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Armando Oliveira e a lambança do Esquadrão de Aço

Notícia
Historico
Publicada em 28 de dezembro de 2004 às 02:43 por Da Redação

Confira o texto desta terça-feira da coluna “Gol de Placa”, escrita pelo experiente comentarista Armando Oliveira e publicada no jornal A Tarde:

“Após os fatos consumados, tornou-se fácil, virou moda desancar o presidente tricolor, por sua miopia administrativa, e o manda-chuva rubro-negro, por sua prepotente auto-suficiência. Entretanto, durante todo o ano, ressalvadas honrosas exceções, senti-me, várias vezes, combatente solitário nas trincheiras da mídia, ao denunciar-lhes os erros e sugerir-lhes a correção de rumos.

Havia sempre alguém tirando por menos, colocando panos quentes, evocando eventuais acertos do passado, a fim de desqualificar as críticas ao presente. Alguns desses chapas-brancas, por mero reflexo condicionado de anos e anos louvando os poderosos de plantão, outros em troca de pequenas vantagens, tipo “bilhete de circo”, como costuma dizer Fernando Vita.

A bem da verdade, depois de um início de 2004 tenebroso, o Bahia fracassando novamente no Campeonato Baiano e parecendo iria repetir 2003, o mangangão tricolor deu uma dentro na contratação de Vadão, que se cercou de auxiliares, abstraídos níveis de competência, de sua inteira confiança. À exceção, naturalmente de Miguel Kertzman, “olheiro” do Banco Opportunity.

Vadão montou uma equipe com material humano que a diretoria lhe disponibilizou, pois muitas das suas indicações não foram atendidas, time de médio porte, nível Segunda Divisão, tanto que chegou ao quadrangular decisivo, porém sem aquele “algo mais” que poderia trazê-lo de volta à Primeira.

Torcida criando confiança, batendo recordes de comparecimento à Fonte Nova, Robert desequilibrando na meia-cancha, Neto Potiguar pintando como o artilheiro tricolor da temporada, Márcio comandando uma defesa segura, em momento algum o presidente mostrando-se insatisfeito com o trabalho do treinador, muito antes pelo contrário.

De repente, na reta final, o rendimento físico e técnico de Robert caiu verticalmente, Neto Potiguar desaprendeu de fazer gols, contusões e suspensões desarrumaram o sistema defensivo e nem mesmo a troca de Selmir por Renna, clamor da maioria, refez seu poder de fogo ofensivo.

Poderia acrescentar o estranho comportamento de Rodriguinho, colecionando “cartões vermelhos”, também caindo de rendimento, e algumas oportunidades que Igor não soube agarrar com unhas e dentes.

Fato consumado, presidente tricolor, que poderia ter resgatado parte das sandices praticadas em 2003, mesmo sem o Bahia não ascender à Primeira Divisão, teve uma séria recaída, traduzida na provinciana presepada de atrasar a entrada no gramado, na ordem dada ao seu assessor de imprensa para ameaçar e desacatar o árbitro, na culpa imputada a Vadão, pelo quarto lugar no quadrangular, por haver substituído o contundido volante Neto pelo atacante William, por sinal , autor de um dos gols do Bahia”.

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