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Vitor Ferraz detalha situação de pagamentos de salários no Bahia

Notícia
Entrevista
Publicada em 20 de agosto de 2021 às 15:04 por Victor de Freitas

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Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia

O vice-presidente do Bahia, Vitor Ferraz, entrou ao vivo no programa Bate Bola, da Rádio Sociedade, para detalhar a situação atual de pagamentos de salários, imagens e outros direitos trabalhistas a funcionários e atletas.

Nas últimas semanas, o Bahia passou a ser alvo de comentários sobre supostos atrasos em pagamentos, sobretudo por conta de ações judiciais movidas por Élber e Elias cobrando valores atrasados. Nos dois casos, o clube agiu rapidamente ao entrar em acordo com os dois.

Já nesta última quinta-feira (19), o vice-presidente tricolor pediu para falar sobre o assunto após o tema ser novamente debatido no ar. Assista no canal de Youtube da Rádio Sociedade clicando neste link (participação de Vior Ferraz a partir de 1:31:14).

Inicialmente, Ferraz relembrou o ano atípico de 2020.

“Em 17 de março de 2020, o Bahia decidiu por recomendação das autoridades suspender suas atividades quase em sua totalidade, algo inédito até na história do futebol, por quase cinco meses. Causou uma estagnação quase completa das receitas. Direitos de TV, vendas de atletas e recebíveis de sócios e bilheteria. As televisões pararam de pagar aos clubes, houve, evidentemente, o congelamento das negociações, e os clubes passou a sobreviver basicamente da contribuição dos seus associados. Ao final do Brasileiro, houve uma regularização em relação aos valores da TV, mas ao longo do período houve uma perda muito significativa de receita. Primeiro, porque o mercado do futebol foi impactado e teve um reflexo nas transações. Como muitos dos sócios também foram impactados, muitos desses tiveram de parar de pagar o plano de sócios. O Bahia tinha quase 45 mil sócios em 2019, teve uma queda vertiginosa, de modo que hoje temos menos da metade desse número. A folha salarial do Bahia era paga mensalmente somente com as receitas decorrentes dos sócios. E hoje o que a gente arrecada com sócios não cobre nem metade da folha salarial”.

Acordo com jogadores em 2020:

“O Bahia não fez demissões por conta da pandemia. Demissões aconteceram por situações normais, pontuais, mas não por conta da pandemia. Houve uma busca por preservar o emprego dessas pessoas (funcionário). Ainda assim, após a retomada das atividades, começamos a fazer um esforço para aos poucos honrar os compromissos. Fizemos um acordo com jogadores para suspender o pagamento das imagens. Retomamos assim que as atividades foram iniciadas, mas carregamos sim um déficit decorrente desse período”.

Valores atrasados de 2020 existem e o clube não nega, mas busca resolver.

“Nós temos quatro meses de direitos de imagem do período da pandemia, durante a suspensão das atividades, ainda que nós não conseguimos cumprir.

Funcionários já receberam direitos referentes ao ano passado:

“Fizemos um esforço e conseguimos, por exemplo, quitar ao longo desses primeiros anos de 2021 o 13º salário dos funcionários, porque o Bahia não é um clube que tem supersalários. Fora do futebol, os funcionários ganham dentro da realidade do mercado. Não tem ninguém que ganhe mais de R$ 100 mil fora do futebol. É bom que as pessoas compreendam isso para saber que o Bahia não é um clube com custos elevados. Pagamos o 13º salário desses funcionários”.

Situação atual dos salários:

“A gente vem com todo sacrifício e todo esforço, com alguns dias de atraso, que tem acontecido sim, inclusive com relação aos funcionários, mantido os salários razoavelmente em dia. O salário do mês de junho, por exemplo, está integralmente pago para atletas e funcionários. O salário de julho está em pagamento. O que é estar em pagamento? A gente começa pagando os menos salários e, à medida que as receitas vão nos permitindo, vamos pagando os salários maiores até quitar os dos atletas, que naturalmente são as pessoas que mais ganham”.

Novamente explicações sobre dificuldades de 2020:

“Acho importante fazer esse esclarecimento aqui, porque nós, em momento algum, deixamos de relatar aos nossos torcedores a dificuldade que existe e que foi imposta pela pandemia. Se voltar até antes de 17 de março de 2020, o Bahia era um clube que não atrasava nada, estava absolutamente em dia com suas obrigações. Por que isso está acontecendo? Porque a pandemia trouxe dificuldades. Não à toa tantas empresas no Brasil fecharam as portas. O Bahia não vai fechar as portas, logicamente, mas vamos enfrentar dificuldades. Os reflexos da pandemia são muitos severos, é bom que se diga isso. Ainda causa impacto inclusive nesse ano. Temos hoje uma arrecadação de menos da metade do que arrecadávamos antes da pandemia. Não é simples. Por mais que tenhamos reduzido 25% da folha salarial de futebol do clube, ainda assim são meses de dificuldades, em um período que vamos precisar ser muito cuidadosos para conseguir honrar esses compromissos. Se o Bahia, que é um clube que vinha em um processo de organização nos últimos anos está assim, tenho certeza que outros clubes, que não eram tão organizados, estão enfrentando dificuldades muito maiores”.

Sem atraso de 13º para funcionários

“Não tem. Os salários que não estão pagos aos funcionários são do mês de julho. O 13º dos funcionários está em dia”.

Assunto tratado com transparência internamente

“O que a gente costuma fazer e é uma constante nossa é tratar com muita transparência. A gente relata aos atletas tudo o que vem acontecendo no clube. Como cada um recebe vai da individualidade de cada pessoa, independentemente de atleta ou funcionário. Há pessoas que recebem de forma mais compreensiva e outros que talvez não entendam, que não fiquem satisfeito. É normal, é da natureza humana. O nosso dever é de transparência absoluta, de relatar para eles de maneira mais clara e aberta possível”.

Impacto da pandemia seguirá nos próximos anos

“A gente não descansa enquanto não estiver resolvido isso. É nosso trabalho diariamente para que aos poucos consiga amenizar essa situação. Os reflexos da pandemia são severos e vão ser percebidos e vamos sofrer com isso durante alguns anos. Vamos precisar administrar da melhor maneira possível e deixar que isso impacte da menor forma possível no dia-a-dia do clube”.

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