De Daniel Dórea, no jornal A Tarde desta sexta-feira:
`Os paizões do futebol geralmente tem um jeito de ser bem diferente do de Renato Gaúcho. Boleirão e escrachado, o treinador estaria mais para tiozão.
Ávine, no entanto, discorda. Por tudo que ele fez por mim, principalmente no início do seu trabalho, considero que foi um pai mesmo. Ele conversou muito comigo e me ajudou a encontrar meu melhor futebol. Agradeço por tudo, derreteu-se.
“Mas vou fazer de tudo pra ganhar dele lá no Sul. É ele lá e eu aqui”, completou.
De fato, em todas as suas entrevistas, Renato gaba-se de ter dado um rumo mais promissor às carreiras de três atletas formados no Fazendão. Em contato por telefone com a reportagem, o atual técnico do Grêmio, adversário do Bahia neste domingo, às 16 horas, em Porto Alegre, reiterou seus méritos.
Quando cheguei aí, lembro que Ávine, Marcone e Ananias estavam praticamente dentro de uma lista de dispensa. Eu falei pra deixá-los no elenco e recuperei os três. Tenho muito orgulho disso e me sinto satisfeito por, hoje, todos estarem bem, comemorou.
Nem tão bem assim, porém. Depois da contusão na virilha, que o tirou de campo por dois meses, Ávine não voltou a mostrar o futebol que o fez craque da galera tricolor no ano passado. Tenho auto-crítica e sei que estou bem abaixo do que posso render. E acho que nem é por causa da contusão, pois já me recuperei tem tempo. É porque estamos no começo do campeonato e o grupo todo está se aperfeiçoando, justificou o jogador, que faz uma previsão otimista: Logo voltarei à minha velha forma.
Bom seria se o fizesse já no próximo jogo, com o ex-professor no banco do adversário. Assim, certamente viriam à mente dos tricolores as belas imagens do acesso à Série A. Conquista que teve efetiva participação de Renato Gaúcho. Dei minha parcela de contribuição. Fiz a minha parte, até porque era pago pra isso. Fico feliz por ter iniciado aquele grande trabalho.
Olho gordo
Renato foi amigo do Bahia até deixar o clube em 10 de agosto de 2010 para assumir o comando do Grêmio. Já nos pampas, tentou promover um desmanche no elenco do Esquadrão. Primeiro, quase levou o atacante Jael. Depois, no início da atual temporada, as investidas foram nos filhos de criação.
Ele confirma metade do fato. Pensei no Ávine, mas, como tínhamos três laterais, desisti. O Marcone eu realmente tentei trazer. Fizemos uma boa proposta, mas o Bahia pediu mais do que o Grêmio poderia pagar. Tudo bem… me dou bem com todos aí, garantiu.
É verdade. Se dá tão bem que permite algumas liberdades. Ávine, por exemplo, duvida de sua famosa marca de 5 mil mulheres: Ele ainda é galã. A mulherada paga pau pra ele, mas esse número é duvidoso. Acho que tem muita repetida, brincou.
PAPO COM RENATO GAÚCHO
O quanto você se sente responsável pelo acesso do Bahia à Série A?
Dei minha parcela de contribuição. Fiz a minha parte, até porque era pago pra isso. Fico feliz por ter iniciado aquele grande trabalho e por saber que o Bahia está na Série A de novo. Essa torcida merece.
Você se gaba de ter recuperado atletas da base do Esquadrão. É uma característica sua?
Onde passo, faço isso. Como fui jogador, sei o que eles gostam de ouvir. E também o que precisam ouvir.
Acha que o Bahia está se reforçando bem?
Eu acho que isso não cabe a mim. São bons jogadores, mas não posso questionar ou aprovar as contratações da diretoria do Bahia.
Mas Carlos Alberto você conhece muito bem…
É um grande garoto, com um coração enorme e qualidade indiscutível. Vai dar muitas alegrias por aí.´
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