Após “Raudinei”, clube conheceu sua pior fase

Enquanto muitos comemoram os dez anos do famoso gol que deu o bicampeonato estadual ao Bahia, outros não querem saber de Raudinei. Não é à toa: a partir de 1994, poucos anos depois da maior glória que obteve (o título nacional), o clube mergulhou no capítulo mais nebuloso de toda a sua história. Talvez isso explique, aliás, porque aquele primeiro grupo seja tão nostálgico.

O Esquadrão de Aço, outrora acostumado a ser praticamente imbatível no âmbito regional, dono da hegemonia em suas fronteiras, já não é tão soberano assim. Durante o período em questão, foram oficialmente conquistados apenas dois canecos baianos (98 e 2001) e, de quebra, aconteceu algo então inédito ao Tricolor: o rebaixamento.

E em duas ocasiões (97 e 2003), sendo que nas temporadas imediatamente anteriores o descenso bateu na trave, nos salvando somente na última rodada. A Série B, por sinal, é onde estamos hoje em dia. Oxalá que de passagem.

É verdade que ganhamos o bi do Nordestão (01/02), fizemos boas campanhas nos Brasilierões de 2000 e 2001 e conseguimos alguma graça numa partidinha ali, outra acolá. Mas convenhamos que é pouco para uma equipe com um passado tão glorioso, com grandes jogadores, participações em Libertadores e, principalmente, uma torcida tão grande e fanática. Continuamos sem eleições diretas e o presidente do Bahia detém – pelo menos – 90% de rejeição.

Na década de 70, por exemplo, ficamos com nove títulos estaduais. Na de 80, sete; na de 90, quatro; e na atual, até o momento, só um. Há quem diga, portanto, que quando o ex-atacante mandou de canhota para o fundo das redes rubro-negras, nos acréscimos, levou também muita sujeira para baixo do tapete do Fazendão.

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