O dia 19 de fevereiro de 1989 jamais será esquecido por qualquer torcedor tricolor. E neste sábado (19/02/2022), o Bahia comemora o aniversário de 33 anos do bicampeonato brasileiro, conquistado sobre o Internacional, com muita luta, garra, suor, talento, determinação e amor à camisa. Foi a segunda estrela de campeão brasileiro, feito que até hoje o Esquadrão se orgulha de ser o único entre os clubes nordestinos a ter conseguido.
Há exatamente 33 anos, o Bahia entrava no gramado do Beira-Rio com uma vantagem de 2 a 1, que havia sido obtida por ter vencido a partida de ida da decisão na Fonte Nova lotada de tricolores.
Com mais de 90 mil colorados no estádio, o Esquadrão garantiu o empate por 0 a 0, que foi suficiente para a conquista da segunda estrela. O título fez com que o Tricolor se tornasse o único clube nordestino a conquistar o Campeonato Brasileiro da primeira divisão por duas vezes, fato que se mantém até hoje.
Depois de fase de grupos, o Bahia garantiu vaga no mata-mata e a nação pôde ver a estrela tricolor brilhar ainda mais forte. Eliminou o Sport e, nas semifinais, bateu o Fluminense, contra quem bateu o recorde de público da Fonte Nova. Foram 110.438 pagantes, no duelo de volta, que credenciou o Esquadrão a bater o Internacional nas finais.
Um dos tricolores que estavam na Fonte Nova no jogo de ida da final, e celebraram intensamente a conquista do bi foi Walter Veiga, torcedor fiel do Esquadrão. Em entrevista ao ecbahia.com, ele destacou a valentia do elenco como o maior trunfo da equipe e cita Paulo Rodrigues como o melhor jogador que viu no título.
“O time de 88 era fantástico. Repleto de bons jogadores – alguns craques – e regidos pelo maestro Evaristo de Macedo. Time de muita qualidade e valentia. Ao longo do campeonato, percebeu que poderia buscar algo maior e seguiu determinado em busca do título. Difícil escolher apenas um jogador, mas não vou fugir da pergunta: Paulo Rodrigues. Craque de bola. Dono do espaço. Elegante, jogava por música. Na minha opinião o melhor frente de zaga que eu já vi jogar no Bahia”.
“Foi um campeonato histórico, marcado por momentos inesquecíveis. Tendo que escolher o mais marcante, fico com a final em Porto Alegre-RS. Até hoje tenho muito viva na memória a imagem de Dulcídio Wanderley Boschilia levantando as mãos e decretando a conquista de um grande sonho. Inesquecível”.
Depois da conquista, Carnaval em Salvador!
Segundo Luís Fernando Veríssimo – colorado assumido – para o Jornal do Brasil: “O Internacional perdeu para um time melhor. Ponto.”
Enquanto isso, Juca Kfouri, então na Revista Placar, escreveu:
“O Bahia não é simplesmente o único clube nordestino campeão brasileiro. O Bahia agora tem um título que nem Corinthians, nem Santos, nem Botafogo, nem Cruzeiro possuem – para ficar apenas entre os maiores do nosso futebol, integrantes do Clube dos Treze. O Bahia não é um campeão qualquer. É o campeão. (…) Campeão porque nas fases finais fez tudo o que se exige de um time vencedor. E campeão porque talvez nenhuma outra legião de seguidores mereça há tanto tempo esse título. A nação tricolor fez da paixão pelo Bahia uma profissão de fé que transforma a Fonte Nova no templo mais carinhoso do futebol brasileiro”.
FICHA TÉCNICA – JOGO DE VOLTA DA FINAL DE 88
INTERNACIONAL 0x 0 BAHIA
Data: 19/02/1989
Local: Beira Rio (Porto Alegre-RS)
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP)
INTERNACIONAL : Taffarel, Luís Carlos Winck, Norton, Aguirregaray e Casemiro; Norberto, Luís Fernando e Luís Carlos Martins; Maurício (Hêider), Nílson e Edu Lima (Diego Aguirre). Técnico: Abel Braga.
BAHIA : Ronaldo, Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil Sergipano e Bobô (Osmar); Zé Carlos, Marquinhos e Charles. Técnico: Evaristo de Macedo.
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