei o que faço para ganhar, meus jogadores sabem. Mas o torcedor não. Não é a velocidade que as pessoas querem, pessoas que não estão no meio. É preciso tempo. Em um mês temos onze jogos feitos. Pegamos uma equipe que estava na Série B e subiu em quarto. E no meio do caminho entrou um projeto novo que foi buscar a mim para consolidar um projeto. Isso leva tempo. Para uns é desculpa, para mim é processo”.

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