Em outubro de 1906, o brasileiro Alberto Santos Dumont decolou do Campo de Bagatelle, em Paris, para se tornar o primeiro homem a levantar vôo na história do planeta. Cento e um anos depois, já passou da hora de o Bahia subir, pela primeira vez em campo, a um degrau mais alto no futebol nacional.
Apenas catorze jogos separam o tricolor do tão sonhado acesso. E a torcida não quer nem imaginar um repeteco da morte na praia de 2006.
No ano passado, após superar as três primeiras fases longe de passar o sufoco do último domingo, os comandados de Charles Fabian decepcionaram no momento em que mais se esperava deles. Os 100% de aproveitamento em casa cessaram logo na primeira partida, aqui, pelo octogonal decisivo.
Com 14 pontos ganhos, o time terminou em sexto, nove atrás do último dos quatro classificados, o Barueri, representante de São Paulo. Quinto colocado, o cearense Ferroviário fez 19 e ficou de fora.
Se o panorama se repetir, portanto, quem quiser ir para a Segundona terá de somar 54,7% dos pontos disputados. Só fazer o dever de casa, fracassando completamente como visitante, não adiantaria.
NORDESTE X GOIÁS Até agora, transcorridos três meses de Série C, ocorreram 336 jogos, 18 rodadas e 863 gols. Das 64 equipes que iniciaram a competição, no dia 7 de julho, só restam um oitavo delas.
As primeiras partidas da próxima etapa são neste sábado, prolongando-se até 28 de novembro. Em vez do tradicional domingo, os promovidos terão de comemorar numa quarta-feira à noite.
Em função do Horário de Verão, que começa no domingo, o Bahia chegará a atuar sob o escaldante sol das 15h30, além das 19h30, nos meios de semana quando a galera ainda está saindo do trabalho.
Do ponto de vista territorial, o Nordeste leva ampla vantagem. A região possui metade dos participantes, embora dois deles, o Nacional/PB e o Barras/PI, não possam entrar em campo nos seus respectivos estádios. O regulamento prevê capacidade mínima de 10 mil pessoas sentadas na etapa.
Todos os oito do Sul sucumbiram. O Estado de Goiás, entretanto, vem fazendo bonito. Apenas o Itumbiara não segue com chances. Crac, Atlético e Vila Nova, o único remanescente dos rebaixados da Série B de 2006, puxam a fila. Do interior paulista, o Bragantino completa a lista e impede o completo vexame do forte Sudeste.
Mas ainda é do Bahia, apesar de tudo, a melhor campanha geral. Sem falar na maior quantidade de gols marcados e menor sofridos. E também do artilheiro, o atacante Nonato, 14 tentos em 15 embates.
COMPARE
Melhor campanha
1º) Bahia | 39 pontos
2º) ABC | 38 pontos
3º) Barras | 35 pontos
4º) Crac | 34 pontos
5º) Atlético | 33 pontos
6º) Vila Nova | 31 pontos
7º) Bragantino | 29 pontos
8º) Nacional* | 26 pontos
* Perdeu seis pontos por ter escalado um atleta irregularmente
Melhor ataque
1º) Bahia | 36 gols
2º) Barras | 32 gols
3º) Vila Nova | 32 gols
4º) ABC | 29 gols
5º) Nacional | 27 gols
6º) Atlético e Crac | 26 gols
8º) Bragantino | 25 gols
Defesa menos vazada
1º) Bahia | 13 gols
2º) Atlético | 14 gols
3º) Crac | 14 gols
4º) ABC | 18 gols
5º) Barras | 19 gols
Bragantino | 19 gols
7º) Vila Nova | 21 gols
8º Nacional | 26 gols
Rio Branco | A imprensa do Acre não reclama de erros de arbitragem para beneficiar o Bahia. Pelo contrário: o jornal “O Rio Branco”, questiona a marcação do pênalti desperdiçado pelo artilheiro Testinha.
Juventus | Poucos se lembram, mas a Série C ainda tem um invicto. É o Juventus, que foi eliminado ainda na primeira fase. Terminou com uma campanha de cinco empates e uma vitória, ficando na terceira colocação do Grupo 16, um ponto atrás dos mineiros Villa Nova e Democrata.
Saúde | O coração do Bahia bate por conta do desempenho de jogadores e comissão técnica, mas os profissionais da área de saúde reclamam doença nos bolsos. Se queixam de que os salários estão atrasados há três meses e que assim não podem se dedicar ao máximo.
Apoio | A classificação ao octogonal decisivo deixou a galera tricolor entusiasmada. Ontem à tarde, enquanto os jogadores exercitavam a pontaria em um treino específico de finalização, a torcida organizada Terror Tricolor foi ao Fazendão e estendeu duas bandeiras no alambrado que cerca o campo principal do CT.
Estranho | Árbitro da partida Bahia 1×0 Fast, o mineiro Rogério Pereira da Costa deu seis minutos de acréscimo e o gol de Charles saiu aos 50 minutos. Mas ele entrou em contradição ao colocar na súmula que o gol tricolor saiu aos 44 minutos, como se o Bahia não tivesse precisado dos minutos extras. No mínimo, estranho.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quarta-feira 10/10/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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