Rogério Ferreira vê inexperiência do time como fator para erros na estreia

Fonte: Tiago Caldas / EC Bahia

O Bahia começou o Campeonato Baiano com uma derrota por 1 a 0 para o Jequié, em plena Arena Fonte Nova, e deixou o campo com a irritação dos mais de 11 mil tricolores presentes nas arquibancadas.

Responsável por treinar e comandar a equipe tricolor nos dois primeiros jogos do ano, Rogério Ferreira, técnico do sub-20, admitiu que a inexperiência do grupo tenha sido fator determinante para os erros cometidos em campo e que culminaram na derrota.

“Acho que o cenário é esse mesmo. O Jequié é uma equipe mais experiente, achou o gol cedo e deixou o jogo picado. A falta de experiência fez com o que os jogadores se preocupassem e começassem a errar. Depois o cansaço vem, os jogadores ficam irritados. Isso acaba refletindo nesse cenário que a gente acabou vendo”.

O grupo que esteve em campo é formado em sua maioria por jogadores da categoria sub-20, mas também contou com quatro atletas do elenco principal, além do retorno do centroavante Everton, que estava emprestado.

“Coletivamente a equipe não foi bem. Até porque não existe um coletivo. É metade de uma equipe com metade de outra. Não faltou empenho de ninguém, mas acredito que quem veio do profissional sentiu mais o ritmo. São jogadores que não tiveram minutos na temporada passada. Sei que a torcida fica impaciente, mas a gente precisa ter paciência para entender essas coisas”.

Emocional tem peso em campo

“A pergunta é assunto para muito tempo. Não vou usar como desculpa, mas o emocional influencia na tensão do corpo, na maneira como o jogador se posiciona. Concordo que foram muitos erros. O jogador hoje chega no profissional com menos jogos que no passado. Acho que o trabalho técnico passou a ser entendido como ultrapassado, mas ele nunca vai sair. Acho que falta um pouco de equilíbrio. Nossa cultura de ter que ganhar, ganhar e ganhar, muitas vezes o treinador da base já pensa em montar equipe para ganhar, e não consegue resolver questões técnicas. A gente precisa, como país, resgatar a boa relação com a bola. Entender o que é mais necessário para cada idade, para ter um jogador mais técnico”.

Integração com Rogério Ceni

“A gente precisa entender que o cenário é de mais jogadores do sub-20, com reforço de peças do elenco principal. Conversei com o Rogério (Ceni), ele me deixou à vontade, livre para entender qual a melhor equipe. A gente colocou o que entendeu que seria o melhor para buscar os três pontos. Ele assistiu ao jogo e vai entrar em contato, vamos conversar. Vencer o jogo é importante para deixar uma situação mais tranquila, mas é um cobertor curto, né!? A gente precisava abrir mão de alguma coisa para ter essa pré-temporada. Mas eu acho que, mesmo com muitos erros, mesmo com a parte emocional, acredito que o próximo desempenho vai ser melhor. Passar por isso faz parte da formação. A gente já está colhendo algumas coisas, acho que esse é nosso papel”.