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Associação Bahia Livre faz balanço da gestão MGF

Notícia
Historico
Publicada em 22 de julho de 2009 às 22:20 por Da Redação

Confira nota divulgada pela Associação Bahia Livre avaliando a gestão do presidente Marcelo Guimarães Filho:

“Eleito em dezembro de 2008, o presidente Marcelo Guimarães Filho (MGF) surpreendeu a todos com um discurso moderno e com o seu espírito conciliador. De ponto vista político, tem conseguido conversar com os diferentes grupos tricolores e, de fato, deu uma certa transparência às “coisas” do Bahia (a exemplo da publicação no site oficial dos balanços e das listas de conselheiros efetivos e consultivos). No entanto, do ponto de vista da gestão, a atual diretoria tem cometido erros (alguns naturais, outros nem tanto). É nesse sentido que a Associação Bahia Livre apresenta um breve balanço da gestão MGF, criticando algumas falhas e destacando os acertos. O objetivo aqui é de contribuir para que o Esporte Clube Bahia retome o caminho das conquistas.

Reforma dos Estatutos

– O estatuto foi aprovado por aclamação na Reunião do Conselho Deliberativo (em 8/6/2009), com a clara informação para todos os presentes de que não haveria filtro para candidatura de presidente do clube, a não ser a condição de o candidato ser conselheiro. Caso isso não seja confirmado, implicará em grande impacto negativo no programa de associação em massa. Aguardamos a divulgação da proposta oficial (no site www.esporteclubebahia.com) tal qual apresentada na Reunião do Conselho Deliberativo.

Marketing

– Ainda não houve definição do patrocinador master e não se usa outra estratégia, como utilizar patrocínios por número determinados de jogos nem se aproveita o espaço para utilização das marcas do Bora Bahêa, Bahia Vip ou de alguma instituição filantrópica ou de interesse social.

– Mudança no escudo do clube sem haver consulta a conselheiros, sócios e torcedores, sendo que o novo modelo tem reprovação em média de 80% da torcida. É absurdo realizar uma mudança no escudo do clube sem se fazer uma consulta ampla.

– TV Bahêa ainda não está em operação.

– A inauguração da loja física (Viva Bahia) será realizada depois do prazo prometido no início do ano.

– O ingresso cobrado possui um preço acima do que uma população de baixa renda pode pagar, pois, historicamente, mesmo em campanhas tão fracas como essa, se tinha um público melhor.

– Problemas na comercialização dos ingressos, em parte por desentendimentos com a Sudesb.

– Erro ao não se comercializar ingresso infantil, que depois foi corrigido, mas não existe programa para atração de jovens torcedores.

– Não existem promoções por jogo que visem aumentar a receita de bilheteira.

– Produtos Bora Bahêa e Bahia Vip são mal geridos (divulgação, venda pelo site não funciona, política de preços confusa etc.). Os resultados são decepcionantes.

– Boas iniciativas no apoio à peça de teatro e ao filme sobre o clube.

– De modo geral, o marketing gera receitas abaixo do potencial de mercado do clube, não fazendo funcionar a parceria com a torcida, embora se tenha tentado desenvolver alguns produtos. Como forma de avaliação do resultado, destaca-se a insignificante média de público obtida pelo clube: na Série B 2009, até o momento, a média é de 9.020 pagantes por jogo.

Comunicação

– A assessoria de comunicação é falha, deixando a boataria se espalhar, mas em parte por problemas de conflitos e de comunicação interna. De qualquer modo, o clube precisa ser mais informativo em relação aos assuntos do clube (ex.: Divisões de Base) e a diretoria precisa “falar a mesma língua”.

Patrimônio

– Melhoria da infraestrutura de trabalho do futebol, tais como campos, nova academia, departamento de fisiologia, hotelaria etc.

– Perspectiva da construção de um novo CT a partir da desapropriação da Sede de Praia e negociação do Fazendão.

Futebol Profissional

– Baixo índice de acerto nas contratações, o time montado não se mostra competitivo.

– Negligência em tratar o problema de preparo físico da equipe, tornando-se um dos motivos principais para a perda do título baiano (notadamente na perda da liderança e da consequente vantagem nas finais pela recorrente escalação de times reservas) e para os péssimos resultados do início da Série B.

– Negligência em aceitar árbitro e auxiliar com histórico de favorecimento ao oponente nas finais do campeonato. A conclusão que fica é que perdemos o campeonato baiano mais por uma sucessão de negligências da gestão de futebol (falta de preparo físico e arbitragem) e menos por mérito do adversário.

Divisões de Base

– Ainda não apresentaram resultados expressivos, mas entendemos que é preciso ter paciência, a reestruturação das categorias de base do tricolor só deverá gerar resultado no médio prazo.

Quadro Social

– O departamento social do Clube está inativo. Não existe nenhuma ação para incrementar a venda de títulos, permanecendo a mesma desorganização para aquisição, pagamento de mensalidades e até um espaço indigno na Sede de Praia para receber os associados (móveis e computador velhos, sem refrigeração etc.), contando apenas com a boa vontade do funcionário de plantão.

Gestão

– Colocando as demais questões dentro do conceito de “Gestão”, o ponto mais positivo da nova administração é a manutenção dos salários e premiações dos atletas em dia, que é condição indispensável para obter bons resultados em campo. Destacamos também alguns avanços do departamento jurídico, como a contratação de profissional competente e a renegociação de dívidas trabalhistas. Ademais, pode-se repetir a já citada melhoria nas condições de trabalho no futebol e a idéia da criação do Conselho Consultivo, embora este ainda não tenha sido provocado a dar contribuições significativas, pois, simplesmente, nunca existiu de fato, tendo ocorrido apenas poucas conversas informais (o presidente deveria convocar uma reunião e se aproximar mais dos membros do Conselho Consultivo!). Finalmente, (como já destacamos acima) louvamos a decisão de publicar no site o balanço do ECB e as listas de membros do Conselho Deliberativo e do Conselho Consultivo.

– Assim como o clube não tem acertado nas contratações e o desempenho da equipe em campo tem deixado a desejar, o mesmo acontece com a gestão como um todo, o atual presidente não tem obtido bons resultados, pois não vem acertando na contratação de sua equipe de trabalho, na verdade, não tem uma equipe formada. Optou-se por contratar, de forma polêmica, um ex-dirigente de um clube rival, através de sua empresa, entregando-lhe o futebol e o marketing. Atualmente, a impressão que temos é a de que o diretor de futebol não tem autonomia e que a presidência e a direção de futebol não estão alinhados, fazendo com que o clube seja exposto a todo momento na imprensa por declarações desconexas.

– As demais áreas do clube parecem inativas ou apenas fazendo o “feijão com arroz” cotidiano. O clube carece de qualidade e quantidade no seu corpo funcional, não existe uma equipe de gestão montada e a presidência (por causa de suas outras atividades) não pode se dedicar no tempo necessário que o clube necessita. Não se tem planejamento estratégico estabelecido, o que nos faz temer mais ainda pelo futuro do clube.

Por fim, gostaríamos de ressaltar alguns pontos.

1º) A mudança da Velha Fonte Nova para Pituaçu tem uma importância simbólica importante e essa nova relação com a torcida (que mais uma vez se modificará com a Nova Fonte Nova) está sendo muito mal gerida, em especial, a política de preço está matando a principal força do Bahia, que é, inquestionavelmente, sua torcida. O valor de ingresso praticado está muito longe de maximizar a receita de bilheteria. O caminho que o Bahia deveria fazer é um caminho próprio, particular, o caminho de um clube de massa de uma cidade pobre, não se valendo de exemplos alheios.

2º) A Copa do Mundo de 2014 vai fazer com que o negócio do futebol cresça no País. O Esporte Clube Bahia precisa aproveitar essa janela de oportunidade, caso contrário, a defasagem em relação aos outros clubes estruturados do Brasil e do mundo vai aumentar. Por isso, uma estruturação organizacional mais rápida e mais arrojada se torna necessária, com pena de perdermos definitivamente o bonde da história e corrermos o risco de não vermos nenhuma outra estrela se juntar às duas existentes ou quiçá não voltemos mais a ser um clube de permanência na primeira divisão!

Finalmente, a torcida precisa estar ao lado do Bahia e isso só acontecerá efetivamente com eleições diretas e sem filtro!”

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