De Eduardo Rocha, no Correio da Bahia desta quarta-feira:
“Goleadores separados por 30 anos de história, unidos por uma necessidade: recolocar o Bahia na Série B do Campeonato Brasileiro. Ídolo tricolor nas décadas de 70 e 80, Beijoca é integrante de uma escola de artilheiros fortes, brigadores e boêmios. O corpanzil subjugava adversários e impunha na raça a bola que insistisse em não entrar. Sem escolher maneira. Fazia tanto de pé quanto de cabeça.
Longe dos campos, se entregava aos prazeres da noite. Centroavante nato, se converteu cristão, mas deixou legado. Nonato chegou aos profissionais em 1999, mas despontou nos primeiros anos da década de 2000. O futebol força e o mesmo faro característicos dos finalizadores garantiram o respeito da torcida, mas as noitadas abalaram o relacionamento. Na era do profissionalismo, o que antes se tornava folclore hoje se transforma em estigma. O atacante deixou o clube em 2004 sob a desconfiança do torcedor.
Perambulou por Coréia do Sul, Goiás e Fortaleza até acertar seu retorno. Assim como Beijoca, que dirigiu o Ipitanga antes de ser convocado para a função de auxiliar técnico tricolor. São as voltas da bola reduzindo a distância histórica. É bom ter na equipe alguém como ele, que é um dos maiores artilheiros da história do clube, explica Nonato. Mas o mesmo poderia ser dito a ele mesmo.
Os números confirmam. Beijoca e Nonato estão separados na lista tricolor dos homens-gol por apenas quatro gols. São 106 do veterano atacante contra 102 do único concorrente a altura no atual elenco. E considerando a quantidade de partidas na Série C do Campeonato Brasileiro e a fragilidade dos adversários , uma troca de postos é bem provável.
O fato que poderia despertar alguma rivalidade, no entanto, não abala Beijoca. Pergunte a ele o que disse no dia da reapresentação?, desafia, para depois entregar: disse que a minha maior felicidade era não só ele me ultrapassar, como ser artilheiro da Série C. Ele já está na história. Nonato se aproxima, e questionado pelo próprio Beijoca confirma. Ele falou que torce por mim. É uma motivação a mais, resumiu.
Motivação para dar duro nos treinos físicos e voltar logo aos jogos. O atacante não atua há dois meses, desde que deixou o Fortaleza. Ainda assim, garante que o tempo parado não será problema. Tenho uns dois quilos acima do peso, mas acho que isso não vai me atrapalhar. Temos muito tempo até o início da Série C, lembra”.
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