Esvaziada por alguns setoristas do clube, em protesto às novas restrições feitas para a imprensa no CT, a apresentação do novo técnico tricolor agitou a tarde de quinta no Fazendão, que inclusive foi alvo de queixas do comandante. Confira a entrevista completa de Jorginho:
COMO SERÁ O TRABALHO
“Olha, o ganhar é uma coisa que começa do treino. Então, você tem que treinar bem, forte, com empenho e certo para que você possa tirar proveito no jogo. Mas só dedicação e essas coisas não ajuda. Precisa também ter qualidade, capacidade, ambiente bom de trabalho, e tudo isso nós temos que ter aqui. Fazer com que o torcedor fique feliz. Isso é uma coisa que temos que fazer. O ser humano tem uma capacidade muito grande. E só consegue tirar essa capacidade se dedicando muito, se empenhando e honrando o clube que você trabalha, porque é dele que você tira o sustento da sua família. Então, eu não posso ser diferente”.
Abaixo, você pode ouvir o bate-papo
PERFIL: LINHA-DURA? PAIZÃO?
“Isso depende. Quando você é bem recebido, normalmente a pessoa educada ela trata bem as pessoas. Mas quando ela também é ofendida, ela também tem o direito de resposta, né. Então, sou uma pessoa muito simples, que respeita os direitos dos outros e exige que respeitem os meus direitos, isso é ponto. E exigente ao último. Em treino, em jogo, ao respeito ao torcedor, ao clube, a vocês da imprensa, que nos ajudam a crescer, afinal de contas somos hoje a Bahia contra todo o restante do país, então precisamos de vocês nessa cumplicidade, e para que a Bahia seja respeitada como tal. Sou filho de nordestinos, meu pai era alagoano. Mas sou de São Paulo e nunca trabalhei no Nordeste. Então, vou precisar da ajuda de todos”.
JOGO CONTRA O SÃO PAULO, DOMINGO
“Sim (será difícil), mesmo porque eles estão na nossa frente, então nós temos que correr atrás disso pra tentar igualar ou ultrapassá-los. É possivel? É. É difícil? É muito difícil, mas vamos lutar para isso, entendeu. Não dá pra também achar que o que aconteceu contra o Santos vai acontecer toda hora. Isso daí nós sabemos que não (é assim). Nós ganhamos de um time muito bom. Agora, sabemos que nós temos que lutar para melhorar. Com a melhora, você tem chance de ganhar de outros assim”.
RECEITA PARA O SANTOS?
“Fazer mais gols que o Santos e tomar menos gols”.
AGRESSIVIDADE EM CAMPO
“O bom para jogar futebol é jogar um pouco mais adiantado, um pouco mais pra frente. Todo jogo é possivel? Não, mas é isso o que nós entendemos. A minha forma de ser é essa. Com todo esse tamanho aqui, eu não tenho medo de ninguém. Eu vou enfrentar com respeito, mas eu vou sempre tentar jogar. Posso até perder, mas sempre tentar ir para frente, porque acho que no futebol quem não joga para frente tá muito longe da vitória. É possivel? Nem sempre. O Santos tentou, mas não conseguiu. O Bahia vai tentar jogar sempre assim. Olhe bem, nós vamos tentar. Muitas vezes, é possivel. Outras, não”.
MUDANÇAS NO TIME?
“Primeiro, nós temos que entender que normalmente depois de um jogo temos que esperar pelo menos 48 horas para saber o que aconteceu com os atletas, se todos estão em condição ou não. Nós tiramos alguns porque estavam lesionados. Temos muitos que estão voltando de lesão, temos jovens aí que não podem ser jogados na cova dos leoes, nós temos que tirar deles o melhor pra que possam dar ao Bahia uma chance pra poder ter retorno. Temos alguns atletas com um pouco mais de experiência, que temos que tratá-los bem também para que possam ajudar os garotos, pra que possam crescer na profissão. Serem exemplo pra eles. E temos que esperar 48 horas, mas não temos nem 48 horas no comando. Entao, vamos aguardar um pouquinho para ter certeza do que vamos fazer”.
CRITÍCA AO FAZENDÃO
Esperava e espero melhoras (na estrutura do clube), porque o Bahia tem capacidade e condição para isso. Sei que tá montando outro centro de treinamento, então parabens às pessoas que estão conduzindo isso, não é à toa que o Bahia tá conseguindo se manter e logo com certeza, em anos mais breves, estará aí disputando o título como foi campeao uma vez (na verdade duas, Jorginho).
TORCIDA AMEAÇADORA
“Eu não tenho uma boa memória, mas o meu primeiro contato com o Bahia foi em 94 ou 95, num jogo Portuguesa x Bahia. Esse foi o primeiro contato. E a torcida sempre nos colocou um medo tremendo pela força que tinha de empurrar o time. Então, há um respeito muito grande por ela. Eu estive jogando contra o Bahia em 2010, estava na Ponte Preta (pela Série B), e empatamos em 1 a 1. Se a torcida não tivesse sido fundamental ali, o Bahia tinha perdido da gente. Então, espero encontrar um torcedor assim e espero que os atletas deem isso ao torcedor para que possam reagir dessa forma. Um depende do outro e temos que caminhar juntos, pelo mesmo lado”.
PARTIRAM DELE AS NOVA RESTRIÇÕES À IMPRENSA?
Não, o treinador só comanda dentro do campo, filha. Fora, a coisa é bem clara: o que é administrativo, é da direção do clube. O que é técnico, é meu. Entendeu? E, se por ventura um dia, se eu estiver com atletas com problema de relacionamento ou de qualquer coisa que eu achar que não tá legal, vou passar à direção. Quem vai tomar a decisão são os diigentes. Eu nao me meto na direção, a direção não se mete naquilo que nós fazemos. Nós conversamos, é uma coisa. Se meter é outra”. (entre as novas regras, solicitadas pelo elenco, segundo a assessoria de imprensa tricolor, agora só um atleta fala por dia e o acesso ao CT acontecerá sempre com os jogadores já no gramado)
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