O técnico português Renato Paiva foi oficialmente apresentado à imprensa nesta segunda-feira (12), no CT Evaristo de Macedo, e falou sobre seu acerto com o Esquadrão, motivos que o fizeram aceitar a oferta tricolor e objetivos no clube.
Em suas primeiras palavras como o mais novo comandante do Esquadrão, Paiva fez questão de enaltecer e agradecer ao mestre Evaristo de Macedo.
“Gostaria primeiramente de fazer uma observação sobre uma lenda deste clube e do futebol brasileiro. É o meu colega, senhor Evaristo de Macedo, que hoje fez uma publicação para dar-nos as boas-vindas e nada mais pode nos deixar mais orgulhosos, pois é uma pessoa que deixou uma marca profunda nesse clube e no futebol brasileiro, como jogador também. Nós como equipe técnica ficamos orgulhosos por uma lenda como essa tenha nos dado boas-vindas. O meu profundo agradecimento”.
Sobre o acerto com o Tricolor de Aço, Paiva ressaltou que se sente orgulhoso por chegar ao primeiro campeão nacional do Brasil.
“Nada pode orgulhar mais a um treinador de futebol do que chegar ao Brasil e entrar pela porta do primeiro campeão brasileiro. Estamos muito orgulhosos pela escolha, que é do Bahia e do Grupo City. Portanto, gostaríamos de dizer (ele e sua comissão técnica) que estamos bastante orgulhosos e motivados para fazer um trabalho ao nível da história desse clube e deixar a nossa marca aqui. Os adeptos (torcedores) são os que choram e os que riem. Para eles, a promessa de que vamos dar tudo por este clube”.
‘Treinador de projeto’
Dentre outros motivos que o fizeram “aceitar sem pestanejar” o convite feito por Bahia e Grupo City, Renato Paiva afirmou que busca bons projetos para a sua carreira e o que foi apresentado pelo Esquadrão o agradou.
“Entrar em um campeonato, em um país histórico a nível do futebol, em um dos campeonatos mais difíceis e competitivos do mundo, onde o jogador de futebol nesse país é uma marca registrada a nível mundial e, obviamente, entrar em um clube histórico como o Bahia, e o projeto que nos foi apresentado. Ganhar é muito importante, mas nós também valorizamos como se ganhar. É sempre importante quando fazemos análises para fazermos projetos para avaliar pessoas, como se ganha e como se perde. E para isso também dar as formas do nosso jogo”.
“Eu sempre me considerei um treinador de projeto. Fui recusando trabalhos ao longo da minha carreira, quando estava no Benfica, porque entendia que não eram projetos. O Independiente del Valle, quando apareceu, nós encaramos o timing e a qualidade do projeto como uma grande oportunidade, que se confirmou. E, portanto, sendo um treinador de projeto, o projeto que está aqui e que vai se implementar, a nível Grupo City nessa parceria com o Bahia, nos deixa bastante orgulhosos em sermos o alicerce de um projeto que acreditamos que será de muito sucesso. Vamos estar ao nível técnico e, como nos consideramos uma equipe técnica de projeto, aceitamos sem pestanejar”.
Treinadores portugueses no Brasil
Em um momento no qual cada vez mais portugueses chegam para comandar times brasileiros, Paiva afirma que não vê a nacionalidade como um peso para decisões. Ele afirma acreditar em
“Tem um lastro muito grande, não só no Brasil como no mundo. Fui o 36º técnico campeão português por países diferentes, no Independiente del Valle. Isso é uma marca muito importante. Mas acredito em qualquer profissão é competência, é qualidade. Certamente há técnicos portugueses que vão bem ou que vão mal, e também treinadores brasileiros de muita qualidade. Há muita discussão em torno das bandeiras dos países, mas eu olho as profissões por competência, por talento, qualidade e resultados. Mesmo que o título só ganhe um não quer dizer que todos os outros tenham trabalhado mal. Não vou por aí. Sou de um país que nos anos 80, na minha juventude, quando a influência brasileira foi fundamental para o nosso futebol. Lembro de técnicos como Carlos Alberto Silva, Abel Braga, Paulo Autuori, que foram muito importantes para o futebol português, e depois muitos jogadores também brasileiros.
“Estamos aqui para o crescimento do futebol brasileiro, nesse caso do Bahia e do Grupo City, nosso crescimento também. Não vejo isso por nacionalidade, vejo por competência”.
Já tem metas no Bahia?
“No futebol, para mim o futebol é o treino de amanhã. E a sucessão dos treinos de amanhã e depois de amanhã, vai fazer um time mais competente e melhor para depois abordarmos objetivos. Não podemos esquecer que não jogamos sozinhos, também não esquecemos da história do Bahia. É verdade que nos últimos anos eu gostaria de chama-lo de um gigante adormecido. O Bahia é um gigante desse país, mas que a nível de títulos está um bocado abaixo da sua história. Gostaríamos muito de estarmos conectados ao reerguer e ao acordar desse gigante, mas, como já dissemos, é um processo que vai durar o seu tempo”.
“Vamos ter uma equipe com muitas alterações, vamos precisar de tempo para colocar todos os jogadores a pensar de uma só forma. E o tempo já sabemos como é. No contexto brasileiro, com um calendário pesadíssimo, quase não se treina e nós somos uma equipe técnica que é absurdamente fanática pelo momento do treino. Valorizamos muito os treinos. Temos que ultrapassar com nossa competência e dedicação, mas não vou trazer metas que possam vir a falhar. Estamos montando um plantel. Mas, primeiro a preocupação é o nosso treino, depois o nosso primeiro jogo no dia 11 de janeiro. A partir daí, jogo é jogo, treino é treino, e vamos balizar nossos objetivos no Brasil”.
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