Bahia terminou 2004 com déficit de R$ 29,6 milhões

Publicada no início da noite do último sábado, a matéria abaixo pode ser encontrada no site de economia InfoMoney:

“Um indicador muito usado pelos investidores para analisar o tamanho e a situação financeira de uma empresa é o patrimônio líquido. Afinal de contas, empresas com patrimônios líquidos elevados, como Vale do Rio Doce, Petrobras, AmBev e outras, acabam mostrando também um elevado valor de mercado e boas perspectivas para o futuro.

Por outro lado, um patrimônio líquido negativo pode indicar uma situação financeira delicada. Um exemplo é Varig, uma das maiores empresas do setor de transporte aéreo, que mostrou, no final de 2004, um patrimônio líquido negativo de R$ 6,4 bilhões. Se este indicador vale para analisar empresas, será que ele se aplica também para comparar os grandes clubes do futebol brasileiro?

Rivalidade Rio – São Paulo

Se, na história, os clubes do eixo Rio-São Paulo dividem boa parte dos títulos brasileiros, alimentando uma rivalidade que mexe com muitos torcedores, no quesito de comparação “patrimônio líquido dos principais clubes”, os times paulistas aplicam uma sonora goleada.

Somando o patrimônio líquido dos quatro grandes paulistas (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo – por ordem alfabética para não criar polêmica), o total, no final de 2004, atingiu R$ 480,1 milhões. Já o PL somado das quatro maiores agremiações do Rio de Janeiro (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco – ordenados também pelo mesmo critério) foi negativo em R$ 339 milhões no final do ano passado…

Flamengo mostra maior patrimônio negativo

Estes dados, compilados em estudo publicado pela Casual Auditores, engloba 19 dos maiores clubes brasileiros que, além dos oito citados acima, inclui também os gaúchos Grêmio, Internacional e Juventude, os mineiros Atlético-MG e Cruzeiro, os baianos Bahia e Vitória, os paranaenses Atlético-PR e Coritiba, e os paulistas Guarani e São Caetano.

Com a pior situação patrimonial, aparece exatamente a equipe apontada por diversas pesquisas como aquela com a maior torcida do Brasil: o Flamengo, com um patrimônio líquido negativo de R$ 137,6 milhões. As torcidas rivais do Rio de Janeiro também não têm muito a comemorar, já que seguem o Botafogo (R$ -110 milhões) e Fluminense (R$ -102,2 milhões), com o Vasco aparecendo como exceção, com patrimônio líquido positivo em R$ 10,9 milhões.

Além dos três grandes cariocas, somente três outras equipes que, coincidentemente ou não, fazem atualmente parte da série B do Campeonato Brasileiro, aparecem com patrimônio líquido negativo: os baianos Bahia, com déficit de R$ 29,6 milhões, e Vitória, com R$ -8,4 milhões, e o campineiro Guarani, com R$ -9,7 milhões.

Paulistas dominam, liderados pelo Palmeiras

Quatro clubes brasileiros apresentavam, no final de 2004, um patrimônio líquido acima de R$ 100 milhões: as quatro equipes consideradas as principais do estado de São Paulo. A liderança ficava com o Palmeiras (R$ 144,6 milhões), seguido por São Paulo (R$ 123,7 milhões), Santos (R$ 108,1 milhões) e Corinthians (R$ 103,7 milhões).

Fora de São Paulo, o maior patrimônio líquido ficava com o Cruzeiro, com R$ 74,6 milhões, seguido por Coritiba (R$ 72,2 milhões), Atlético-MG (R$ 46,9 milhões), Juventude (R$ 36,5 milhões), Grêmio (R$ 22,8 milhões) e Internacional (R$ 14,6 milhões).

Embora não exista relação direta com o desempenho dos times em campo, boa parte das equipes que têm mostrado bom desempenho nos últimos anos no Campeonato Brasileiro e em competições como a Libertadores da América são aquelas com melhor situação financeira. Por outro lado, o sinal amarelo já está aceso para aquelas em dificuldades financeiras”.

Leia também: Sai o “assustador” balanço do 1º semestre do Basa