O Esporte Clube Bahia celebra hoje mais um ano de vida. O clube foi fundado no primeiro dia do ano de 1931 e de lá para cá a maioria absoluta da torcida baiana tem muito do que se orgulhar. Na história tricolor, um misto de felicidade, devoção, garra, conquistas e também sofrimento.
Durante esse tempo, a tradição e o respeito no cenário nacional foram sendo conquistados com muito suor e vibração, dando ao Bahia uma torcida apaixonada – a maior do Nordeste e uma das maiores do Brasil. Em 2007, fomos campeões brasileiros no quesito torcida: média de mais de 40 mil tricolores por jogo.
Muitos ídolos apareceram; desde Gia, passando por Marito, Roberto Rebouças, Sanfillipo, Douglas, Jésum, Bobô…
Logo em seu primeiro ano, o Tricolor, do mascote Homem de Aço, venceu o estadual e foi apelidado de “Nascido Para Vencer”. As décadas passavam e os titulos só faziam aumentar. Houve inúmeras partidas inesquecíveis, como o 5 a 0 sobre o Santa Cruz (em 1981) e o empate heróico na final do Baianão de 1994 – 1 a 1 – diante do Vitória.
Aliás, para se ter uma pequena noção da supremacia do Esquadrão sobre seu arqui-rival, dos quase 400 BA-Vis disputados, o Bahia tem uma vantagem de cerca de 50 jogos e 120 gols de saldo. Até de 10 a 1 o Tricolor já venceu. Incrível, como o heptacampeonato baiano.
De 1973 a 79 só deu Bahia, sendo que o único título estadual que não ganhamos na década de 70 foi em 1972.
A primeira grande glória do clube aconteceu em 59. “Bahia, primeiro Campeão Brasileiro de todos os tempos”, escreveu O Globo.
– Um título único, inédito, de importância sem igual. Uma odisséia fantástica de um time desacreditado no começo da jornada; vitorioso inconteste no templo do futebol, o Maracanã, contra o Santos de Pelé, maior time do mundo de todos os tempos.
* Conseqüentemente, o Esquadrão de Aço foi o primeiro a disputar a Taça Libertadores, competição na qual voltaria em outras duas oportunidades.
A outra conquista grandiosa foi em 1988, quando, pela segunda vez, nos tornamos campeões brasileiros. Sob o comando de Evaristo de Macedo, o Bahia empatou com o “favorito” Internacional, em pleno Beira-Rio, e conseguiu mais uma estrela para a camisa, no campeonato cujas finais ocorreram no começo de 89.
* Foi também ano do recorde de público da Fonte Nova, a casa do Bahia, quando recebeu 110.438 pagantes na semifinal que o Tricolor eliminou o Fluminense: 2 a 1.
** Depois da conquista, Carnaval na cidade. “Não era feriado nem dia santo, mas, naquele 22 de fevereiro, Salvador parou. Todo mundo sabe quando a festa começou, mas ninguém lembra quando ela acabou…”
Segundo Luís Fernando Veríssimo – colorado assumido – para o Jornal do Brasil, ” O Internacional perdeu para um time melhor. Ponto.” Enquanto isso, Juca Kfoury , da Revista Placar, escreveu: “O Bahia não é simplesmente o único clube nordestino campeão brasileiro. O Bahia agora tem um título que nem Corinthians, nem Santos, nem Botafogo, nem Cruzeiro possuem – para ficar apenas entre os maiores do nosso futebol, integrantes do Clube dos Treze. O Bahia não é um campeão qualquer. É o campeão. (…) Campeão porque nas fases finais fez tudo o que se exige de um time vencedor. E campeão porque talvez nenhuma outra legião de seguidores mereça há tanto tempo esse título. A nação tricolor fez da paixão pelo Bahia uma profissão de fé que transforma a Fonte Nova no templo mais carinhoso do futebol brasileiro…”
É uma pena que os últimos aniversários não têm sido tão felizes para o torcedor tricolor. O triste rebaixamento no dia 14 de dezembro de 2003, a permanência na segunda divisão na fatídica partida contra o Brasiliense, no dia 11 de dezembro de 2004, o rebaixamento em 2005 para o porão do futebol nacional e, pior, o fracasso em 2006 na tentativa de voltar a Série B (!) estraçalham de tristeza o tão sofrido coração do torcedor do Bahia. Em 2007, apesar de continuarmos sem levantar um título (o jejum vem desde 2002), ao menos estamos de volta à Série B. Para 2008 fica a esperança de que “dias melhores virão”. De preferência com o caneco do Baiano e a volta definitiva à elite.
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