Amazonenses chegam sem fôlego, salário e ânimo

De Paulo Simões, no jornal A Tarde deste domingo:

“Pior que o Bahia, o Fast assumiu ser um clube mal planejado para tentar a ascensão. Na reta final, a agremiação está envolvida em problemas estruturais, lembrando o tricolor dos dois últimos anos.

Nesta temporada, o Bahia até conseguiu equilibrar-se financeiramente. Mas, tecnicamente, faltou energia. O time não foi vitaminado o suficiente para evoluir no momento em que é preciso um algo mais.

Já o Fast já se classificou à terceira fase da Série C sem fôlego. O empate com o Bahia, em casa, na estréia, foi o limite da tolerância. Sem salários há meses, os jogadores ameaçaram parar literalmente. Sem jogar bola já estavam.

A delegação estava prevista para desembarcar ontem à noite, em Salvador, com um time mutilado. Os jogadores não queriam viajar. Eles estavam revoltados com o sumiço do diretor de futebol do clube, Donmarques de Mendonça, responsável pelo pagamento.

Porém, faltar a uma partida oficial é pepino do brabo. Na hora agá aparece um pouco de grana e disposição para encarar o vôo de assento apertado e lanche de quarta categoria.

Desde Manaus que a diretoria garantiu: o time entra em campo para enfrentar o Bahia. Sai na lanterna, mas não passa vexame maior. Não ir a campo dá suspensão e corre risco de desfiliação.

O Fast Clube começou a competição com a corda toda. Chegou a anunciar a contratação do meia–atacante colombiano Diego Serna Lopera, jogador de 33 anos. Mas, quatro rodadas atrás, a diretoria demitiu o técnico Aderbal Lana, que chegou prometendo mundos e fundos.

O Fast jogou a toalha e o sentimento da imprensa amazonense se resume à frase do repórter do jornal A Crítica: “Ano que vem teremos que cobrir os porões do futebol brasileiro de novo”.

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