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Afastado há meses, lateral deve voltar como meia

Notícia
Historico
Publicada em 6 de outubro de 2012 às 16:05 por Da Redação

Matéria de Ivan Marques para o Correio* deste sábado traz informações sobre o futuro de Ávine e também uma entrevista com o lateral tricolor:

“No cenário perfeito, Ávine, autor do último gol da velha Fonte, faz o primeiro da nova arena esportiva e corre para comemorar com a torcida tricolor. A camisa? Não mais a 6, mas a de número 10.

A troca é necessária. Após duas cirurgias no joelho direito, inúmeros exames e sessões de fisioterapia, o jogador de 24 anos recebeu a recomendação médica de deixar a lateral esquerda e optar pelo meio. O motivo é simples: diminuir o impacto e a carga de força nos joelhos.

Como lateral, Ávine precisa correr mais. A potência é exigida por mais tempo, por conta da marcação feita e recebida – muito maior que a de um atleta de meio-campo. O conselho foi dado pelo médico Moisés Cohen (referência no país), que tratou o lateral há cerca de 40 dias, em São Paulo.

Após as cirurgias para reparar problemas no joelho, pouco sobrou do menisco lateral de Ávine. “O menisco é como uma almofada que fica entre o fêmur e a tíbia”, explica Marcos Lopes, vice-presidente médico do Bahia. Sem esse ‘acolchado’, os dois ossos se chocam, causando dor.

Marcha

Na capital paulista, o médico também diagnosticou que Ávine tem uma marcha errada, ou seja, um desvio no momento da corrida. “É um desequilíbrio que faz o joelho ser forçado para dentro”, revela Lopes. Assim, por causa da dor, o organismo se defende, causando um derrame e inchando o joelho. “O exame de marcha fechou o diagnóstico dele. A única cirurgia que ele poderia passar agora seria um transplante de menisco, o que é muito raro e não é feito no Brasil”, garante o médico.

A partir do problema, surgiu o processo de reabilitação do jogador no setor de fisioterapia do clube, coordenado pelo fisioterapeuta André Neves. “Ele tem um problema funcional. Tem que fortalecer a musculatura do quadril para dar estabilidade aos membros inferiores”, diagnostica. De acordo com Neves, é um tratamento de médio prazo, que demora para ter uma resposta do paciente. “Ávine está evoluindo bem. Não sente mais dor”, diz o fisioterapeuta.

Liberado pelos médicos, o jogador agora passará para a etapa do condicionamento físico em academia. Só daí vai para o campo, utilizando uma palmilha especial na chuteira. “O que fazemos é uma reeducação motora e um trabalho curativo. Mas o preventivo será até o final da carreira dele”, afirma o fisioterapeuta.

Em 30 dias, Ávine voltará a São Paulo para refazer o exame de marcha. Se tudo der certo, o cenário perfeito acontece no Brasileiro 2013. Com a 6 não dá mais. Quem sabe com a 10?”

“Vou voltar firme e forte para fazer o que sempre fiz”

Nos últimos 12 meses, o Bahia jogou 73 vezes. Ávine, só 11. Três na Série A 2011 e oito no atual Brasileirão. Tudo por conta de uma série de contusões, principalmente no joelho, mas também no ombro e na mão. Sem atuar desde o início de agosto, está liberado pela fisioterapia para iniciar o recondicionamento físico.

ENTREVISTA

Acha que ainda volta a jogar este ano? Está sem dor?

Tô sem dor alguma, graças a Deus, bastante feliz por isso e me sentindo mais confiante. Minha expectativa de voltar este ano é muito grande. Creio que com o trabalho que está sendo feito, todos empenhados em me ajudar, isso vai acontecer. Toda a atenção está sendo dada, agradeço a todos do Bahia.

No último ano, você pouco jogou. Como fica a sua motivação pra, lesão após lesão, lutar pela volta aos gramados?

(respira fundo) É complicado, né? Você passar por tantas lesões como eu passei. Mas serve como motivação pra trabalhar cada dia mais, pra me recuperar, me esforçar a cada dia mais pra eu estar jogando, ajudando o grupo. E se estou passando por tudo isso, costumo dizer que é tudo permissão de Deus, é pra gente aprender a cada dia, pra dar valor às coisas. Eu tenho aprendido muito nesse tempo que tenho ficado parado. Tenho me dedicado ao máximo pra voltar o mais rápido.

Seus melhores amigos no Bahia eram Marcos, Magno e Ananias e eles não estão mais no clube. Você se sente só?

Não tenho muita frequência de estar conversando com os jogadores aqui. Hoje, aqui no clube, não tenho essa amizade que eu possa chegar, conversar, expressar o que estou sentindo ou algo desse tipo.

Você fez o último gol na Fonte Nova e ela já está ficando pronta (em dezembro).Serve de motivação, de repente, fazer o primeiro gol na nova Fonte Nova?

(sorri) Então, já pensei sobre isso também. Veio uma lembrança rápida e automaticamente pensei nisso. Quem sabe fazer o primeiro gol na Fonte Nova também? Vai ser uma alegria muito grande e uma satisfação de estar voltando à Fonte Nova depois de muito tempo. Quem sabé, né?

Como está o contato do torcedor nas ruas?

Passo mais tempo em casa com minha família, com meu filho. Mas quando saio, vou ao shopping, tem torcedor que fala, cumprimenta. Outros mandam muitas mensagens pela internet, de apoio. E eu fico feliz pelo torcedor estar comigo nessa batalha que estou passando e é mais um motivo de superação pra mim, pra voltar rápido porque sei que o torcedor está esperando minha volta.

Então, a gente pode dizer aos tricolores que você vai voltar.

Em nome de Jesus, vou voltar firme e forte pra fazer o que eu sempre fiz, pra fazer o que eles sabem que eu sou capaz de fazer e pra dar alegria ao torcedor novamente.

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