Armando Oliveira: “Mogi é mesmo Mirim”

Confira abaixo mais um texto do comentarista esportivo Armando Oliveira, publicado na edição desta terça-feira do jornal A Tarde, através da coluna intitulada “Gol de Placa”. Muito bom:

“MOGI É MESMO MIRIM

Não, quem sofreu 3×2 do Criciúma, depois de estar duas vezes em vantagem no marcador, foi o Esporte Clube Mogi, ou Mogi S. A., modesta agremiação do interior paulista que disputa as divisões inferiores do futebol bandeirante e, ano passado, escapou de cair para divisão ainda mais inferior ao derrotar a Portuguesa de Desportos.

Supersticiosos e criativos, os dirigentes do Mogi imaginaram ser possível se acertar, sozinho, na Mega-Sena, duas vezes e apostando na mesma casa lotérica.

Antes de enfrentar o Corinthians concentrou-se na sua cidade, utilizando o mesmo estádio para treinar, e atribuiu a tais expedientes logísticos à vitória uma espécie de quadra dividida com vários apostadores sob risco de rebaixamento.

Retorno à casa lotérica, novas apostas, inclusive disfarçando-se de Bahia para vir a Salvador e, logo em seguida, voltar ao seu habitat, viagem inútil, porque iria jogar contra o Criciúma, no interior de Santa Catarina.

Houve quem achasse genial a estratégia da sua diretoria, inclusive esquecendo que o Mogi ficara em nono lugar do certame estadual, ocupava a penúltima colocação da presente competição, não disputará a Copa do Brasil de 2004, além de haver demitido, sem causa justa, quatro jogadores.

E deu no que deu, pois seu disfarce de Bahia não evitou que perdesse de virada para o Criciúma, despencasse para a lanterna e não dependendo, apenas, de vencer o Cruzeiro, a fim de escapar ao rebaixamento.

Seria o caso de os torcedores do autêntico Bahia o processarem pela apropriação indébita do nome e do uniforme.

Assim, não dá para o torcedor baiano ser feliz.”