Bahia S/A tem rombo de 3,3 milhões no 1° trimestre

Confira matéria da “Associação Bahia Livre” que analisa o balanço do Bahia S/A (sociedade formada pelo Esporte Clube Bahia e o Opportunity) no primeiro trimestre de 2005 e, em seguida, mostra o que contém o documento:

“1) No 1º trimestre deste ano, o Bahia S.A. registrou prejuízo de R$ 3,3 milhões, agravando o “rombo” em seu patrimônio líquido para nada menos que R$ 32,87 milhões!!!

2) O balanço da Ligafutebol mostra um adiantamento para futuro aumento de capital da ordem de R$ 946 mil (R$ 47 mil da Spacetel + R$ 899 mil do CVC). A quantia não é tão signficativa, mas sinaliza um provável (e pequeno) aumento do capital do Bahia S.A (não vai mudar muita coisa: a título ilustrativo, se a Ligafutebol injetar + R$ 946 mil no Bahia S.A, a sua participação no capital total passará de 66,7% para 68,3%).

Vale ressaltar que o “rombo” do 1º trimestre já era esperado, pois o Bahia S.A não vendeu nenhum jogador no período (apenas emprestou Ari para o futebol japonês). Pró-memória, o bom resultado do 1º trimestre do ano anterior está relacionado ao fato do Bahia S.A. ter conseguido antecipar a receita da venda de Daniel (que estava programada para junho ou julho), além de ter emprestado Nonato (ao futebol coreano) por US$ 500 mil.

BALANÇO

1 – Contexto Operacional (Em milhares de reais)

A Ligafutebol S.A. tem como objetivo a participação no Esporte Clube Bahia S.A. mediante a utilização de instrumentos de mercado, tais como ações, bônus de subscrição, debêntures e outros títulos e valores mobiliários, créditos, direitos, contratos e transações relacionadas ao exercício do desporto de rendimentos, na área de futebol, nos modos profissional e não profissional, compreendendo a sua exploração comercial.

Considerando a tendência de profissionalização da administração do futebol no Brasil, o Esporte Clube Bahia e a Ligafutebol S.A., em 1998 estabeleceram uma associação para constituir a sociedade Esporte Clube Bahia S.A., cujos termos estão resumidos no instrumento particular – protocolo de intenções e no acordo de acionistas.

2 – Apresentação das Informações Trimestrais

As informações trimestrais foram preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, as quais incluem os critérios estabelecidos pelas Leis 6.404/76 e 10.303/01, que dispõem sobre as sociedades por ações, associados às normas e instruções da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

3 – Principais Práticas Contábeis

a. Apuração do Resultado

O resultado é apurado pelo regime de competência e segue os procedimentos e práticas uniformes com suas empresas controladas.

b. Ativos Circulante e Realizável a Longo Prazo

São demonstrados pelos valores de custo, incluindo os rendimentos e, quando aplicável, reduzidos aos valores de realização.

c. Investimentos

A participação em controlada está avaliada pelo método de equivalência patrimonial.

d. Passivos Circulante e Exigível a Longo Prazo.

São demonstrados pelos valores conhecidos e calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos incorridos.

e. Imposto de Renda e Contribuição Social

A Companhia, neste período, não apurou lucro tributável e conseqüentemente não obteve base de cálculo positiva para imposto de renda e contribuição social.

4 – Investimentos – Participação em Controlada

Os principais dados da participação da Ligafutebol S.A. na controlada Esporte Clube Bahia S.A., estão a seguir demonstrados:

Sobre as operações entre o Esporte Clube Bahia S.A. e seu acionista Esporte Clube Bahia, não incidem atualizações monetárias e encargos financeiros.

a) Refere-se à opção de compra futura de atestados liberatórios de atletas profissionais concedida à Companhia, conforme Instrumento Particular de Outorga de Opção de Compra Futura de Atleta, Compensação de Débitos e Créditos e Outras Avenças, datado de 31 de agosto de 2001, que estabelece:

(i) Opção de compra futura do vínculo contratual dos atletas relacionados no contrato entre a Esporte Clube Bahia S.A. e a Companhia pelo preço fixo e irreajustável de R$ 3.925 mil (os valores individuais atribuídos a cada atleta estão detalhados no contrato), que poderá ser efetuada a qualquer tempo até 31 de dezembro de 2003 ou até quando os atletas integrarem o quadro funcional do Esporte Clube Bahia S.A., o que suceder primeiro.

(ii) Mediante anuência prévia por escrito da Companhia, o Esporte Clube Bahia S.A. poderá negociar ou estabelecer promessa de venda em relação aos vínculos contratuais dos atletas para terceiros, desde que restitua, à Companhia o valor atribuído ao atleta no contrato, atualizado monetariamente e acrescido de juros compensatórios de 2,99% ao mês, da data do contrato (31 de agosto de 2001) até 31 de dezembro de 2001, e 2,5% ao mês de 1° de janeiro de 2002 até o dia da restituição.

(iii) Em caso da Companhia não exercer a opção de compra retromencionada dos atletas, total ou parcial, dentro do prazo estipulado, o Esporte Clube Bahia S.A. deverá pagar em 30 dias, contados a partir da formalização do não exercício da “opção”, o valor proporcional ou integral dos atletas, atualizado monetariamente de acordo com o critério descrito na letra (b).

A Companhia não exerceu a citada opção e as partes não concluíram até o momento a renegociação dos termos do citado contrato de opção de compra futura de atleta, o qual prevê a restituição do valor recebido pela opção, acrescido de encargos financeiros, descritos na letra (b), que em 31 de março de 2005 monta R$ 14.241 mil. As administrações esperam em breve concluir essa renegociação.

b) Representado por contrato de mútuo, com a incidência de 2,5% ao mês e sem vencimento.