Histórico centro de treinamento do Bahia por 40 anos, o Fazendão pode estar, enfim, dando adeus ao clube.
Segundo informação do radialista Jaílson Baraúna, o Bahia SAF encaminhou a venda do imóvel por cerca de R$ 40 milhões para a Direcional Engenharia, com anúncio a ser feito no começo da próxima semana.
O valor é quase o dobro da quantia que os sócios-torcedores haviam autorizado o Bahia, na então gestão Guilherme Bellintani, a negociar o CT. Na época, uma votação foi aberta para a aprovação, ou não, de uma proposta no valor de R$ 22 milhões que havia sido recebida pelo clube. Com a negociação pela SAF, as conversas pela venda foram estagnadas pela antiga Diretoria Executiva e retomadas pela SAF.
Antigo CT do Bahia se tornará conjunto habitacional
Segundo informação divulgada, a Direcional Engenharia, construtora situada em Belo Horizonte, assumirá o terreno de 125.463m² e uma área anexa de 3.200,50m² para a construção de 1.800 unidades do programa ‘Minha Casa Minha Vida’, em parceria com o Governo Federal.
O Fazendão
A história tricolor no Fazendão foi iniciada em 1979, com o então presidente Paulo Maracajá, que inaugurou o Centro de Treinamento Osório Villas Boas. Antes, o Tricolor trabalhava na Fazendinha, localizado na região do Costa Azul.
Inaugurado logo após sete conquistas consecutivas de Campeonato Baiano, o Fazendão foi o centro de treinamento da segunda conquista nacional do Esquadrão logo em sua primeira década.
A partir da metade final da década de 90, o Tricolor passou a viver seus piores anos de sua história, acumulando rebaixamentos e chegando até a Série C, em 2006, permanecendo fora da elite por sete anos. Durante este período, o Fazendão chegou a virar um “palco de guerra”, em 2008, quando integrantes de torcidas organizadas invadiram o gramado para agredir jogadores por má campanha na Série B.
Em 2012, ainda durante a gestão Marcelo Guimarães Filho, foi iniciado o adeus do Fazendão, com a construção da Cidade Tricolor. Tudo parecia caminhar normalmente. Mas, nos anos seguintes, um enorme imbróglio causado pelo então presidente, em contrato assinado com a OAS, fez com que o Bahia perdesse controle dos dois centros. Por pouco, as duas estruturas não foram vendidas pela construtora.
Após a intervenção, foi descoberto que o clube jamais havia sido dono real da Cidade Tricolor. O presidente Fernando Schmidt deu o pontapé para a aquisição total do imóvel, além de recuperar o Fazendão.
Com a gestão Marcelo Sant’Ana/Pedro Henriques, entre 2015 e 2017, o clube não poupou esforços para retomar as duas estruturas. Foram investidos R$ 6,4 milhões, mais um valor em transcons foram pagos aos credores (OAS e Planner), além do pagamento das dívidas acumuladas nos imóveis.
A assinatura da posse da Cidade Tricolor e da retomada do Fazendão foi assinada no dia 26 de setembro de 2017.
Desde o fim de 2019, o Fazendão não é mais utilizado pelo Bahia.
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